Coluna Brasília-DF
O que dependia diretamente dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro já foi feito para a formação do Aliança pelo Brasil — ou seja, a coleta de mais de 500 mil assinaturas. Porém, eles não vão parar com essa busca como forma de demonstrar força na largada. Falta, entretanto, a parte mais difícil, a conferência desses apoios na Justiça Eleitoral. Essa parte foi, inclusive, a que evitou a formação do partido de Marina Silva a tempo de colocar a ex-senadora como candidata na eleição de 2014 — o que a levou a optar pela vice de Eduardo Campos, morto num acidente de avião durante a campanha.
Gestos que falam alto
A presença do chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, no feriadão de carnaval, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi um recado direto àqueles que pretendem culpar o ministro pelas agruras governamentais no Congresso. A mensagem é: “não mexam com Ramos, ele é leal”.
Fim de festa
A reforma administrativa que o governo prepara será mais profunda do que se divulgou até agora. Ou seja, não vai se restringir à extinção de carreiras em desuso por causa da tecnologia.
Na encolha
Juntos no carnaval, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, têm interesse na corrida presidencial, mas vão apostar algumas fichas na reeleição. Afinal, se Bolsonaro estiver popular no final de 2021, ninguém vai arriscar entrar no confronto direto contra o capitão.
Pragmatismo eleitoral
Entre os bolsonaristas, há a certeza de que o maior adversário de Bolsonaro é ele mesmo. Porém, se a economia apresentar bons resultados, as palavras que o presidente solta aqui e ali serão esquecidas pela maioria do eleitorado.
Espuma para entreter
É assim que os bolsonaristas mais sensatos veem as manifestações de protesto contra o presidente nas escolas de samba do Rio, de São Paulo e no carnaval de rua pelo país. Numa democracia, são válidas. Mas, abertamente, nenhum bolsonarista fará esse discurso. Faz parte do show manter a polêmica em alta.
Eduardo na lida/ Enquanto a maioria curte o carnaval, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está em Washington para participar da CPAC (Conservative Political Action Conference), a maior conferência dos conservadores do mundo, algo que ele planeja trazer para o Brasil a fim de dar embasamento teórico e planejamento estratégico para o conservadorismo brasileiro.
Eduardo no discurso/ O deputado brasileiro fala em dois painéis: O primeiro deles “CPAC exile: The Unshackled Voices of Socialist Regimes” — em tradução livre,”CPAC exílio: As vozes destemidas dos regimes socialistas”. O segundo, é “CPAC: The World is Watching” — “O mundo está assistindo”.
Eduardo no planejamento/ O deputado pretende trazer o know how do evento para o Brasil, para tentar construir uma “sociedade mais esclarecida sobre os malefícios do socialismo e as iscas que eles jogam para pescar apoios e eleitores”. A ideia é formar centros de reflexão (think tanks) em todo o país. “É um trabalho hercúleo, mas todo o verão começa com uma andorinha”, diz Eduardo. A CPAC nos Estados Unidos vai até sábado.
Eduardo na plateia/ O evento terá um painel específico sobre a China, tratada como “o perigo presente”, e vários sobre a luta contra as fake news (sim, eles também reclamam desses abusos). Os pontos altos são as palestras do presidente Donald Trump, do vice, Mike Pence, e a exposição do secretário de Estado, Michael Pompeo. Pompeo falará no jantar da sexta (com ingressos a US$ 250 ou para aqueles que compraram os pacotes premium de todo o evento, com preços entre US$ 1.200 e US$ 5.750). Os palestrantes na CPAC, obviamente, são convidados.