Muito além do Jaburu

Publicado em coluna Brasília-DF

Embora seja crescente a sensação de que Dilma Rousseff ficará no poder até o fim do mandato, deputados peemedebistas e outras autoridades que visitaram o vice-presidente Michel Temer por esses dias saíram convencidos de que ele está em franca movimentação para se consolidar como alternativa de poder. Se não for para já, talvez para 2018. Quem o conhece não pestaneja ao dizer que o vice-presidente começou a gostar do jogo. E, discretamente, vai caminhando sem perder, em público, aquele jeitão de quem não está fazendo nada demais.

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Há quem diga que Michel só largará uma pré-candidatura se José Serra se apresentar para ser o candidato dentro do PMDB. Nesse momento, o senador ainda avalia se tem condições de jogo dentro do PSDB. Os tucanos, que já perceberam algum movimento na turma de Michel, começam a pensar que hoje o impeachment da presidente Dilma só ajudaria o PMDB, que assumiria o poder, e Lula, que cantaria de galo na oposição.

Preliminar
Antes de escolher o futuro presidente da Câmara, o PMDB definirá seu novo líder. Um grupo se prepara para tentar tirar de cena qualquer movimento que possa resultar na recondução de Leonardo Picciani (RJ). Tudo para não deixar o líder forte o suficiente para tentar concorrer à Presidência da Câmara, na hipótese de Cunha deixar o cargo antes
do prazo.

Isolamento
Corre à boca pequena que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, não está conseguindo centralizar todas as decisões da empresa como gostaria. A maioria dos diretores e gerentes toca a vida sem lhe dar satisfações de todos os atos.

Mar de tragédias
Depois da demora em criar barreiras de contenção a fim de evitar que a lama tóxica liberada pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco se espalhasse pelo Rio Doce, vem a falta de ações rápidas para conter o Zika, vírus decorrente do mosquito da dengue. Especialistas alertam que, sem ações rápidas para exterminar o mosquito transmissor, o Brasil corre o risco de ter no futuro 10 mil crianças com microcefalia.

Guerra fria tucana
A escolha do líder do PSDB na Câmara corre o risco de virar uma guerra. No páreo, o deputado Marcus Pestana (MG) corre pela escuderia de Aécio Neves. Por isso, não conta com a simpatia de José Serra, que defende Otávio Leite (RJ). Os paulistas, ligados a Geraldo Alckmin, também não querem entregar a liderança a Minas Gerais. Só confusão.

A conta de chegada/ Considerado figura certa no segundo turno para prefeito de São Paulo, o deputado Celso Russomanno trabalha hoje para se desvincular um pouco da igreja. É que, para vencer, ele precisa ampliar os votos em outros credos.

O vídeo de Rosso/ O líder do PSD, Rogério Rosso, fez circular um vídeo em que aparece com centenas de garrafas de água mineral ao fundo, prontas para serem enviadas às cidades atingidas pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco. Na mensagem, ele pede que as doações de água mineral sejam entregues na liderança do partido na Câmara.

Voz ativa/ O grupo de jovens tucanos composto por Bruna Furlan (SP), Arthur Bisneto (AM), Bruno Covas (SP), Sheridan (RR), Mariana Carvalho (RO), Pedro Cunha Lima (PB), entre outros, trabalha para formar uma aliança capaz de fazer de um deles líder do PSDB no ano que vem. Falta combinar com os mais antigos, que não se mostram dispostos a abrir do espaço aos novatos.

Pente-fino/ A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fecharam acordo para fazer uma varredura nas 1.212 normas aplicadas atualmente a cosméticos, produtos médicos, alimentos e agrotóxicos. Até o fim do primeiro trimestre de 2016, CNI e Anvisa vão verificar as normas obsoletas e aquelas sobrepostas, de forma a tornar as regras mais eficientes.