PARTIDOS E PREFERENCIAS DE CADA UM PARA O DESFECHO DA CRISE

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MP, TSE E PLANALTO

A política é uma senhora ansiosa e, embora muitos considerem cedo para se trabalhar com saídas mais drásticas, os partidos já começaram a discutir as formas para afastar a presidente Dilma Rousseff (PT) do poder. O problema, entretanto, é como afastar e quem assume. A parte do PMDB que aposta no impeachment prefere uma saída “via pedaladas”, ou seja, crime de responsabilidade por ter consumido recursos sem cobertura orçamentária, o que significaria um longo caminho e o governo seguindo aos trancos e barrancos, mas com a perspectiva de Michel Temer assumir o poder.

A outra saída, na qual aposta o PSDB, é a via eleitoral. Em 14 de julho, (coincidentemente, a queda da Bastilha), o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, depõe na Justiça Eleitoral sobre as doações à campanha de 2014. Se ficar configurado crime eleitoral, a expectativa é de que tudo se resolva até setembro, com a cassação da chapa, algo que não interessa a uma parcela expressiva do PMDB. Nesse caso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também do PMDB, assumiria a Presidência da República e convocaria eleições em 90 dias.

Os partidos, entretanto, não farão qualquer movimento se perceberem que essas saídas poderão gerar uma instabilidade ainda maior no país. A presidente Dilma Rousseff, na avaliação de muitos, tem espaço de manobra, embora pequeno, para sair desse córner. O primeiro passo foi dado essa semana, ampliando o poder de Michel Temer. Faltam atitudes capazes de oferecer ao governo um ar de novidade.

Cargos distribuídos

Embora a classe política reclame da demora das nomeações de segundo escalão, alguns não têm do que se queixar. Depois de nomear Alexandre Gadelha comandante das Docas do Rio, o PMDB fará de Celso Cunha, diretor do Planetário do Rio de Janeiro, diretor da Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep), onde estava Gadelha. É o PMDB de Eduardo Paes, Luiz Fernando Pezão, Leonardo Picciani e Eduardo Cunha ocupando seus espaços.

Na gaveta

Enquanto os políticos nomeiam, a gratificação de fronteira da Polícia Federal continua apenas no papel. O incentivo foi criado por lei, como forma de estimular os policiais a trabalharem nas cidades fronteiriças, mas não foi implementado.

Mercado futuro

Dados da Polícia Federal indicam que os regimes próprios de aposentadorias e pensões de municípios espalhados por todo o Brasil vão dar trabalho daqui a algum tempo. No Ceará, por exemplo, num universo de 55, 53 estão falidos. Os problemas vão de má gestão a desvios. O rombo ultrapassa R$ 11 bilhões.

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A solução de Miro

Do alto da experiência de quem já viu muitas crises no governo, o deputado Miro Teixeira (PROS) considera que Dilma hoje só tem uma saída: fazer uma tremenda reforma administrativa, transparente, em linguagem simples. “Não há motivo para 

se permitir o impeachment. Ela é reconhecidamente íntegra. Não se mete em malandragens, mas tem que agir”, afirma.

CURTIDAS    

Ranking do cárcere/ O executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar é considerado um dos mais irritados na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Às vezes, grita e esperneia.

Sintomático/ O ministro da Advocacia Geral da União, Luiz Adams (foto), almoçava dia desses sozinho em plena quinta-feira, num famoso restaurante fast-food de um shopping da cidade. Comeu um hambúrguer, tomou um chopE, pagou a conta e foi embora. Em Brasília, quando ministro começa a andar sozinho, é mau sinal…

Por falar em horário de almoço…/ No mesmo dia, o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), passaram mais de duas horas numa mesa discreta em um restaurante da cidade. Falavam bem baixinho, mas, se estavam num local público, é porque queriam ser vistos.

Tripudiou/ A presidente Dilma Rousseff não cumprimentou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), na solenidade da Tocha Olímpica em Brasília. “Tô nem aí. Minha aprovação é de 80% e a dela de 9%. Desta vez, vai ganhar Troia e não a Grécia!”, ironizou.


E a política ferve

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Os próximos passos

Enquanto Lula vem a Brasília tentar levar a bancada do PT à ofensiva nos vazamentos da Lava-Jato, na CPI da Petrobras e na política econômica, os peemedebistas traçam estratégias para se descolar do PT. A ordem é ajudar o governo Dilma Rousseff até a abertura oficial das eleições municipais. Virada a página eleitoral, os peemedebistas hoje aliados ao governo — sim, eles ainda existem! — vão avisar oficialmente à presidente da República que estão dispostos a cuidar da própria vida. Aí sim, o desembarque virá.

 

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O único problema é a realidade atropelar esses planos. Afinal, se a Lava-Jato se configurar em algo que leve à cassação do mandato da presidente da República por crime eleitoral, ou seja, doações recebidas na base do toma lá, dá cá dos contratos com a Petrobras, pode haver cassação da chapa. Assim, o PMDB irá para o ralo, junto do PT. Esse cenário não está no script do partido de Michel Temer, mas já preocupa o de Lula.

 

Protejam a rainha I

Ao dizer que a responsabilidade das contas de campanha é exclusividade do tesoureiro, no caso, ele próprio, o ministro da Secretaria de Imprensa do Planalto, Edinho Silva, trabalha para colocar a presidente Dilma numa trincheira segura. Enquanto ele estiver tentando cumprir o objetivo de desconstruir as declarações de Ricardo Pessoa, da UTC, a presidente não estará na frente.

 

Protejam a rainha II

A escolha do Ministério da Justiça e não da sala de briefing do Palácio do Planalto para a coletiva de imprensa ontem na hora do almoço também foi estrategicamente pensada para deixar a presidente fora desse contexto, ainda que tenha servido para que o ministro que despacha no Planalto exponha suas explicações a respeito das doações de campanha.

 

Real, a dor dos 21 anos

Desde 1994, quando foi lançado o Plano Real, o setor do Ministério do Trabalho responsável por homologar os acertos entre patrões e empregados não recebia acordos de redução salarial. E olha que são cerca de 50 mil  por ano. Em junho deste ano, cinco desse tipo já foram protocolados.

 

Se o Senado não segurar…

…Vai sobrar para a Câmara. Caso os senadores não retirem as aposentadorias e as pensões da proposta do salário mínimo, o governo já tem um discurso pronto: apresentou a política de reajuste na melhor das intenções, mas os congressistas preferiram inviabilizá-la incluindo a Previdência Social. A conta é inadministrável e, portanto, graças à “irresponsabilidade” dos congressistas, a política não poderá ser aprovada.

 

[FOTO2]Renan e Wagner/ O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ajudaram o ministro da Defesa, Jaques Wagner (foto), a chegar aos Estados Unidos com três acordos bilaterais aprovados. O ministro é quem hoje mais serve de ponte entre o parlamento e o governo.

 

Por falar em governo…/ Parlamentares têm se queixado que a presidente Dilma fazia aqueles megaencontros com bancadas, mas jamais deu sequência à prática, chamando posteriormente pequenos grupos para conversas mais aprofundadas. Foi assim, por exemplo, com a bancada feminina. Quando voltar dos Estados Unidos, ela será aconselhada a retomar 

esses contatos.

 

Triplo carpado/ Lava-Jato, Lula em Brasília e o PMDB sempre na gangorra entre o apoio e a cobrança. Diante desses três elementos, a presidente Dilma Rousseff preferiu deixar o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em Brasília para ser os seus olhos nesses três elementos. Embora o relacionamento entre a chefe e o vice Michel Temer seja bom, há no governo quem diga que, quando se trata de PMDB, se confia desconfiando.

 

Por falar em Mercadante…/ Dilma não cogita afastar os ministros petistas de seu governo. Quem é ligado a ela lembra que a presidente já está sozinha. Pode ficar pior ao jogar para longe aqueles que lhe são leais.

DILMA E O PODER

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Cargos, emendas e poder

Entre os partidos, cresce a sensação de que ou a presidente Dilma Rousseff “divide o bolo” agora ou, talvez daqui a algum tempo, não tenha mais poder para dividi-lo. É assim que deputados e senadores têm se referido ao governo de uma maneira geral. À exceção do PCdoB, não há hoje um só partido no Congresso ou fora dele que esteja ao lado de Dilma “para o que der e vier”.

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Essa percepção de “o governo já foi”, associada à crise econômica, tornará a vida do Poder Executivo um inferno. Esta semana, por exemplo, alguns foram informados de que vem por aí mais uma leva de cancelamento de restos a pagar de anos anteriores. No Ceará, feitas as contas, os prefeitos calculam que R$ 120 milhões serão perdidos pelos municípios. Nesse clima, Dilma terá, a cada dia, a sua aflição no parlamento.

Apelou, perdeu

O vazamento da mensagem de Marcelo Odebrecht a seus advogados com a ordem “destruir e-mail sondas” foi proposital. É para tirar força do documento que a empresa distribuiu ao público interno e externo se referindo à detenção do empresário como “arbitrária” e “desnecessária”.

Se apertar…

Rogério Araújo, um dos funcionários da Odebrecht que trocava e-mails sobre sondas com Marcelo, é considerado o ponto fraco do grupo. A aposta dos colegas dele na empreiteira é a de que, em mais uns dias, ele dará detalhes sobre os negócios da companhia.

PSC em chamas

Os integrantes do Partido Social Cristão, o do Pastor Everaldo, vivem atualmente num campo minado entre o desconhecido Vitor Nósseis e o popular pastor. É que Nósseis não vê a hora de retomar o controle da legenda. Everaldo resiste.

“Vou para a Venezuela, que está pior do que aqui. Quem sabe, volto mais conformada”

Da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), referindo-se ao clima geral da política no Brasil e à crise econômica

Pau para toda obra/ O senador Romero Jucá (PMDB-RR), sempre chamado a relatar projetos importantes, acaba de receber um título do senador Jorge Viana (PT-AC): “Relator-geral da República”. Tudo porque Jucá vai cuidar da reforma política.

Papo sem cafezinho I/ A partir de segunda-feira, qualquer pessoa que não for parlamentar estará proibida de fazer pedido de refeições no restaurante-lanchonete dentro do plenário da Câmara. Ordem do primeiro-secretário, Beto Mansur (foto), do PRB-SP. Só deputados podem fazer os pedidos para si e seus convidados.

Papo sem cafezinho II/ A confusão está armada. Revolta dos jornalistas que fazem a cobertura diária da Casa e esperam horas por um lanche, uma vez que a regra é atender primeiro os parlamentares. Cara feia de assessores, que não podem deixar o plenário em dias de votação porque precisam estar a postos para atender os deputados. Há quem aposte, inclusive, que o faturamento semanal cairá pela metade, uma vez que grande parte das excelências prefere comer fora, nos melhores restaurantes da cidade. É incrível a capacidade das excelências de criar hostilidade por bobagem. #vaitrabalhardeputado

Tirem as cadeiras!/ Pouco depois das 10h de ontem, no Planalto, funcionários correram para retirar parte das cadeiras do salão do segundo andar, onde foi a solenidade de lançamento do Plano Nacional de Exportações. Foram pelo menos cinco fileiras tiradas e ainda sobrou lugar no fundo. Sinal de estiagem no poder.

BRASIL SE VOLTA AOS EUA

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Brasil e Estados Unidos, o retorno

Quando for lançar hoje o Plano Nacional de Exportações, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Indústria e Comércio, Armando Monteiro Filho, pretendem deixar claro um reposicionamento da política comercial do país em direção aos Estados Unidos, algo que foi deixado e lado ao longo do governo Lula e também no primeiro mandato de Dilma.

Diante de tantas dificuldades que o governo, há um consenso de que a saída é a economia e, dentro dela, a exportação. Afinal, dizem muitos, é o que resta para tentar sair da crise. E, dentro das exportações, os Estados Unidos estão bem e são próximos. A China, embora tenha ajudado bastante, é longe demais para salvar toda a lavoura.

 

Nem vem

A oposição viu nas declarações de Lula uma tentativa de o ex-presidente repetir agora com Dilma Rousseff a mesma estratégia usada lá atrás para se afastar de José Dirceu e de Antonio Palocci, como se não tivesse nada a ver com eles. “Lula agora quer jogar a carga ao mar, mas ele é o responsável”, diz o senador José Agripino (DEM-RN).

 

“ABC da virtude. As críticas de Lula, de que o PT está sem virtudes, são feitas num quarto de espelhos e de forma emotiva. Ou ele realmente acha que o pecado pudesse ser menos divertido?”

Do ex-deputado Paulo Delgado

 

Procuradores na cobrança

Os procuradores da Lava Jato têm reclamado muito do fato de seus colegas terem enviado todo o processo que envolve governador direto para o Superior Tribunal de Justiça. Assim, vai demorar muito mais a ter resultado e muitos envolvidos podem escapar, porque muitos procedimentos devem ser refeitos. Além disso, a defesa se aproveita para repetir recursos, o que faz com que os procuradores chamem a instância superior de “cemitério do STJ”.

 

Cada um com a sua

Os deputados começam a ter certeza de que a reforma dos políticos aprovada pela Câmara não sairá do papel. É que os senadores vão primeiro analisar suas próprias propostas para depois cuidar do “resto”.

 

Só reclamações

Embora esteja correndo a liberação de R$ 4 bilhões em emendas de deputados e senadores ao orçamento da União, sobram reclamações sobre a dificuldade de recebimento desses recursos. E hoje, se a maioria continuar nesse clima, a proposta que reduz a desoneração da folha não passará na Câmara dos deputados.

 

CURTIDAS

 

Jogo de empurra/ Basta o sujeito aparecer na cadeia que logo perde os amigos. O PT trata de jogar o detento Marcelo Odebrecht no colo dos tucanos. “Dia desses, Marcelo Odebrecht estava prestando homenagens a Fernando Henrique Cardoso. Portanto, vamos devagar”, comentou o deputado Carlos Zaratini, do PT de São Paulo.

A empoderada…/ A presidente Dilma Rousseff dá cada vez mais poderes à empresária Luiza Trajano (foto), do Magazine Luiza. Ela acaba de substituir Henrique Meirelles no comando do conselho público olímpico e tem ainda presidido diversas reuniões sobre os Jogos do Rio.

 

…vem para influir/ O conselho tem que referendar toda a matriz de responsabilidade e acompanhamento das obras que é feito pela APO. Meirelles agia nesses quesitos como uma espécie de rainha da Inglaterra. Mas Luiza, contam os palacianos ligados a Dilma, chegará para dar pitacos, como já tem feito em algumas reuniões.

 

Pelo jeitão do São João…/ Muitos líderes juravam ter ouvido do presidente da Câmara que a liberação do “ponto” dos deputados para votações valeria até esta quinta-feira. Portanto, dificilmente haverá quórum hoje para aprovar a redução da desoneração da folha de pagamento.

E LÁ VEM AS NOVAS CPIS

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Os cobradores de CPIs

Esta semana, a oposição aumentará a pressão para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), instale as CPIs do BNDES e dos fundos de pensão, à revelia dos partidos. É que já se passaram mais de 30 dias do pedido e, até o momento, as legendas não indicaram os senadores para participar dos colegiados. Renan tem, agora, a obrigação regimental de proceder às indicações a seu bel prazer. “O prazo já venceu. Cabe a Renan indicar os integrantes”, diz o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

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O presidente do Senado deve indicar os integrantes, a fim de evitar o que houve na década de 1990 com a CPI do Orçamento. O escândalo tinha vindo à tona em 1992, o então senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu uma CPI, mas os congressistas simplesmente não indicaram os representantes. Resultado: apenas em1993, depois da morte de Elisabeth Lofrano, esposa do assessor José Carlos Alves dos Santos, e da prisão dele com dólares falsos foi que o assunto ressurgiu.

Lula na lida

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a reunir os petistas para atualizar o discurso eleitoral. No partido, existe hoje a certeza de que ficar no balanço desses 12 anos de governo do PT não será suficiente para obter um resultado pelo menos razoável nas urnas em 2016. Vem por aí um projeto de segurança pública e outro de reforma urbana. Tudo para tentar pular a pauta negativa.

Tudo em casa

A equipe que trabalhou com Paulo Roberto Costa no setor de abastecimento da Petrobras não tem motivos para reclamar da vida. Um virou diretor financeiro da Transpetro. O novo presidente da empresa, Antônio Rubens Silva Silvino, era da Liquigas e gerente executivo da diretoria de Paulo Roberto Costa.

O assédio aos novos

O vice-presidente da República, Michel Temer, vai aproveitar a semana do são-joão para tentar arrefecer o ímpeto de rebeldia dos 180 deputados de primeiro mandato que se rebelaram por causa da não liberação das emendas deles ao Orçamento. Além de resolver o problema técnico das senhas para inclusão das emendas no sistema do governo, o vice-presidente os convidou para um almoço na terça-feira. O objetivo é angariar votos para aprovar o projeto que reduz a desoneração da folha de pagamentos.

Chuta para fora!

A medida provisória que trata das dívidas dos clubes vence em 17 de julho e, até agora, nenhum líder governista se mexeu para aprová-la. A ideia da maioria dos integrantes da bancada da bola é deixar a MP perder a validade.

Curtas

Novo método/ O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, adotou uma nova fórmula de pressionar os parlamentares a votar os projetos de seu interesse. Na semana passada, ele enviou a vários congressistas uma mensagem de WhatsApp para fazer apelos contra o projeto que reduz a desoneração. Ele enviou pelo menos 300 mensagens para dizer que considera a proposta “abusrda” e capaz de comprometer empregos.

Por falar em Senado…/ É ali que o governo tem apostado para resolver os problemas que saem da Câmara. E é ali que pretende aliviar ainda o imbróglio das contas da União, ainda em fase de apreciação no Tribunal de Contas da União. A presidente Dilma Rousseff deve começar a chamar integrantes da Comissão Mista de Orçamento, inclusive a presidente do colegiado, senadora Rose de Freitas, do PMDB, para uma conversa no Palácio da Alvorada. A ideia é passar a mensagem de “eu sou legal!”.

Missão difícil/ Rose de Freitas (foto), entretanto, não vai barrar as votações das contas do governo para agradar quem quer que seja. Já designou relatores para todas as 12 contas pendentes. No Congresso, diz-se que é chegada a hora de parar com o teatro: ao longo dos anos, o Poder Executivo fingia que fazia tudo certo no quesito orçamento, o TCU fingia que analisava e o Congresso fingia que aprovava. Agora, o TCU quebrou essa cadeia.

Em tempos de são-joão…/ “A alegria de Renan Calheiros com a presidente Dilma Rousseff é junina: bomba e rojão!”, afirma Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba.

As Contas de Dilma

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Rejeição em capítulos
 
Mantido o clima de hoje entre os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), a presidente Dilma Rousseff pode se preparar para um período de calvário seguido de crucificação. Muitos deles consideram que o relator, Augusto Nardes, foi tão contundente que ficará difícil conciliar os argumentos com as justificativas a serem apresentadas pelo governo — a maioria delas já conhecidas do Tribunal. Ele só optou pelo prazo de 30 dias para não expor a divisão dos outros sete votantes, dos quais pelo menos quatro seguiriam o relator.

A ideia de Nardes ao se restringir ao “quase-voto” pela rejeição foi buscar uma unanimidade, uma vez que o provável placar indicavam 5 votos a 3 pela rejeição das contas. Para a presidente, melhor seria, na avaliação dos próprios integrantes do PT, que o TCU tivesse logo rejeitado tudo, deixando à presidente Dilma a posição de vítima perante os congressistas. Agora, o governo deve passar por um longo desgaste sem certeza da vitória.

 
Ver para votar
A expectativa dos deputados ontem era votar apenas depois da semana de São João a proposta que reduz a desoneração de tributos a diversos setores. Assim, dá tempo para o governo liberar grande parte das emendas ao Orçamento deste ano e “restos a pagar” de anos anteriores. Com o dia do Santo numa quarta-feira, a bancada nordestina avisou que não pretende comparecer.
 
Sem acordo de gênero
Na última reunião dos ministros do Tribunal de Contas da União para analisar as contas de Dilma antes da sessão plenária, muitos ficaram impressionados com a avaliação duríssima feita pela ministra Ana Arraes, até aqui voto certo contra o governo.
 
Sem acordo de partido
O ministro Vital do Rego é outro que, pelo andar da carruagem, tende a votar pela rejeição das contas. Para quem não se lembra, Vital era senador pelo PMDB e passou pelo constrangimento de ter o nome indicado para ministro do governo Dilma Rousseff sem jamais ser nomeado. O prêmio de consolação foi a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. E, no ano passado, quando candidato a governador, Vital do Rego ainda viu o PT lhe passar a perna e ajudar o adversário.
 
Vetos & propostas
O governo começa hoje uma blitz nos partidos para fazer valer a sua versão do veto ao fator previdenciário. Dirá que é preciso ter parcimônia para evitar que a fonte seque e aí ninguém receberá nada.
 
A última esperança
O PT pretendia ontem aprovar um referendum para que a população decida se prefere o financiamento público ou privado das campanhas eleitorais. É a chance que o partido vê para passar o projeto aprovado no Congresso do partido em Salvador.

CURTIDAS

Simbologia/ Em conversa com amigos, colegas de Luiz Fachin no Supremo Tribunal Federal ficaram impressionados com a quantidade de ministros de tribunais superiores e advogados presentes ao coquetel de posse numa casa de festas em Brasília. “Passou tanto aperto para ser indicado e agora está aqui rodeado por todo o mundo jurídico”, comentou, por exemplo, o ministro Ricardo Lewandowski, admirador do novo magistrado.

 
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Feliciano na época errada/ O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano, (foto), olhava ontem com um certo ar de que presidiu o colegiado num momento desfavorável: “Caramba, onde é que você estavam em 2013, quando encarei isso tudo sozinho?”

Fui!/ Até o ano passado, a leitura dos pareceres das contas da Republica do TCU eram acompanhada in loco pela maioria dos ministros do Poder Executivo. Desta vez, quem apareceu por lá foi Luiz Adams, da Advocacia Geral da União, e Nelson Barbosa, do Planejamento. Os demais preferiram ficar longe da notícia ruim.

Cheguei!/ A oposição, que não costumava comparecer, foi em peso. O deputado Izalci (PSDB-DF) saiu de convicto de que a chave para o impeachment de Dilma está dali. Os ministros da Corte, entretanto, consideram que é cedo para falar a respeito.

TCU EM RECONSTRUÇÃO

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    O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, apresentou seu parecer conforme havia noticiado a coluna há alguns dias: As contas estão tão confusas que é impossível dar um parecer final. Optou pela solução salomônica, dando 30 duas para que o Executivo se pronuncie sobre as contas da presidente Dilma Rousseff de 2014. É a primeira vez que o Tribunal tende a rejeitar as contas de um governo. Nem Fernando Collor obteve um relatório tão desfavorável.
    O sinal indica que o TCU está mudando. Quer mais rigor de si próprio e dos governos de hoje e de amanhã. A sessão de hoje deixou claro que há uma mudança de postura. Agora, é aguardar.
    
    

Ópera do Planalto

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Planalto em chamas

Mal Dilma Rousseff embarcou para Bruxelas, seus principais atores se desentenderam numa ópera em três atos:

1º ato

O líder no Senado, Eunício Oliveira, “peitou” o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na noite de segunda-feira, e disse-lhe poucas e boas sobre interferência na coordenação política. No dia seguinte, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente em exercício, Michel Temer, puxam pela votação imediata do projeto que reduz a desoneração da folha de pagamentos para alguns setores a fim de dar um recado ao mercado. Paralelamente, a Casa Civil, capitaneada por Mercadante, trabalha o adiamento para buscar uma negociação.

2º ato

Mercadante, numa conversa com o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, defende uma pessoa para ficar exclusivamente na Secretaria de Relações Institucionais “recebendo as emendas e conversando com os parlamentares”. Aliás, há quem diga que ele já sondou alguns para a função. Soou como uma crítica ao trabalho de Temer, que soube dessas articulações.

3º ato

A Casa Civil, na avaliação de muitos, segura enquanto pode os cargos a fim de ganhar tempo para ver se a economia melhora e pode, assim, prescindir de algumas concessões aos aliados. A leitura dos políticos é a de que essa tentativa de buscar alguém para a SRI é para ter um subordinado na função. Temer, presidente, não se sujeita à função subalterna e quer ver todos obedecendo ao que foi articulado. Inclusive a Casa Civil.

O clima político aquece como um forno que Dilma esqueceu ligado. Falta a presidente chegar e dizer se tem algo a ver com os movimentos do ministro. Essa é a dúvida que permanece na cabeça dos peemedebistas: se a presidente vai desligar o forno ou aumentar a temperatura.

E o Geraldo, hein?

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pretende alugar um andar inteiro de um prédio comercial em Brasília para reativar a representação do governo de São Paulo na capital da República. Oficialmente, quer defender os interesses estaduais no governo federal. Mas, nos bastidores, há quem diga que é uma forma de estar mais perto das conversas partidárias rumo a 2018.

Reajuste em suspenso

Os projetos que reajustam os salários do Poder Judiciário ficarão em suspenso no Congresso pelo menos até que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conclua as conversas com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. O pedido partiu de Levy, e os parlamentares consideram que veio em boa hora. Com a crise e o ajuste fiscal, não é o momento político apropriado para reajustar salários de quem não tem risco de ficar desempregado.

Curtidas    

Imperial, eu?/ Ao encontrar ontem com o deputado Chico Alencar (PSol-RJ) na reunião de líderes, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi logo comentando a frase de Chico publicada ontem aqui na coluna, comparando o estilo do peemedebista ao de Antonio Carlos Magalhães e de Luis XIV. “Pô, Chico! Luís XIV foi demais, hein? Não sou tão autoritário assim”, disse ele, que protagonizou um bate-boca com Joaquim Levy.

Respingou/ A greve de ônibus no Distrito Federal atingiu as excelências. Os funcionários do setor de serviços gerais da Câmara não estão conseguindo transporte para chegar ao trabalho. Uma senhora ontem reclamava que pagou

R$ 10 num “pirata” lotado. Muitos servidores avisaram que não pretendem repetir a maratona para chegar ao Congresso hoje, caso os ônibus não voltem a circular normalmente, mesmo com o fim da greve.

E as biografias, hein?/ Para muitos, o jogo não acabou. A decisão do Supremo Tribunal Federal de liberar tudo não impede que, no futuro, as excelências tentem fazer passar uma emenda constitucional no sentido de tentar vetar as biografias não autorizadas.

DILMA NA ABERTURA DO CONGRESSO DO PT

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Dilma mudou de ideia: Vai à abertura do Congresso petista em Salvador. O Escave (o avião precursor) parte para a capital baiana amanhã cego, por ordem da presidente, para definir os roteiros da presidente na cidade. Ela deve chegar por volta das 20h30. 

A segurança havia programado o pouso da presidente em Salvador apenas na sexta-feira, mas ela mandou refazer. Sai de Bruxelas na hora do almoço e chega em tempo de pegar a abertura do congresso partidário.

Dilma, só no encerramento

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 Agora é oficial. A presidente Dilma Rousseff não participará da abertura do Congresso do PT na quinta-feira, porque seu avião não tem autonomia de vôo para sair de Bruxelas e aterrissar em Salvador em tempo da presidente discursar no evento. Ela ainda não definiu se irá no Dia dos Namorados ou no Dia de Santo Antônio, 13 de junho, data de encerramento do encontro petista. Assim, não aceitará o pedido de Lula. Ele havia sugerido que ela não faltasse à abertura, ainda que saísse mais cedo da reunião da União Européia. O PT, obviamente, não gostou.