Coluna publicada em 3 deoutubro de 2024, por Denise Rothenburg
Com a aprovação do governo oscilando para baixo, conforme registrou a última pesquisa Quaest, a avaliação de setores do PT é a de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que refazer toda a estratégia de comunicação dos atos governamentais e dobrar o cuidado com os aliados. Se não houver uma recuperação rápida, a tendência é a turma zarpar em busca de outras alianças rumo a 2026.
O União Brasil, por exemplo, é aliado, tem ministros, mas concorre contra o PT e a esquerda em várias cidades. Além disso, já se sabe que o partido tem no governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um pré-candidato ao Palácio do Planalto. Nesse sentido, ou o governo recupera popularidade a fim de mostrar-se mais competitivo do que os adversários, ou os ministros terminarão por deixar o governo.
Em tempo: os petistas sabem que, com uma pauta econômica pesada no Parlamento, não dá para prescindir de aliados nesse momento. Tudo será feito para que as questões eleitorais de 2026 fiquem restritas ao ano eleitoral, de forma a manter uma base capaz de sustentar os projetos governamentais.
E tem mais
As investigações sobre desvio de recursos de emendas ao Orçamento, por enquanto, está focada no Maranhão e em Sergipe. Se a lupa ampliar o alcance, vai atrapalhar os planos do governo de manter uma base no Parlamento e a eleição para a Presidência da Câmara entrará no imponderável.
O centro reina
A avaliação dos políticos é de que o centro da política sairá vitorioso da eleição, no próximo domingo. Significa que quem quiser ter sucesso em 2026, terá que lhe render homenagens daqui para frente.
Racha prejudica
A disputa pela Presidência da Câmara ameaça tirar do centro esse poder todo. Divididos e magoados, eles não conseguirão chegar a 2026 tão fortes quanto pretendiam, ainda que saiam das urnas com um maior número de prefeituras.
Lula em fúria/ O presidente ficou irado ao descobrir que a internet do avião presidencial não funcionava. Em meio a palavrões, comentava que qualquer avião “mequetrefe” tem internet e ali não funcionava. Não dá para um chefe de Estado ficar incomunicável por horas.
Tem motivos/ Aliados de Lula dizem que, desde o 8 de janeiro, quando estava fora de Brasília e quase sofreu um golpe de Estado, o presidente não fica sem comunicação com o Planalto — onde a avaliação é na linha do “orai e vigiai”.
Campanha não tem fim/ Com o término do horário eleitoral gratuito de rádio e tevê nos municípios, restará o pugilato na internet. Território preferido de Pablo Marçal, em São Paulo, e dos bolsonaristas que apoiam Alexandre Ramagem, no Rio de Janeiro. Marçal, por exemplo, promete partir para o tudo ou nada.
Fafá é patrimônio/ A cantora Fafá de Belém (foto), uma das joias do Pará, teve seu trabalho transformado em patrimônio cultural de natureza imaterial do estado. A lei foi sancionada, esta semana, pelo governador Hélder Barbalho (MDB). Viva Fafá!