No Palácio do Planalto, o governo não se mostra tão abalado em relação à decisão de hoje do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre se o presidente Jair Bolsonaro deve ou não depor presencialmente que inquérito que investiga a denúncia de Sérgio Moro, a respeito de tentativa de interferência na Policia Federal. Entre os principais interlocutores do Planalto, cogita-se inclusive que o presidente “deixe passar” esse depoimento. É que, como se trata de um inquérito, ou seja, algo que ainda será avaliado sobre se deve ou não haver abertura de ação penal, o investigado pode simplesmente dizer que não prestará depoimento, ou marcar uma data tão distante, que termine “esfriando”o caso. Aliás, na avaliação do Planalto, essa questão já esfriou.
Portanto, na visão dos aliados do Planalto, ainda que hoje o plenário homenageie o decano Celso de Mello em sua despedida com a aprovação do depoimento presencial não significa o fim do mundo para o presidente Jair Bolsonaro. A perspectiva, entretanto, é a de que o resultado do julgamento não saia hoje, uma vez que a tendência é de votos longos.
O que vai contar mais nesse julgamento é como será daqui para frente, ou seja, se presidentes da Republica precisam depor presencialmente quando são investigados por atos cometidos durante o mandato ou podem fazer isso por escrito, como ocorreu no caso do presidente Michel Temer, em 2018. Muitos ministros adorariam deixar que isso fosse decidido no caso a caso, ou seja, a depender da cabeça do juiz.