João Santana e Dilma

Publicado em Análise da semana

A semana começa com a Lava Jato dando as cartas. E João Santana vai aproveitar essas horas na República Dominicana para tentar arrumar uma justificativa para tanto dinheiro recebido lá fora. A força-tarefa da Lava Jato, entretanto, anunciou hoje cedo que nunca teve tantos documentos sobre uma operação. Sinal de que, desta vez, o mago João dificilmente terá condições de reverter a situação. Para o governo, não podia ter notícia pior. A vitória da semana passada para o cargo de líder do PMDB, algo que o governo comemorou como um bom presságio para este ano, parece apagada menos de uma semana depois. O receio é que se encontre algo nesse bolo de Santana que remeta à campanha de 2014, reforçando as ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassação do mandato de Dilma. Quanto ao impeachment no Congresso, o governo acreditava ter pulado essa fogueira. Agora, entretanto, o vulcão adormecido do processo pode voltar à atividade chamuscando a base parlamentar.
Da parte do PT, a ordem é deixar claro que Santana fez outras campanhas, muitas fora do país. Portanto, esses pagamentos lá fora não teriam relação com o partido de Lula e Dilma. A força-tarefa da Lava Jato não pensa assim. Se pensasse não teria colocado o marqueteiro no rol dos lavadores de dinheiro.

E Delcídio, hein?
O senador não decidiu quando voltará à cena. Sabe que não terá sossego e será perseguido por aquelas multidões de jornalistas e curiosos. Pior isso, quer primeiro conversar com advogados.

Esses são os dois novos ingredientes de 2016 que vão se somar ao caso Eduardo Cunha, às denúncias envolvendo Lula e quem mais chegar.