No “café com autoridade”, promovido pela Abrig, a associação dos profissionais de relações institucionais e governamentais do país, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que hoje ainda não tem os votos para aprovar a reforma da Previdência e conclamou a “torcida” pró-reforma a entrar em campo para que a votação ocorra ainda em fevereiro. Em seguida, desabafou a falar do “ativismo político” do Judiciário como reflexo dessa reforma. “Setores do Judiciário têm tomado decisões que nada têm a ver com a Constituição Federal. OAB joga para a torcida. Não se trata de defender se A ou B estará no Ministério. Trata-se do respeito à Constituição”, diz o ministro, referindo-se ao caso da deputada Cristiane Brasil, indicada ao cargo de ministra do Trabalho e impedida de tomar posse por decisão judicial.
Marun emendou com um desabafo sobre Lula, sem citar o ex-presidente: “Será que esse ativismo não começa a tirar credibilidade do Judiciário? No espírito da legalidade, um condenado em 1a e 2a instâncias é líder em todas as pesquisas. Será que é só s política que está sem credibilidade? Se condena há 12 anos de prisão e é o líder, será que é só a política que está sem credibilidade ou a Judiciário começa a perder a sua?”, provoca.
Marun citou ainda o episódio dos bois em Santos:”Se eu fosse bilionário e dono daquele navio, soltava 27 mil bois em Santos. Seria uma demonstração de que a racionalidade começa a não ser pré-requisito das decisões judiciais. Isso é grave”, disse ele.
A plateia tentou saber de Marun sobre outras pautas, além da reforma previdenciária. Marun não avançou, mas deixou o recado: “Se não votar em fevereiro, não vamos insistir. Vamos ver o que será possível fazer”, comentou.