Ao abrir a reunião ministerial, o presidente Lula deu as indicações de que estará voltado mais ao mercado interno do que à agenda internacional. O momento é de dar visibilidade ao governo, por isso , inclusive, a inclusão do novo ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, entre os primeiros a falar no encontro que ocorre neste momento na Granja do Torto. Ao que tudo indica e pelas conversas que este blog teve antes desta reunião, da mesma forma que Trump já deu todos os sinais de que terá uma relação pragmática como Brasil, Lula seguirá por esse caminho. Afinal, ambos têm outros problemas a resolver neste momento.
No caso de Lula, o que mais preocupa neste momento, como ele bem deixou claro em seu discurso, é a inflação de alimentos. Sem resolver esse problema, ele sabe que não tem 2026. Por isso, citou que o momento ;e de “reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador”. Tudo estará voltado para este ponto, dentro do governo, em termos econômicos. E para isso, lembrou o presidente, é preciso estar atento ao que a população anseia nesses anos 2020., muito diferente dos 1980. Há uma parcela expressiva que não deseja mais a carteira de trabalho assinada numa fábrica e sim o empreendedorismo, Quanto à política, os ministros indicados pelos partidos foram chamados a conversar com suas respectivas legendas para saber “se querem continuar trabalhando conosco ou não. é uma grande tarefa”, afirmou o presidente.
Ficou muito claro ainda que a questão relacionada à portaria da Receita Federal, que causou muita polêmica neste mês de janeiro e terminou revogada, não pode se repetir. Por isso, tudo agora terá que passar pela Casa Civil. A centralização das decisões, conforme avaliaram técnicos, políticos e a turma da comunicação de Lula, é necessária para evitar maiores tropeços no futuro. Afinal, se houver uma confusão por mês, o governo passará 2025 na defensiva. E, conforme Lula afirmou, este é o ano “da grande colheita”, de terminar os projetos e entregar serviços ao povo brasileiro. Lula não disse, mas sabe que, se falhar, a oposição mais radical voltará ao poder. E ele quer “eleger um governo para continuar o processo democrático, privilegiando educação e não os algorítimos”. Quanto à agenda internacional, Lula está mais voltado à reunião dos BRICs, em julho, e à COP30, em Belém. Momentos de dar pitaco na geopolítica , mostrar o país aos estrangeiros e atrair investimentos. Vamos aguardar o final deste encontro na Granja do Torto, que, a contar pelo desejo de exposição dos ministros, vai longe.