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Ensaios de uma nova formação política

Publicado em coluna Brasília-DF, Eleições

Por Denise Rothenburg — Empolgados com a chegada do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, ao segundo turno, o presidente do MDB, Baleia Rossi, o do PSD, Gilberto Kassab, e expoentes do União Brasil, de Antonio Rueda, já pensam em tornar essa parceria mais permanente. Em especial, PSD e União Brasil, que não se enfrentam em nenhum grande colégio eleitoral neste segundo turno e hoje caminham juntos na disputa pela Presidência da Câmara.

Os três não descartam uma parceria rumo a 2026 e, nesse sentido, tentar atrair o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para, a depender do resultado em São Paulo, construir um caminho alternativo ao PT e a radicais, como Pablo Marçal, que ficou de fora.

Até aqui, não há exclusão do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, o andar da carruagem no PL e a conquista de espaços políticos importantes acende a vontade dos expoentes do partido em lançar um candidato a presidente da República. Bolsonaro não trabalhou de corpo e alma para Nunes chegar até aqui como candidato. Quem fez isso foi Tarcísio de Freitas. O ex-presidente, aliás, vê seu partido concorrendo em nove das 15 capitais que terão segundo turno. Há quem diga que é em São Paulo que o ex-presidente será mais presente neste segundo turno.

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Hegemonia ameçada

Depois de reeleger João Campos em primeiro turno no Recife (PE) e ver Tabata Amaral fazer uma campanha altiva em São Paulo, o PSB não tem dúvidas: é o partido que tem as novidades para o futuro na esquerda brasileira. O PT, sempre hegemônico, não obteve sucesso no berço do partido, São Bernardo do Campo. E, onde concorre no segundo turno, chegou em desvantagem.

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Por falar em João Campos…

Ao ser reeleito com 78,11%, Campos mudou de patamar. Ao que tudo indica, ele deverá tentar o governo de Pernambuco em 2026. Fontes do partido não descartam uma candidatura à Presidência da República, quem sabe, um dia. É o maior nome do PSB hoje.

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Tarcísio, o vencedor

O resultado deste primeiro turno da eleição de São Paulo amplia a força do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a pressão para que ele concorra à Presidência da República. Não houve sequer um grito “Bolsonaro, Bolsonaro” nas comemorações de Nunes ontem à noite.

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Índice ruim

Na contramão de quase todos os prefeitos das capitais que tentaram reeleição, Dr. Pessoa (PRD), de Teresina, e Edmilson Rodrigues (PSOL), em Belém, não ficaram nem em segundo lugar. Na capital do Piauí, sequer haverá 2º turno. Na capital paraense, Rodrigues encerrará o mandato em 31 de dezembro.

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O Norte escolheu o MDB

O MDB conseguiu vencer em duas capitais da região Norte, Boa Vista e Macapá. Além delas, foi para o 2º turno em Belém. Se ganhar, será o partido com mais capitais da região.

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Curtidas

Vingança é um prato que se come frio/ Ao que parece, José Sarney (MDB) teve sua vingança. O ex-presidente perdeu a cadeira do Senado para Davi Alcolumbre (UB), e agora o partido conseguiu eleger Dr. Furlan (MDB). Enquanto isso, Alcolumbre sequer teve seu irmão eleito como vereador em Macapá. Resta ao parlamentar tentar a presidência do Senado como uma questão de honra.

Tchau, Marçal/ Para quem começou a campanha dizendo que nem haveria segundo turno, Pablo Marçal precisa rever seus conceitos. A campanha de ataques e desrespeito mostrou que tem algum apelo, mas não o suficiente para levar a taça.

É só “até breve”/ Se não for preso e ficar com os direitos políticos cassados, Marçal voltará a ser candidato em 2026. Está entre governo de São Paulo e Presidência da República.

Rindo à toa/ A deputada Bia Kicis (PL-DF) está rindo à toa. Zoe Martinez, sua ex-assessora, conquistou uma cadeira de vereadora na maior cidade do país.