Coluna Brasília-DF
Os sete governadores do Sul e Sudeste se reúnem amanhã por videoconferência para trocar experiências e tentar resolver conjuntamente o combate ao coronavírus e como enfrentar as dificuldades de relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro, que até agora não chamou os governos estaduais para uma ação conjunta e nacional de combate à pandemia. Outras regiões devem seguir por esse caminho.
A maioria concorda com a avaliação do governador de São Paulo, João Doria, de que a coordenação nacional não está funcionando, porque eles se veem obrigados a procurar ministério por ministério e há problemas que são interministeriais e seria mais fácil de resolver se houvesse uma coordenação nacional, a cargo do presidente da República, em linha direta com os governadores, em especial, daqueles estados onde há mais casos, como Rio e São Paulo.
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Um dos gargalos, por exemplo, é agilidade na compra de material médico, em especial, da China. Ontem, por exemplo, um importador conseguiu apenas 300 respiradores e a experiência dele diz que os governadores não conseguirão agilizar sozinhos essas compras. Ou a área de comércio exterior do governo federal, ou o próprio presidente, entra em campo nessa seara e pede ajuda, ou as dificuldades permanecem.
As consequências…
Os chineses replicaram, em suas redes internas, a crítica do deputado Eduardo Bolsonaro à China e também a nota do Itamaraty semana passada sobre o episódio do parlamentar dando um “pito” no embaixador chinês. O resultado é que, diante da procura mundial por produtos médicos, os empresários daquele país estão dando prioridade aos amigos.
… vêm depois
Quem tem agilidade para liberação de recursos e compra em cash também leva vantagem na hora da compra. Caso por exemplo, do Exército Americano, que, conforme a coluna publicou ontem em primeira mão, comprou 10 milhões de kits para testes rápidos de detecção do coronavírus.
Pregação no deserto
Amigos do presidente Jair Bolsonaro tentam convencê-lo a, mesmo tarde, mudar a nota divulgada pelo ministro Ernesto Araújo no caso do incidente com a China, para amortecer o mal-estar gerado a partir de um tuíte de Eduardo Bolsonaro. Até aqui, não funcionou.
CURTIDAS
Na guerra, transforma/ A Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) não foi procurada, mas já tem gente pensando em sugerir que as fábricas de automóveis voltem a colocar a mão na massa para produzir UTIs móveis.
Ele não deixa de ter razão/ “O mundo vive hoje sua verdadeira Primeira Grande Guerra Mundial. Japão, China, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Irã, enfim, todos, contra o inimigo invisível”, diz José Múcio Monteiro (foto), presidente do Tribunal de Contas da União.
O futuro dirá quem está certo/ O ex-ministro da Cidadania Osmar Terra trocou impressões com médicos gaúchos e viralizou nas redes. Ele diz: “Não concordo com a previsão do Mandetta (de que o número de casos diagnosticados vai regredir lá para os idos de agosto). Acho que regride em abril”. Ele, porém, ressalta que os contaminados serão dezenas de milhões e é isso que, na opinião dele, fará regredir a epidemia.
Fez bem/ O fato de o presidente Jair Bolsonaro não ter feito a prometida festa de aniversário foi bem recebido pelos seus apoiadores que estavam incomodados com as atitudes presidenciais. O momento é de trabalho.