Se Mozart Neves, do Instituto Ayrton Senna, provocou reação dos evangélicos, a simples citação do procurador Guilherme Schelb causou um alvoroço entre os tradicionais adversários do PT, ou seja o PSDB. É que Schelb foi acusado de fazer parceria com o procurador Luiz Francisco, na década de 1990, em prol do PT, contra o governo de Fernando Henrique Cardoso. Ambos perderam todas as ações contra integrantes do então governo.
No MP, muitos antigos colegas de Schelb e Luiz Francisco reclamam da ausência de elementos de prova nos processos que eles apresentaram à época contra os tucanos. Em 2009, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) admitiu que Schelb e Luiz Francisco haviam “perseguido” o ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira.
Dois anos antes, o mesmo Conselho havia imposto uma censura a Schelb. O procurador foi acusado de ter cometido irregularidades ao tentar captar recursos para um projeto que ele havia idealizado. Schelb buscou empresas e entidades que teriam sido beneficiadas em investigações da qual ele participou. Ele havia pedido, por exemplo, patrocínio a fabricante de cigarros que se beneficiou com apurações sobre quadrilhas de falsificadores do produto. O caso é antigo, já se passaram mais de dez anos dessa censura, mas os tucanos não esquecem.