Corrida Maluca

Publicado em coluna Brasília-DF

Março será dedicado a uma verdadeira corrida entre os pré-candidatos com o emblema governista. Estão no páreo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e acabam de entrar mais dois: o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, e… o próprio Temer. Afif entrou na roda com o aval de empresários que viram nele a capacidade de articulação com o Congresso, depois de liderar a campanha pela derrubada do veto do Refis para pequenas e microempresas. O presidente Michel Temer sempre esteve.

Em tempo: dos quatro, Maia e Temer são considerados os finalistas nesta etapa de pré-campanha. Isso porque não precisam deixar os respectivos cargos em abril para concorrer em outubro. Temer, aliás, tem dito diversas vezes que não é candidato e espera que um dos aliados decole e ganhe ares de “senti firmeza”. Porém, se nenhum decolar, o presidente será o escolhido para defender o governo. Coloque nessa lista também Geraldo Alckmin, do PSDB, que é visto como um aliado, mas nem tanto. Esse é o trio dos partidos de dentro que chamará a atenção nos próximos 30 dias.

Acordo sob risco

Quem conhece do traçado militar avisa: a chegada do general Joaquim Silva e Luna ao cargo de ministro da Defesa dificulta concessões à Boeing.

Vai que é tua, Jungmann

Anunciado ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann ficará com a gestão do Fundo Penitenciário, mas, de quebra, terá que fazer com que o Congresso aprove a nova pasta. O fato de sair por medida provisória é visto como um complicador, mas não deverá dar tanto trabalho.

Investigado por investigado…

O PT não vai tirar Jaques Wagner da lista de possíveis candidatos a presidente só por causa das investigações da PF. O partido, aliás, se prepara para dizer que quase todos os políticos hoje têm esse problema.

Já vem tarde

O mercado viu com bons olhos o movimento da CGU, da AGU e do Ministério Público no sentido de padronizar os acordos de leniência. O ex-ministro da CGU e do Planejamento Valdir Simão, que atualmente está trabalhando para as empresas interessadas em firmar esse tipo de acordo, avalia que o novo formato dá mais segurança jurídica, facilita a operacionalização da Lei Anticorrupção e reparação de danos aos cofres públicos. Até dezembro de 2017, só 23 empresas foram multadas por órgãos federais, a maioria delas micro ou de pequeno porte. As penalidades totalizam pouco mais de R$ 12 milhões.

Festa no PSB/ Depois da saída de quatro deputados federais do partido, o PSB recebe dois hoje, com direito a solenidade de filiação na sede nacional: Alessandro Molon (RJ) e Aliel Machado (PR), ambos da Rede, de Marina Silva.

Apressado come cru/ Quinta-feira, aliás, os socialistas abrem sua convenção nacional. O presidente do partido, Carlos Siqueira, avisa que não pretende tratar de nomes para a Presidência da República no evento desta semana. “Não podemos tomar decisões apressadas para que a realidade não revogue”, diz ele, coberto de razão. Afinal, diante de um quadro tão nebuloso, há quem diga que o 2018 eleitoral ainda não começou.

Vai ali e já volta/ A próxima viagem internacional do presidente Michel Temer será para a posse do novo presidente do Chile, Sebastián Piñera (foto), em 11 de março.

Por falar em Michel Temer…/ Desde que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, falou sobre a investigação envolvendo o presidente Michel Temer e a empresa Rodrimar, o Planalto não consegue tirar o caso da roda. Até para dizer que Segóvia não manda em inquérito, a procuradora-geral, Raquel Dodge, concordou com mais 60 dias de prazo para a apuração.