… reza o dito popular, é só começar. A imagem estampada do presidente do PP, senador Ciro Nogueira, na largada da campanha do candidato a vice-presidente, Fernando Haddad (PT), no Nordeste, foi lida entre os aliados de Geraldo Alckmin como um precedente preocupante. Pragmático, Ciro tem, inclusive, material de campanha ao lado de Lula e vai manter assim enquanto o ex-presidente figurar como cabeça de chapa, torcendo para colar o seu nome ao do petista.
Os amigos do piauiense usam a seguinte imagem para definir o comportamento dele: quando ele chega a Teresina, é de esquerda e petista, quando desce no aeroporto Juscelino Kubistchek, em Brasília, vira um político de centro, aliado de Geraldo Alckmin. Se todos os parceiros do tucano no Nordeste seguirem o mesmo caminho — a coluna, aliás já mencionou esse risco —, ele não terá quem faça a sua campanha. Aí, é que mora o maior perigo.
Sem intermediários
Pelo menos 18 delegados da Polícia Federal serão candidatos a um mandato na Câmara, país afora. No Distrito Federal, o nome dos policiais é Luciano Leiro, do PPS. A categoria chegou à conclusão que não basta prender os malfeitores da política. É preciso ocupar espaços para garantir uma vigilância mais de perto.
Ainda não “pegou”
A campanha ainda não chegou ao grosso da população. Levantamento da XP Investimento, publicado ontem, mostra que apenas 30% dos eleitores entrevistados estão muito interessados no pleito, 21% se dizem “mais ou menos interessados”, 19%, pouco interessados e 29% não estão interessados. Ou seja, ainda tem muito jogo pela frente.
À la Collor
Amigos do capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sonham repetir Fernando Collor, que foi para o segundo turno da eleição de 1989 contra o PT e, com os votos do PSDB, derrotou Lula na final. Naquela eleição, Leonel Brizola (PDT) transferiu todos os seus votos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro para o petista. O tucano Mário Covas foi de Lula, mas o eleitorado tucano se dividiu e grande parte apoiou Collor. Esse é o objetivo de Bolsonaro: chegar ao segundo turno com o PT e derrotar o partido Lula com o suporte dos simpáticos ao PSDB.
Preventivo
Foi esse histórico do eleitorado tucano que levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a falar sobre o apoio do PSDB ao PT, em caso de segundo turno. Fernando Henrique quer evitar justamente que a história se repita e os eleitores tucanos terminem elegendo o minúsculo PSL de Bolsonaro para comandar o país. Por isso, dizem os amigos de FHC, ou o PSDB e aliados se engajam na campanha de Alckmin ou a realidade de apoiar um dos extremos vai se impor, como ocorreu em 1989.
Era tudo o que ele não queria/ O candidato do MDB, Henrique Meirelles, fez cara de paisagem para a carta de Eduardo Cunha (foto) à nação, aquela em que o ex-deputado exalta a filha, Danielle, candidata a deputada federal e declara voto em favor do emedebista. Sabe como é, se carregar Michel Temer de padrinho já está difícil, que dirá Cunha.
Olha a onda/ Alexandre Frota se apresenta em São Paulo como o “federal de Bolsonaro”. Todos tentam tirar uma casquinha das intenções de voto no capitão reformado do Exército. Se Bolsonaro perder fôlego daqui a alguns dias, muitos desses novos companheiros vão abandoná-lo rapidinho.
Prata da casa/ A procuradora Raquel Dodge voltou à infância, por algumas horas, em Morrinhos, a terra natal dela, onde ministrou, ontem, a aula inaugural do curso de direito da cidade, na Universidade Estadual de Goiás. Morrinhos, de 46 mil habitantes, praticamente parou para receber Raquel, filha da dona Ivone e do seu José. A contar pelas homenagens, os conterrâneos não têm do que reclamar do trabalho da procuradora.
Três em 100/ Ex-diretora do LabHacker da Câmara, a especialista em tecnologia da informação Roberta Rabay figura entre as 100 mais influentes personalidades do mundo em digital government. Além dela, há outros dois brasileiros: o secretário de Tecnologia e Informação do Ministério do Planejamento, Luís Felipe Sanlin Monteiro, e Tiago Peixoto, do Banco Mundial.
Colaborou Renato Souza