No rastro do salvo-conduto

Publicado em coluna Brasília-DF

Dois movimentos começaram a ser formar assim que o Supremo Tribunal Federal concedeu um salvo-conduto para que o ex-presidente Lula não seja preso na semana que vem, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região termina o julgamento dos embargos apresentados pela defesa do ex-presidente. O primeiro vem do próprio PT, no sentido de colocar seus militantes na rua a fim de pressionar a Suprema Corte a conceder o habeas corpus depois da semana santa.

O outro movimento vem dos advogados, ávidos por obter para seus clientes o mesmo direito concedido a Lula. O STF, dizem alguns, abriu a porta da esperança para todos que estão presos ou na iminência de enfrentar a cadeia. Que o diga o ex-ministro Antonio Palocci, preso há um ano e cinco meses. Até hoje, seu pedido de habeas corpus não foi julgado. Não por acaso, dizia ele a outros detentos na carceragem da PF em Curitiba, Lula “furou a fila”. Agora, o STF está exposto e terá que organizar a vida dos demais.

A ordem dos fatores eleitorais
O próximo grande ato rumo à eleição presidencial de 2018 será o julgamento do habeas corpus de Lula, em 4 de abril. Se ele conseguir o HC, continuará percorrendo o país com sua campanha. Se for preso, a grande aposta da esquerda será Ciro Gomes, do PDT, que terá mais espaço para angariar apoios na esquerda antes da campanha propriamente dita.

Pelo jeitão…
A ministra Rosa Weber continuará como o centro das atenções até votar no HC de Lula. As apostas ainda são de que ela votará contra a concessão do HC, porque o entendimento tirado pela maioria do Supremo na última votação sobre a prisão em segunda instância validou essa possibilidade.

Casimiro nos Transportes
O atual diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), Valter Casimiro, assumirá o Ministério dos Transportes a partir de 7 de abril, quando o ministro Maurício Quintela sai para disputar eleição em Alagoas.

“O MDB tem que estar dentro do debate de 2018. Fizemos muita coisa em pouco tempo para nos omitirmos do debate eleitoral. Se o candidato será Michel (Temer) ou outra pessoa, a decisão será do Michel”
Do presidente do MDB, senador Romero Jucá

Autoridades na área I/ A internação do senador Edison Lobão (MDB-MA), 81 anos, no Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, tem causado alvoroço. Palavra de ordem é privacidade. Há cinco dias hospitalizado, por causa de fratura do fêmur esquerdo, o político já recebeu visitas de correligionários ilustres, como a do ex-presidente presidente José Sarney (foto) e do presidente do Senado, Eunício Oliveira.

Autoridades na área II/ Para restringir o acesso a Lobão, ele foi transferido de um quarto no 3º andar do hospital para uma suíte máster no 5º andar — com direito a artigos de luxo e mimos. A segurança no local foi reforçada e até a entrada de funcionários é controlada. O quadro clínico dele é estável e a recuperação é considerada pelos médicos “um sucesso”.

Jucá é tetra/ O senador Romero Jucá está no “aquecimento” para assumir a relatoria do Orçamento de 2019. Significa que o próximo presidente, seja quem for, terá que conversar com o senador, que tem o apelido de relator-geral da República.

Lula e Marielle/ A mobilização registrada na porta do Supremo Tribunal Federal foi menor do que esperavam tanto os petistas quanto os movimentos que defendem a prisão do ex-presidente. O debate foi grande nas redes sociais. Presença física mesmo, nos últimos tempos, só em protesto pela morte da vereadora Marielle. O discurso do fim da violência ganha de todos os demais temas.