Laços de família

Publicado em coluna Brasília-DF

Afastado do Credit Suísse, Sérgio Firmeza Machado, filho do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, rompeu com o pai e com os irmãos, Dide e Daniel. A expectativa do Ministério Público agora é que Serginho faça a “delação da delação” e conte tudo o que Machado não revelou. Até aqui, Machado falou da cúpula peemedebista, mas não citou as relações com o PT tampouco com o governo do Ceará ao longo dos últimos anos.

No rol das coisas que ainda precisam ser esclarecidas, está a compra de aço no Leste europeu e as viagens a São Petersburgo, antiga Leningrado. Depois que os grandes paraísos fiscais do Caribe ficaram manjados, é pra lá que parte da turma interessada em esconder dinheiro se dirige.

Tempo de mudança
Com o grande marqueteiro petista, João Santana, atrás das grades, a troca das agências de publicidade que serviram aos governos Lula e Dilma entrou na pauta do Poder Executivo.
Avaliação de quem sabe
Diante da nova denúncia contra Eduardo Cunha e com Cláudia Cruz transformada em ré em um dos processos da Lava-Jato, até o alto-comando do PMDB ligado a Cunha trabalha com a cassação do mandato.

Auditores em movimento
Os auditores fiscais começam a perder a paciência com a demora do Ministério do Planejamento em enviar o projeto de lei do acordo salarial deles ao Congresso. O projeto deferia ter chegado ao parlamento em 28 de maio, no dia seguinte à aprovação das alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano. Se não for aprovado até o final deste mês, o acordo, que prevê o aumento de 5,5% este ano, sofrerá novos atrasos no pagamento.

O tempo e o vento
As medições de popularidade de Dilma Rousseff pelo governo de Pernambuco indicam uma melhora da avaliação dela no Estado. Ali, dos três senadores, ela contará com dois, Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB). Fernando Bezerra Coelho, pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, integra hoje a oposição. Quando estava no poder, Dilma só autorizou conversas mais consistentes e institucionais com o PSB quando a casa já estava caindo.

CURTIDAS
Beni, um visionário/ Quando soube, em 2003, que Sérgio Machado dirigiria a Transpetro, o ex-governador do Ceará Beni Veras (PSDB), falecido em 6 de novembro do ano passado, comentou com uma amiga e um amigo de longa data: “Ou ele sai de lá trilionário ou preso”. O amigo emendou: “As duas coisas”.

Constrangimento à beça/ Integrante do Conselho de Ética da Câmara, o deputado do PR do Distrito Federal Laerte Bessa (foto) tem passado maus bocados nas entrevistas que concede em defesa de Eduardo Cunha. Essa semana, numa rádio, ele se referiu assim ao comentar que não mudaria seu voto em favor de Cunha pelo fato de Cláudia Cruz ter sido transformada em ré no processo da Lava-Jato: “Não pode criar um factóide que venha a sair do que foi proposto”.

Cid, o discreto/ Cid Gomes avisou ao prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, que deverá ficar mais afastado da campanha pela reeleição para evitar desgastes e polêmicas que atrapalhem o candidato.

Sarney, a romaria continua/ O fim de semana é de movimento na casa do ex-presidente José Sarney em Brasília, todos prestando solidariedade diante do pedido de prisão apresentado por Rodrigo Janot. A amigos que tentam lhe animar, dizendo que tudo passa, ele responde: “Mas a cicatriz fica. É permanente”.