Jogada de risco

Publicado em coluna Brasília-DF

Parlamentares estão em estado de alerta para os últimos movimentos de Michel Temer. Lembram que, em 2015, Dilma Rousseff fez de tudo para que os peemedebistas se sentissem mais confortáveis no governo. Para isso, entregou-lhes a coordenação política. O PMDB sofreu uma série de boicotes do PT. Insatisfeita, a parte do partido não atendida foi se afastando do Planalto. Agora, Michel Temer deve entregar a coordenação ao deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), e não está descartado que mais à frente convide o senador Tasso Jereissati para um posto importante.

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Dentro do PMDB, há quem considere o risco de boicote de setores do partido à coordenação do habilidoso Imbassahy, da mesma forma que os petistas faziam ouvidos moucos ao maestro Temer enquanto coordenador político de Dilma. A diferença, no caso, é o presidente da República. Capaz de dedicar horas a uma conversa política. Todos confiam que a habilidade de Temer, hoje chefe supremo, consiga segurar a tropa. Afinal, dizem alguns, era atender o PSDB ou vê-los pular do barco mais cedo.

PF versus Moraes

O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, conseguiu algo inédito: unir todas as categorias e facções da Polícia Federal que brigam entre si. Os policiais estão furiosos com o ministro. Na visão deles, enquanto o ministro da Defesa, Raul Jungmann, liderou um movimento em favor da manutenção de um sistema de aposentadoria diferenciado para os militares, Moraes abandonou os policiais.

Não estou, nem vou

A ira dos policiais aumentou na quarta-feira, quando as associações dos delegados e agentes tentaram uma audiência com o ministro Alexandre Moraes, mas foram encaminhados para o secretário-executivo do Ministério.

O reverso do aviso

Peemedebistas que estavam avisados da intenção do governo em esperar o listão da Odebrecht para depois nomear o novo ministro da Secretaria de Governo foram informados que o presidente queria antecipar a nomeação de Antonio Imbassahy por duas razões: primeiro, não dá para passar a ideia de que o Poder Executivo está refém dessa delação. Segundo, com a reforma previdenciária no Congresso, é preciso ter mais gente no papel de zagueiro.

Empurrãozinho

Agora, quem entende das coisas acredita que será mais fácil levar o PSDB a apostar na candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara. Resta atender os partidos que compõem o Centrão, em especial, o PTB, de Jovair Arantes.

Climão

Senadores consideram que falta muito pouco para o presidente do Senado, Renan Calheiros, ouvir que não respeita nem oficial de Justiça, quanto mais o regimento interno da Casa. O “trator” que ele ligou ontem ao convocar várias sessões para o mesmo dia a fim de encerrar a discussão da PEC do teto e marcar a votação para terça-feira foi visto como “pagamento de fatura ao governo”.

Campanha antecipada/ O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), já colocou na rua sua campanha para presidente da Câmara, conforme anuncia o cartaz (foto) no início da L2 Norte, passagem quase que obrigatória dos deputados moradores dos apartamentos funcionais da SQN 202.

Enquanto isso, no Senado…/ O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), não deixa de ir a um evento promovido por senador. Ontem, lá estava ele na abertura do seminário Congresso do Futuro, uma iniciativa do senador Wellington Fagundes (PR-MT).

Temer na cova dos Gomes/ O presidente Michel Temer vai hoje ao Nordeste, passando por Pernambuco e Ceará. A ordem é começar a angariar algum apoio por ali. No Ceará, entrega hoje seis mil casas populares, como forma de minar a base política do pré-candidato a presidente da República Ciro Gomes.

Sarney telefonou/ Apenas para dizer que em nenhum momento se envolveu na operação que salvou Renan Calheiros no cargo de presidente do Senado.