Coluna Brasília-DF
Numa reunião com o PT ontem, em Brasília, o governador do Maranhão, Flávio Dino, sacou do Código Penal um dispositivo capaz de abrir um portal para que Lula saia da cadeia mais cedo do que se imagina: a detração. Consiste em computar-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisão provisória. Como a condenação pelo processo do triplex do Guarujá foi reduzida para oito anos e 10 meses, descontados os 12 meses que ele já está preso, dá menos de oito anos de cadeia pela frente. Logo, diz Dino, ele poderia ir já para o regime semiaberto.
“Não sei por que isso não foi feito no caso do Lula, pelo próprio Superior Tribunal de Justiça, ao reduzir a pena. Não tenho dúvidas de que isso se aplica ao ex-presidente. A 5ª Turma do STJ deu esse benefício a traficante internacional. Não posso acreditar que Lula mereça um tratamento pior do que um traficante preso preventivamente. Seria um desvario jurídico”, afirma Dino, mestre em direito constitucional e ex-juiz federal.
Dino entregou seu estudo sobre o tema ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e ao ex-ministro Aloizio Mercadante, que vão repassar tudo aos advogados de defesa. Depois de quase duas dezenas de pedidos de soltura negados, Haddad e Mercadante têm em mãos esse argumento para entrar com um novo pedido no próprio STJ e no STF. Desta vez, dizem os petistas, ainda que seja com tornozeleira, Lula irá para casa.
Bolsonaro dá a senha
Ao dizer que a instituição do regime de capitalização pode ficar para um segundo tempo, o presidente Jair Bolsonaro deu a senha para que os deputados e senadores retirem essa proposta do texto da nova Previdência. O presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos, por exemplo, responde assim quando perguntado sobre esse tema:
“Depois da fala do presidente, isso já saiu”.
Enquanto isso, no Congresso…
A escolha de Samuel Moreira (PSDB-SP) como relator da nova Previdência dá ao partido tucano a possibilidade de se apresentar novamente como a legenda das reformas. E capitanear, já no parecer, as alterações que aliviam o peso das mudanças para os
mais pobres.
… PSDB quer tirar leite de pedra
É dessa reforma que o partido pretende extrair um novo discurso, capaz de fazer dos tucanos aqueles que conseguem balancear o equilíbrio fiscal com a responsabilidade social.
Seguuurrraaaaa, Centrããããoooo!!!!/ Essa é a principal missão do deputado Marcelo Ramos (PR-AM), enquanto presidente da Comissão Especial: ajudar a colocar o Centrão
votando a reforma.
Estão todos bem/ A presença do vice-presidente Hamilton Mourão no café do presidente Jair Bolsonaro com jornalistas deixou a certeza de que está tudo bem. Pelo menos, brincam os próprios palacianos, até a próxima ciumeira que levar Carlos (foto), o vereador do Rio, filho do presidente, a expor um novo “piti” no Twitter.
Por falar em Mourão…/ A edição de ontem do Le Monde traz estampada uma entrevista do general Hamilton Mourão. Sob o título “Fizeram de Jair Bolsonaro um estereótipo”, Mourão sai em defesa do titular do cargo e avisa que está ali para ajudar o presidente a tomar as decisões. Avisa ainda que não é “contraponto” ao chefe de Estado. “Seria antiético e desleal”, disse Mourão aos franceses.
Brasileiro não perde uma piada/ Nem a redução de 43 mil postos de trabalho registrados esta semana escapa. Já tem excelência se referindo ao Caged como “traged”. Poderia até ser cômico se não fosse trágico. Sextou! E com o feriado na próxima quarta-feira, a maioria dos congressistas vai emendar a semana. É, pois é.