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Em meio a inquérito, pesquisa confirma desconfiança entre os poderes

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF/Por Leonardo Cavalcanti (interino) 

O inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as fake news revelou uma queda de braço entre poderes. Na briga, entraram parlamentares e o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão. Nos bastidores, o clima é de desconfianças mútuas. Pesquisa inédita da Prospectiva dá uma ideia das suspeitas de parte do Legislativo. Entre os deputados, 72,9% confiam no funcionalismo, e apenas 54%, nos integrantes do sistema de justiça.

Os grupos, segundo a pesquisa, que gozam de maior prestígio entre os políticos, são os atuais e ex-parlamentares e os funcionários de carreira (61,8%). Depois aparecem a equipe econômica (57,3%) e os militares (52,4%). Realizado entre 19 e 29 de março, o levantamento ouviu 205 deputados. A amostra selecionada é proporcional ao tamanho das bancadas partidárias e temáticas.

Embora 88,5% da bancada da segurança confie nos militares (mais alta entre todas as categorias), o fato de 93,6% da oposição não confiar nesse grupo abaixa a média da caserna. Além disso, nenhum integrante da oposição entrevistado confia na equipe econômica. Entre outros partidos, os economistas têm aceitação similar à dos atuais e ex-parlamentares. Ruralistas confiam muito nesses políticos (95,1%).

Um acerto em mil I

Depois de errar feio em relação à censura a uma revista e um site, o Supremo finalmente acertou em liberar o pedido da entrevista da Folha de S.Paulo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um acerto em mil II

Por mais que possa haver reações em relação à liberação da entrevista de Lula, o tribunal tenta recuperar a imagem com o episódio da censura do ministro Alexandre de Morais. Não será fácil, entretanto.

Pressão ampliada / Ao assistir os movimentos do governo em favor dos caminhoneiros, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU) alertou o Planalto para as dificuldades da sociedade com o reajuste do diesel, que representa 25% dos custos do setor. Na prática, o que dizem é o seguinte: sem política de preços, o usuário vai sofrer.

Na OCDE / Vale acompanhar. O secretário do Consumidor do Ministério da Justiça, Luciano Timm, e o embaixador Carlos Cozendey (foto), que conduz a adesão do Brasil à OCDE, organizaram agenda própria. A intenção é cumprir procedimentos para a Secretaria Nacional do Consumidor ser oficializada como membro do Comitê de Direito do Consumidor da OCDE. Tudo na linha do que já ocorreu com o Cade, que integra, desde fevereiro, o Comitê de Concorrência.

Interpol x fake news / Mais de 50 países integrantes da Interpol enviarão ao Brasil peritos especializados em crimes cibernéticos para a Interforensics 2019, que ocorrerá em São Paulo de 21 a 24 de maio. Eles debaterão temas como fake news e privacidade de dados na web. Organizado pela Academia Brasileira de Ciências Forenses (ABCF), o evento deve reunir mais de dois mil especialistas das principais polícias e universidades do mundo todo, inclusive do FBI, dos CSIs e das polícias científicas europeias.

Previdência em pauta / Na próxima terça-feira, o ministro do STF Luiz Fux abre o Seminário Reforma da Previdência – Impactos Sociais, Econômicos e Alternativas. O evento, organizado pelo Sindifisco (a entidade que representa os auditores-fiscais da Receita Federal), terá presença do professor de direito previdenciário Fábio Ibrahim, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, e de Leonardo José Rolim, secretário de Previdência na Secretaria Especial. As inscrições estarão abertas a partir de segunda-feira.