Coluna Brasília-DF
O resultado da votação da ajuda aos estados e municípios na Câmara foi recebido no Palácio do Planalto como uma espécie de recado ao governo sobre a pauta econômica: em tempos de pandemia, o que vier em termos de ajuste fiscal será castigado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, obteve apenas 70 votos, o que aponta a menor base governista desde a redemocratização do país. Com isso, o presidente Jair Bolsonaro tenta se resguardar no Senado, onde o cenário, embora mais ameno, não chega a ser um “céu de brigadeiro”.
Conforme antecipou o Blog da Denise, no site do Correio Braziliense, a tendência do Senado hoje é fatiar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento de Guerra, promulgando apenas a parte relativa às autorizações para gastos. A parte do Banco Central e compra de títulos privados deve retornar à Câmara. Quanto à ajuda aos estados, o Senado, conhecido como a “Casa da Federação”, terá dificuldades em atender ao governo federal. Mas a avaliação dos governistas é a de que nem tudo está perdido.
Santos em suspense
O Ministério da Infraestrutura entrou em campo ontem para tentar acalmar os trabalhadores do Porto de Santos, que temem perder seus empregos por causa da demora do governo em resolver como ficam os contratos nas áreas de contêineres, que estão para vencer em maio. Pela lei, esses contratos podem ser renovados, mas, até agora, nada foi feito. A pasta fez chegar aos trabalhadores que não “há risco aos empregos, porque Santos conta com quatro terminais marítimos para cargas de contêineres. Na eventualidade da não renovação de contratos, as áreas serão ocupadas por novos arrendatários”, diz a resposta da assessoria do Ministério.
Deu água/ Em entrevista ao CB.Poder, em 23 de março, o deputado Osmar Terra (MDB-RS, foto), cotado inclusive para ministro da Saúde, disse que “no Rio Grande do Sul morriam de 950 a mil pessoas por ano de influenza. No Brasil, não vai morrer isso de infecção causada por coronavírus”. O último boletim do Ministério da Saúde registra 1.532 mortes por causa da Covid-19.
Comentarista jurídico/ O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Spencer Uebel, tem tempo até para comentar decisão de ministro do Supremo Tribunal Federal em sua conta no Twitter. Ontem, por exemplo, postou: “O min. Luís Roberto Barroso, do STF, votou de maneira contrária ao pedido de reconhecimento de férias de 60 dias para procuradores da Fazenda Nacional. A questão está sendo discutida pelo plenário virtual da Corte. Vergonha alheia desses procuradores. AGU e PGFN são contras (sic)!”
Que sirva de alerta/ O pedido de abertura de inquérito da Procuradoria Geral da República contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi visto por muitos no primeiro escalão como um aviso aos demais. Melhor não mexer com outros países, ainda mais quando se trata de um país com quem o Brasil tem boas relações comerciais. A solicitação da PGR se deveu ao post ofensivo à China que o ministro postou nas redes sociais, há alguns dias.
Enquanto isso, na França…/ O governo francês estuda a volta às aulas, mas ainda não tem um plano fechado para essa retomada. Por enquanto, a ideia é testar o que for possível e tornar o uso da máscara obrigatório. Aqui, abriram-se… lojas de móveis. Vai ver tem gente precisando de um… sofá!