Vice-presidente do Tribunal de Contas da União, o ministro José Múcio Monteiro saiu em defesa da candidatura de Lula. Em entrevista à rádio Jornal, em Recife, ele afirma que “líder não pode ser impedido” de se candidatar: “Se Lula não for candidato é ruim para a democracia. SE ele for impedido sem prova inconteste, quem ganhar terá muita dificuldade de governar”, avalia. José Múcio defendeu ainda a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer: “Tem que mexer. É feito remédio ruim, tem que tomar, senão morre”, compara, citando inclusive a situação do Rio de Janeiro, onde o governo estadual parcelou o pagamento das aposentadorias.
A posição de José Múcio, de defesa da candidatura de Lula, começa a ganhar corpo em outros setores. Até mesmo entre os adversários do PT, já existe que o melhor é derrotar o ex-presidente nas urnas, de forma a evitar que mais tarde os movimentos sociais ligados ao PT tentem tumultuar a vida de qualquer outro que seja democraticamente eleito em outubro. Essa discussão, aliás, promete ganhar corpo nesses dias em que o julgamento se aproxima. A sessão do TRF-4 que analisará o recurso de Lula contra a sentença do juiz Sérgio Moro no caso do tríplex no Guarujá está marcada para 24 deste mês.
Da parte do governo do presidente Michel Temer, entretanto, não se ouvirá muitas vozes defendendo de público a candidatura do ex-presidente. O próprio Temer estará em Davos, na Suíça, quando houver o julgamento. A data do forum econômico mundial não podia ser melhor para tirar Temer de cena, enquanto Lula estiver em julgamento no TRF-4, em Porto Alegre.