marce Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 12/4/16

PEC da Tributária vira tábua para três crises

Publicado em Política

PEC da Tributária vira tábua para três crises
Ao dizer que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pode “evoluir na análise da Proposta de Emenda Constitucional 110 (reforma tributária) ainda este ano”, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), dá uma saída honrosa para o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP): colocar em pauta a PEC 110, o que deve levar algumas semanas, e, em seguida, colocar em pauta a sabatina de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em votação.
Assim, Alcolumbre teria em pauta um tema que é cobrado pelo mercado, como uma luz para tentar arrefecer a crise econômica. Ajuda os governadores, que estão contra a mudança do cálculo do ICMS, aprovado pela Câmara na quarta-feira. E, de quebra, dá um tempo para resolver o imbróglio gerado pelo atraso na sabatina de Mendonça. Falta combinar, porém, com os governistas e com os senadores que estão irritadíssimos com essa “birra” do presidente da CCJ.

 

Ponto sem retorno
Davi Alcolumbre não conseguirá abrir uma sessão da CCJ sem ser cobrado pela sabatina de André Mendonça. O presidente Jair Bolsonaro também não pode ceder ao senador. Se o fizer, ficará desmoralizado.

 

Placar
A avaliação dos senadores é a de que Alcolumbre não marca a sabatina porque não tem número para rejeitar a indicação de Mendonça para ministro do STF.

 

De fora para dentro não vai
Em vários estados, a onda provocada pelos apoiadores de Eduardo Leite na prévia que escolherá o candidato do PSDB ao Planalto é vista com desconfiança, porque está mais incensada por quem não tem voto dentro do partido. Além disso, vem de Minas Gerais a ideia de fazer de Leite candidato a vice numa chapa encabeçada por Rodrigo Pacheco.

 

Por falar em economia…
A fala do presidente sobre privatizar a Petrobras foi bem recebida pelo mercado, porém não pelo mesmo motivo de Bolsonaro. O presidente quer se livrar do imbróglio do preço dos combustíveis. O mercado quer é se livrar da intervenção política na estatal.

 

… o futuro é logo ali
No governo, há quem também olhe para essa privatização com bons olhos, e por outros motivos. É que, atualmente, mesmo um mau negócio no petróleo é considerado um bom negócio. Porém, no futuro, com a sustentabilidade e as novas fontes de energia, a tendência é o mundo, aos poucos, abandonar os combustíveis fósseis.

 

Guedes na Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou aos parlamentares que vai marcar a audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no plenário da Casa, já na semana que vem. A ideia é que ele explique logo a offshore de forma a virar essa
página de desgaste.

 

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Eles escolheram outro/ O ex-ministro Aloizio Mercadante (foto) ensaiou seu ingresso como interlocutor do mercado da pré-campanha do PT à Presidência da República. Deu água.

O preferido/ Com os ex-ministros da Fazenda de Lula queimados ou cuidando da vida fora da órbita petista, o mercado prefere conversar com o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad — que, aliás, foi o convidado do jantar promovido pela Esfera, instituição que reúne empresários e financistas em São Paulo.

Veja bem/ Haddad disse aos presentes que Lula está maduro e não chegará com sede de vingança contra aqueles que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, nem tampouco aqueles que o levaram à cadeia. Essa desconfiança, porém, não se dissipou.

Flávia em movimento/ A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, trabalha com um olho na articulação política de Bolsonaro e outro na sua base eleitoral no DF. Esta semana, ela entregou 12 eletrocardiógrafos ao Instituto de Cardiologia do DF, o antigo Incor-DF, adquiridos com suas emendas ao Orçamento da União.

Ibope baixo/ Por essa o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) não esperava. Ele foi tomar a segunda dose da vacina contra covid-19 num posto de saúde e foi alvo de xingamentos, do tipo “miliciano”, “genocida” — e por aí foi. Tem deputado bolsonarista dizendo internamente que evita sair em fotos com o senador dono da mansão de R$ 6 milhões.