Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg
Muitos políticos ficaram meio cabreiros com a live do presidente Jair Bolsonaro em que ele mandou uma mensagem direta àqueles que cogitarem qualquer pedido de impeachment. Ao dizer que não podia lançar o país numa aventura e que lutou muito para chegar ao Planalto, o presidente foi direto: “Tudo tem limite. Não tenho sangue de barata, lutei para chegar aqui, me livrei da morte naquela facada (…) e jamais vou aceitar, se aparecer um dia algum movimento conspiratório. Me tirar daqui de qualquer jeito, sem motivo, não vai mesmo. Ou para escravizar o nosso povo”, disse o presidente.
A complementação à essa colocação foi “por decreto, ajudamos muita gente a comprar armas e munições”. Para bons entendedores, a mensagem está dada: Bolsonaro chamará os seus para defendê-lo em caso de qualquer processo. Desde que não seja em caso de um resultado eleitoral desfavorável daqui a um ano e 10 meses, está tudo certo.
A semana de aposta no PT
O candidato do bloco “Câmara Independente” à Presidência da Câmara, Baleia Rossi, aproveita o fim de semana para mapear o apoio da oposição-raiz ao governo federal. Dos governadores, por exemplo, tem o apoio de Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE). Em tempo: ambos defendem que o partido siga em frente e evite o que consideram pior, ou seja, a eleição de Arthur Lira, aliado de Bolsonaro.
Ciúme de político…
… Reza a lenda, é pior do que ciúme de mulher. Não foi bem recebido, no MDB, o almoço do presidente Jair Bolsonaro com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). No governo, porém, há quem diga que o presidente adotou apenas uma “cortesia” com Davi Alcolumbre que nunca deu motivos para não receber um bom tratamento por parte dos inquilinos do Alvorada.
O pulo de Alcolumbre
O atual presidente do Senado pretende fazer com Rodrigo Pacheco tal e qual agiu em 2019, quando oficializou a sua candidatura no último minuto. Só tem um probleminha: desta vez, o candidato do DEM não concorrerá contra Renan Calheiros, que foi para a campanha desgastado. Os nomes do MDB que estão na roda têm condições de derrotar o atual comandante do Senado.
Saúde e economia andam juntas
Até aqui, o turismo, no final do ano, não correspondeu às expectativas, o número de casos de covid-19 voltou a subir e muitas cidades se viram obrigadas a apertar as medidas de isolamento para tentar evitar o pior. Desse jeito, avaliam os economistas, a ideia do governo de cuidar da saúde e da economia terá que ser revista, porque funcional, aos trancos e barrancos, apenas para a segunda.
Um homem, dois discursos/ No quase monólogo que o presidente Jair Bolsonaro transmitiu em suas redes sociais, em 24 de dezembro, faltou espírito natalino e sobraram críticas às vacinas. Muito diferente do pronunciamento que foi ao ar em cadeia nacional de rádio e tevê, ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Por falar em discurso…/ A contar pelo discurso de João Amoedo (Novo) em entrevista ao Estadão, o presidente Jair Bolsonaro perdeu seu apoio no segundo turno. Porém, há um senão: desde que o adversário não seja o PT.
Lei Viviane/ A morte da juíza Viviane Vieira Arronenzi, covardemente assassinada a facadas pelo ex-marido na frente das filhas, é mais uma mostra de que ainda estamos longe de garantir proteção às mulheres ameaçadas por ex-companheiros. A Associação Nacional dos Desembargadores (Andes) e a Andes-Mulher vão pedir novas leis para aumento da pena para casos de violência doméstica contra magistradas e mulheres que atuam na área de segurança e Justiça.