Em suas reuniões mais reservadas sobre cenários sem Lula, os petistas lançaram um alerta vermelho para todos os estados: quem não seguir com o candidato do partido a presidente da República ficará sem legenda para concorrer. Há o receio de que, com a condenação, candidatos a governos estaduais e ao Senado busquem uma aproximação com outros presidenciáveis, deixando o PT na mão. Num desses encontros, muitos lembraram o caso do governador do Ceará, Camilo Santana. Candidato à reeleição, Camilo esteve em São Paulo, por esses dias, em defesa de Lula, mas é ligado a Ciro Gomes (PDT).
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O aviso vem a calhar. Afinal, é a primeira vez que o PT periga ter o seu maior líder longe dos palanques. Mesmo quando Dilma foi candidata, era Lula quem encerrava os comícios e encantava o povo. Vale lembrar que na única vez em que Lula cogitou não ser candidato, em 1998, o PT insistiu por causa da capacidade dele de alavancar o partido nos estados. Agora, se Lula estiver preso, além da dificuldade de arregimentar aliados, terá o desafio de segurar os seus.
Alarmou geral
O pedido de retenção do passaporte do ex-presidente Lula deixou o PT de cabelo em pé. Há o receio de que o juiz da 10ª Vara Federal do DF, que apura os caças, tenha novas informações sobre as negociações dos aviões. Em 2009, Lula anunciou que compraria os caças franceses. Três anos depois, já na gestão de Dilma, o governo fechou com os suecos por causa da transferência da tecnologia.
Vai ou racha I
De volta ao Brasil, o presidente Michel Temer combinou com o comandante da Câmara, Rodrigo Maia, que a reforma da Previdência será votada mesmo em 19 e 20 de fevereiro, seja para ganhar ou perder. Assim, se não tiver votos, o governo terá tempo para tentar encontrar outras saídas para manter o curso positivo da economia.
Vai ou racha II
Caso o governo não encontre alternativas e a economia pare de responder com números positivos, o discurso estará pronto: a culpa foi dos congressistas que preferiram agradar aos servidores de altos salários e as corporações em detrimento dos mais pobres, que não têm suas aposentadorias afetadas pela reforma.
Pelas beiradas
Enquanto os tucanos se dividem em busca de um nome para concorrer à sucessão de Geraldo Alckmin em São Paulo, o vice-governador Márcio França vai conquistando os prefeitos tucanos, em especial os que têm estreita relação com Alckmin. Paulo Alexandre Barbosa, de Santos, não esconde sua preferência: “O Márcio demonstrou ser um grande aliado do governador, fiel, correto. E eu não tenho dúvidas de que vai dar sequência ao bom trabalho que o Geraldo fez. O esforço que eu, pessoalmente, vou fazer é para a manutenção dessa boa aliança, que foi boa para São Paulo e será importante para o país”, comentou.
CURTIDAS
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Olhar de Marina/ Marina Silva (foto) é vista internamente no PT como a maior herdeira dos votos de Lula, por causa de sua história parecida com a do petista. A ala mais lulista, entretanto, não quer ver a ex-ministra do Meio Ambiente nem pintada. Ela, por esses dias, reafirmou o respeito às decisões judiciais e à Lava-Jato. Deixou claro que…Não se mistura.
A postos/ O MDB pode até querer esperar mais um tempo para lançar candidato a presidente da República, mas seus filiados, não. O superintendente da Sudeco, Antonio Carlos Nantes de Oliveira, esteve ontem com o presidente do partido, Romero Jucá, e, numa longa conversa, avisou que apresentará seu nome à convenção.
E Michel vai para a galera…/ Este fim de semana marcará a presença do presidente Michel Temer em programas populares. Amaury Júnior, Ratinho, Silvio Santos. Tão logo termine, o MDB colocará pesquisadores na rua para verificar como a população recebeu o presidente.
Lá e cá/ Em sua passagem pelo Fórum Mundial Econômico em Davos, o presidente Michel Temer explicava a um empresário norte-americano sobre a tentativa de aprovar a idade mínima para as aposentadorias. O sujeito foi direto: “Nossa, vocês ainda estão nessa discussão de idade mínima?”