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Oposição prefere abrir CPI da Educação; não a da Petrobras

Publicado em coluna Brasília-DF

Se as dificuldades para instalar uma CPI da Petrobras já estavam grandes, agora mesmo é que não sai do papel. A avaliação dos oposicionistas, que até aqui resistem a assinar criação do colegiado, é de que a da Educação desgastará muito mais porque atinge o primeiro escalão do governo. “Quanto à Petrobras, tem muita gente com um pé atrás”, comentavam, ontem, os deputados, debochando da rima.

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Em relação aos combustíveis, os oposicionistas acreditam que embora a irritação com os aumentos seja forte, a população entendeu as amarras que o governo federal tem e culpa a empresa. Agora, em relação à educação e à escola, aí a responsabilidade de evitar desvios é do governo federal. E o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter dito lá atrás que colocava “a cara no fogo” pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é a confirmação de que as investigações demoraram.

Abalou, mas…
A prisão de Ribeiro arranha o verniz do discurso de que não havia corrução no primeiro escalão do governo. Porém, a declaração de Bolsonaro à rádio Itatiaia que “se (Ribeiro) tiver culpa, ele que pague” já foi adotada pela base do presidente.

…tem jeito
A avaliação interna no PL é de que o fato de Ribeiro ter sido preso pela PF reforçará duas imagens: primeira, a de um governo que não compactua com malfeitos; a segunda, de que Bolsonaro não interfere no trabalho da Polícia Federal.

Eles também fizeram
Entre os aliados de Bolsonaro, esse distanciamento entre o presidente e o ex-ministro vai na linha do que fizeram todos os antecessores quando tinham auxiliares enroscados em escândalos. “Lula fez isso com José Dirceu e Antonio Palocci e ninguém criticou”, comentam aliados de Bolsonaro.

Estou blindado?
Aliás, Bolsonaro já tem na ponta da língua a resposta para o caso de Ribeiro repetir que só cumpriu ordens do presidente. “Não mandei fazer nada errado ou que contrariasse a lei.”

CURTIDAS

Hora de estudos/ O fim de semana prolongado na Câmara será dedicado aos estudos jurídicos para ver o que será preciso para que o governo aprove o estado de calamidade que garante o voucher de R$ 1 mil aos caminhoneiros, além de um vale gás mais robusto para as famílias de baixa renda. Até aqui, os congressistas acreditam que para os pagamentos no ano eleitoral, só com estado de calamidade.

São João da estratégia/ Enquanto os deputados curtem as festas juninas nas bases eleitorais, a cúpula do Congresso vai preparar o clima para tentar votar os vouchers dos combustíveis na semana que vem. O tempo está cada vez mais curto para que as medidas surtam efeito no período eleitoral.

“Do Ceará…/ Autor da proposta que limita o ICMS dos combustíveis, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), defendeu o fim da cobrança de impostos sobre gasolina, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez o mesmo. Os colegas de Danilo no Congresso brincavam que o cearense fez escola. “Virou sucesso nos States, hein?”

….para o mundo”/ O meme traz uma foto de Biden com a frase “Danilo, posso copiar seu trabalho?” E Danilo responde: “Pode, só não faz igual”. E, abaixo, logo depois de uma cópia de reportagem a respeito do pedido de Biden ao Congresso americano, vem a inscrição: “Ô cabra imitão!”