Os deputados estão tratando a votação dessa segunda denúncia envolvendo o presidente Michel Temer como o último portal para tentar arrancar alguma benesse do governo antes da eleição. Especialmente, quem ainda não foi atendido quando da votação da primeira denúncia. A preços de hoje, Temer não tem orçamento para atender a todos. Tampouco cargos. Corre o risco de cobrir um santo e descobrir outro. Aliás, pela conversa dos políticos nos bastidores, esse tem sido o processo do fim de semana. O troca-troca nos cargos de segundo e terceiro escalões promovido pelo governo nos últimos dias deixou vários políticos descontentes. Se essa onda de revolta da base não for contida nas próximas horas, o governo não terá meios de concluir a votação esta semana. E, dizem os deputados, quanto mais tempo demorar, pior para Michel Temer.
Para que a votação seja válida, são necessários 342 votos. Para que a denúncia seja acolhida, esses 342 votantes teriam que se manifestar a favor do pedido do ex-procurador Rodrigo Janot. A oposição não tem esse número. Nem o governo. Portanto, o desafio do Planalto agora é “validar” o resultado favorável ao governo, levando os deputados para o plenário a fim de garantir 342 votantes __ seja contra ou a favor.
Para tentar resolver esse imbróglio e evitar a falta de número para liquidar a denúncia ainda essa semana, o presidente reunirá daqui a pouco todos os líderes do governo e de partidos aliados, a fim de fazer um checagem nos votos e ter uma ideia mais exata de quantos pretendem comparecer. A ideia é ainda sentir o pulso dos partidos e das insatisfações, que não são poucas. Mais tarde, teremos o termômetro desses últimos dias de “feira” entre o Planalto e a base.