Coluna Brasília-DF
Além do #ForaMandetta nas redes sociais, os bolsonaristas agora voltam suas baterias contra todos os ministros do Democratas dentro do governo. O monitoramento do partido indica que vem sendo tratado de forma hostil desde a semana passada, quando o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, rompeu com o presidente Jair Bolsonaro. Agora, praticamente todos, numa ação coordenada, têm recebido tratamento semelhante ao dispensado aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Estão na mira dos radicais a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. O incômodo é grande, mas, assim como Mandetta, ninguém sairá no meio da guerra ao novo coronavírus.
Déjà vu
O grupo palaciano que não suporta o protagonismo do presidente da Câara, Rodrigo Maia, acredita que, a partir de agosto, o deputado perderá o poder, porque a campanha para sucedê-lo entrará em cena. A ordem entre os bolsonaristas é buscar um candidato para enfrentar o grupo do DEM. Em 2015, Dilma Rousseff tentou fazer o mesmo em relação ao MDB, contra Eduardo Cunha, hoje presidiário. A presidente ganhou um inimigo que lhe custou o mandato.
Cálculos equivocados
Os bolsonaristas acreditam que será possível encontrar um candidato para derrotar o DEM ou mesmo Arthur Lyra, do PP. Essa conta não leva em consideração a realidade do governo no Congresso. Hoje, não tem maioria nem para aprovar um simples projeto de lei, quem dirá eleger um presidente da Câmara.
Resistências à PEC da guerra
O grupo Muda Senado tem dúvidas sobre a Proposta de Emenda Constitucional que estabeleceu o Orçamento de Guerra. “Não precisaria de emenda constitucional para fazer gasto. É um precedente grave. Se abro a porta para mudar a Constituição por votação remota nesse caso, outros temas podem gerar novas emendas constitucionais, seja contra ou a favor do governo”, alerta o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que pretende conversar com Davi Alcolumbre a respeito.
A corrida nos municípios/ O sábado foi agitado para os parlamentares, por causa da data-limite para filiação de candidatos às eleições de outubro. Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Congresso não decidem o que fazer com a eleição, o jeito é cumprir os prazos.
Muita calma nessa hora/ A resistência em mudar a data da eleição é grande, porque, afinal, as campanhas começam em agosto. E ainda que não se tenha muitos recursos financeiros para esse corpo a corpo com o eleitor, é importante seguir o calendário. Essa história de prorrogar mandatos é considerada perigosa e nada recomendável.