A decisão de hoje no Supremo Tribunal Federal, seja a favor seja contra a prisão do presidente Lula na segunda instância, não vai arrefecer o clima de guerra na Suprema Corte. O fato de a presidente Cármen Lúcia obrigar os ministros a se posicionarem sobre Lula, sem levar as ações que questionam a tese da prisão em segunda instância sem “fulanizar” só acirrou mais os ânimos. Quem não tira os olhos do STF e conhece os meandros da Suprema Corte aposta que Lula corre o risco de perder o habeas corpus por um placar de 6 a 5, de forma a manter a pressão para que os ministros avaliem a tese da prisão em segunda instância nas ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs) relatadas pelo ministro Marco Aurélio Mello. Cármen Lúcia já avisou que não vai ceder.
Em tempo: a corda está tão esticada que ninguém apostava ontem em pedido de vistas em relação ao habeas corpus. E o resultado, seja qual for, vai se refletir nas ruas, porque, assim como o PT mobiliza em favor de Lula, o movimento Vem pra Rua e outros jogam no time da prisão do ex-presidente. É a conflagração do impeachment da presidente Dilma Rousseff de volta em outro enredo.
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Uma coisa e outra coisa: vale lembrar que a decisão de hoje nada tem a ver com a candidatura. Esse assunto será tratado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 15 de agosto. Ou seja, a novela ainda tem muitos capítulos.
Chapa M-M
O presidente Michel Temer e o titular da Fazenda, Henrique Meirelles, tiveram “aquela conversa” olho no olho, em que o ministro disse que é Michel e não abre. Fará o que o presidente quiser. Foi a senha para que Temer passasse a auscultar muitos sobre as perspectivas de fazer do ministro seu vice. Moral da história: se Temer já pensa em vice, é sinal que a decisão de ser candidato está tomada, ainda que ele, no momento, diga apenas que não é “improvável”.
Melhor não
Meirelles na vice é considerado arriscado demais. Como ministro, representa a segurança de que a política econômica não muda. Como vice, nem tanto. Além disso, deixa a vaga na chapa aberta a quem agregue mais votos.
Depois de Alberto Fraga e a desembargadora…
Calado na execução de Marielle, Jair Bolsonaro age para segurar votos. Afinal, se abrir a boca, dizem os aliados dele, periga provocar uma onda contrária que nem o seu comando tático das redes sociais conseguiria conter.
Discretíssimo/ O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, nunca foi tão reservado quanto nestes tempos. Não quer brigas nem polêmicas e evita entrevistas. Preservado, será a voz da serenidade a partir de setembro, quando assume o comando da Suprema Corte.
E o DEM caminha/ Em 2014, o DEM teve dois palanques para governos estaduais, um na Bahia e outro no Acre. Agora, tem pelo menos 10 pré-candidatos a governador.
Acalma aí/ Diante da formação dos blocos partidários, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), decidiu não esperar o fim do troca-troca de partido para colocar as comissões da Câmara em funcionamento. Assim, tirou um ingrediente do leilão para filiações que impera hoje na Casa.
E o Jungmann, hein?/ Chegou ao WhatsApp dos amigos do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, uma carta em que ele deixa o PPS indignado com as mudanças de comando na legenda.
Lobby do bem/ O ex-ministro Milton Seligman autografa hoje o livro Lobby desvendado — democracia, políticas públicas e corrupção no Brasil contemporâneo. A partir das 19h, na Leitura, do Pátio Brasil.