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No discurso na ONU, Bolsonaro esqueceu de corrupção e segurança para os turistas

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O discurso do presidente Jair Bolsonaro nas Nações Unidas não citou nem sequer uma vez o combate à corrupção, nem tampouco mencionou que as cidades brasileiras representam um porto seguro para os turistas do mundo inteiro, dois pontos que faltaram se comparados à fala presidencial de 2019.

Lá atrás, com nove meses e governo, Bolsonaro ainda não era próximo do PP de Ciro Nogueira, do PTB de Roberto Jefferson e ressaltava o “patriotismo, a perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o doutor Sergio Moro, nosso atual ministro da Justiça”.

A segurança nas cidades brasileiras também foi deixada de lado. Em seu lugar, entrou a defesa das reformas, o apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em tempo: Conforme antecipou a coluna, Bolsonaro desta vez não citou nenhum ministro. Afinal, como ele já pode perceber enquanto presidente da República, a velha expressão “entra comigo e sai comigo” que ele usou para nomear muita gente, já caiu em desuso faz tempo.

Em ano eleitoral, não vai

Quem fez as contas garante: Com a eleição chegando aos lares dos brasileiros no início de outubro, com horário eleitoral, o governo não terá votos para aprovar o auxílio emergencial de R$ 300. Ninguém vai querer botar a cara e o nome no painel de votações e arriscar levar um “cartão vermelho”

A guerra do teto

A contar pelo que disse o secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, a “tentação” de mexer no teto de gastos deve ser contida. No painel Telebrasil desta semana, o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer e ex-presidente do Banco Central de Lula lembrou que é um dos instrumentos do governo para manter a confiança de que o país cuidará de equilibrar suas contas.

Separação litigiosa

Meirelles, com esse discurso, fica a anos-luz do PT de Lula. Ao lançar o plano de reconstrução nacional na segunda-feira, o PT defendeu o fim do teto de gastos e mais presença do estado para resolver a crise econômica. Meirelles se mantém na linha de atrair investimentos.

O funil das reformas…

A área econômica já sabe que reforma administrativa este ano não sai. Se alguma alteração constitucional for aprovada, será o primeiro turno da reforma tributária e olhe lá. Daí, a intensa agenda de reuniões desta semana. A ideia é acelerar esse processo e, se der, incluir o novo imposto sobre sobre operações eletrônicas.

Olho no lance/ Deputados e senadores começam a prestar atenção nas grandes casas de apostas digitais que faturam bilhões, por exemplo, com o futebol. Dados que circulam entre os parlamentares apontam R$ 4 bilhões arrecadados na Copa do Mundo.

Agora, os elogios, talkey?/ A presença de líderes no Planalto, ontem, para acompanhar, ao lado de Bolsonaro, a exibição do discurso na ONU, e já saíram dali com as orientações na ponta da língua para elogiar a fala presidencial.

Tensão no Senado/ O jantar que o senador Izalci (PSDB-DF, foto) ofereceu, ontem, aos colegas num amplo salão de festas da cidade, atraiu as excelências cansadas do isolamento, mas alguns foram com medo. Apesar do distanciamento social, sabe como é, em meio a confraternização, muita gente esquece que o Brasil ainda vive uma pandemia.

Por falar em tensão…/ O discurso na ONU reavivou o mal-estar entre o presidente Jair Bolsonaro e o conselho nacional dos secretários de saúde (Conass). Essa história de dizer que ficou fora da coordenação da covid-19 foi meia-verdade.