Incomodado com a parceria entre o PSDB do presidenciável Geraldo Alckmin e o PSB do governador candidato de São Paulo, Márcio França, o ex-prefeito João Doria passa a cobrar do ex-governador uma postura mais clara em defesa da sua pré-candidatura ao governo do estado. Nos meandros do discurso, Doria diz que vai apoiar o nome do partido ao Planalto e coisa e tal, mas começa a dizer que Alckmin é “mais inibido”, não é de “subir no palanque para fazer o enfrentamento”, e que ele (Doria) é mais aguerrido.
Para bons entendedores do próprio PSDB, o recado está dado: ou Geraldo Alckmin entra de cabeça na campanha de Doria, ou o candidato a governador pelo PSDB vai levar seu pessoal a pedir que o ex-prefeito seja o candidato do partido a presidente da República, como forma de dar ao PSDB uma postura mais aguerrida na campanha presidencial. As cobranças começaram mais cedo do que os alckministas esperavam. E Geraldo que durma com um barulho desses.
Onde mora o perigo
Não é bem Paulo Preto que preocupa parte do PSDB. E sim os demais presos na mesma operação da PF. Um deles está há quatro dias nas dependências da Polícia Federal. Se o ex-diretor do Dersa não falar, a aposta é a de que outros falarão.
Onde reside a esperança
O governo não tira os olhos da intervenção no Rio de Janeiro. Acredita-se, no entorno de Michel Temer, que, se ela der certo e as investigações chegarem logo aos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, os governistas terão alguma chance de sucesso nas campanhas estadual e federal.
Milton, o canal
A prisão de Milton Lyra na operação Rizoma, a mesma que levou o petista Marcelo Sereno para trás das grades, voltou a deixar os emedebistas insones. Há quem diga que pode vir daí uma delação capaz de fazer balançar a campanha dos senadores do partido.
Serenidade
Além do enrosco na Lava-Jato, Milton Lyra e Marcelo Sereno têm em comum o gosto pelos vinhos caros. Gostavam de ostentar preciosidades da ordem de US$ 1,5 mil a garrafa.
Vão se preparando
Se alguém tinha alguma dúvida sobre a disposição do Supremo Tribunal Federal de apoiar as decisões da Lava-Jato, o 7 a 4 em favor da manutenção de Antônio Palocci na prisão dissipou qualquer dúvida. Quem está preso que vá se acostumando com o aperto.
“Chama o tio, que ele resolve” / Numa roda de conversas em São Paulo, empresários sugerem esse slogan para a campanha presidencial do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (foto)
Pensando bem…/ Embora descrentes das chances de Meirelles ser candidato a presidente da República, empresários consideram que o mote de campanha de Meirelles está dado: todos os últimos presidentes o chamaram para pedir um socorro na hora que o bicho pegou na economia. A única que não chamou se deu mal. Levou os indicadores para o fundo do poço.
Susto na PF I/ Agentes da Polícia Federal tomaram um susto ontem no edifício-sede, em Brasília. Tudo porque adolescentes passaram atrás do prédio conhecido como Máscara Negra batendo forte nos vidros.
Susto na PF II/ O estrondo foi tal que policiais chegaram a fazer uma vistoria para ver se havia sido alguma pedra. Quando viram que se tratava de um grupo de jovens, deram meia-volta e desistiram da perseguição. Não deve ser fácil trabalhar num prédio que simboliza a instituição alvo de mau-olhado de tantos figurões de Brasília.