Não se surpreendam se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocar a Casa para debater a reforma da Previdência já na próxima segunda-feira. Rodrigo tem pressa. Pressa em mostrar que tem poder de comando e responsabilidade, como ele mesmo diz, para acelerar a retomada do crescimento econômico e da confiança dos investidores. Ele tem se mostrado disposto a empreender a pauta considerada necessária para o país voltar aos trilhos mais rapidamente.
Michel Temer não achará ruim se Rodrigo adquirir esse protagonismo. Afinal, com a segunda denúncia fora do palco principal, o foco “voltar-se-á”, diz Temer, à realidade, ou seja, ao cenário econômico e à eleição de 2018. Ainda que se esteja a dois meses do Natal, o presidente não pretende entregar os pontos, mas se mostra disposto a deixar o protagonismo a cargo de Rodrigo Maia. Não por acaso, Rodrigo chegou tão feliz do Planalto ontem. Temer não é mais candidato a nada, mas quer ter um legado. Para Rodrigo, o céu é o limite. Se tudo der certo, pode nascer aí um certo capitão Rodrigo — e não Henrique Meirelles (Fazenda) — como uma aposta para o futuro. Como esse candidato ainda não saiu, estão todos na pista.
A largada
O governo está de olho no leilão do pré-sal desta sexta-feira. Será o primeiro grande evento depois da denúncia. A expectativa é de adesão expressiva de empresas de todo o mundo e não apenas dos chineses. Mais um ponto que o presidente pretende explorar para mostrar que o país está bem melhor do que nos tempos da presidente Dilma Rousseff.
Por falar em Temer…
A sociedade está em outra. Levantamento feito pelo Palácio do Planalto nos últimos tempos mostrou que o presidente é o primeiro assunto da mídia (e, na maioria das vezes, com viés negativo). Nas redes sociais, porém, a pegada é outra. Temer aparece em 23º lugar no ranking de assuntos e/ou personagens mais comentados. Neymar e o fim da novela Força do Querer encabeçam a lista…
Meirelles alerta
Em jantar do site Poder360, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi direto no diagnóstico: Sem a reforma da Previdência, alguma coisa terá de ser aprovada, porque “há um teto”, que deu uma sinalização muito forte de controle das contas públicas. E isso terá que ser cumprido.
Põe lupa aí
O senador Airton Sandoval (PMDB-SP) quer ampliar a CPI do BNDES para os financiamentos destinados ao Desenvolvimento Integrado dos Estados (Finem). Não por acaso, governadores aliados aos governos de Lula e de Dilma estão para lá de preocupados.
Quem cala…/ Perguntado se será candidato a presidente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), diz que é cedo para tratar do tema e coisa e tal, dá aquela enrolada básica nos jornalistas e empresários presentes ao jantar do site Poder360. A coluna emenda: “Mas o senhor não diz que não é candidato…” Meirelles, então, responde: “Eu não, para quê?”.
A voz da América/ O embaixador dos Estados Unidos, Michael Mckinley, presente ao jantar, fez questão de dizer que a percepção do Brasil lá fora está muito melhor do que é percebido aqui, entre os brasileiros. “Há muito interesse em investir no Brasil”, afirmou, para delírio de Meirelles.
A voz da oposição/ Renan Calheiros volta à tribuna do Senado hoje para dizer que seis pedidos de investigação contra ele já foram arquivados. Falará também do PMDB da Câmara e defenderá o afastamento do presidente Michel Temer.
A voz da intriga/ Rodrigo Maia estava todo contente na sala de café, acabara de chegar do Planalto, eis que o deputado Silvio Costa (Avante-PE) surge com uma proposta: “Estou trabalhando por você (para presidente da República agora)! Sem remuneração!” Rodrigo apenas sorri: “Isso. Trabalhe” E falando baixinho completa: Para 2019!”