Nem vem

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A depender das conversas dos petistas no velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia, o diálogo com o governo do presidente Michel Temer deve ser descatardo. Nos bastidores, há quem diga que a história de “união nacional” para tirar o país da crise — e da corrupção — só poderá ser feita depois que todos os enroscados na Lava-Jato tiverem acertado as contas com a Justiça. O PT teme que o PMDB esteja querendo usar Lula para dar legitimidade ao atual governo, que o PT considera ilegítimo.

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Lula, da sua parte, vai viver o luto, deixar o tempo correr mais um pouco, baixar a poeira dentro do próprio partido, para mais à frente ver como é que fica o cenário. Agora, quem tem pressa é Temer e não o ex-presidente.

Um pé no Pará I

Quem é mais antigo no PMDB lembra-se de uma certa vez, nos idos de 2004, em que os senadores Sérgio Cabral, hoje preso, e Luiz Otávio, que até recentemente era da Secretaria de Portos, trocaram sopapos na sala da liderança do partido. Já naquela época, a briga foi por dinheiro.

Um pé no Pará II

Luiz Otávio insistia em ser indicado para o Tribunal de Contas da União. Cabral queria outro nome, justamente para não expor os negócios. Luiz Otávio era, até meados de janeiro, assessor especial do ministro dos Transportes, Maurício Quintela, mas respondia pela Secretaria de Portos. É sogro de Georges Sadala, amigo de Cabral, que foi concessionário do Poupa Tempo no Rio de Janeiro.

Pré-requisito

A insistência dos peemedebistas para fazer dos maranhenses Édison Lobão e João Alberto presidentes da Comissão de Constituição e Justiça e do Conselho de Ética, respectivamente, vai além da experiência de ambos no Senado e das ligações com José Sarney. Ambos são vistos como resistentes à pressão da opinião pública e das redes sociais.

Nas mãos de Janot

Quem conhece Edson Fachin garante que ele só levantará o sigilo da delação da Odebrecht se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disser que não prejudica as investigações.

CURTIDAS

Similares // Muitos têm comparado a ascensão de Rodrigo Maia a de Aécio Neves, em 2000, quando o tucano, que até então era apenas o neto de Tancredo Neves, demonstrou habilidade política e arrematou a Presidência da Câmara das mãos do antigo PFL.

Diferentes // Só tem uma diferença: Aécio Neves não criou problemas para o governo logo na primeira entrevista.

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Amigos de fé // Quando Lula deixou Brasília depois da posse de Dilma, em janeiro de 2010, o ex-presidente José Sarney (foto) fez questão de acompanhá-lo no voo para São Paulo. Na última quinta-feira, na hora do almoço, foi o ex-presidente Lula que ligou para Sarney e informou da morte de dona Marisa. Sarney almoçava em casa com um grupo de políticos e dali partiu para organizar a viagem dos peemedebistas a São Paulo, a fim de prestar solidariedade ao ex-presidente.

No clima da Lava-Jato // Na esvaziada solenidade de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, os deputados repararam que a salva de tiros de canhão estava mais estrondosa do que nos anos anteriores. “Nem parece tiro de saudação. Está mais para tiro de advertência!”, brincou o deputado Luís Carlos Hauly (PSDB-PR).

Moreira Franco ganha abrigo para escapar do furacão carioca

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Diante da tempestade perfeita que se abate sobre o PMDB do Rio de Janeiro __ e que já levou Eduardo Cunha e Sérgio Cabral __, o presidente Michel Temer deslancha uma mudança no Ministério e aproveita essa reformulação para abrigar o secretário executivo do programa de investimentos, Wellington Moreira Franco, e tentar evitar que respingos dessa chuva recaiam sobre um de seus mais próximos colaboradores. Entre aqueles que são mais próximos ao presidente Temer, Moreira era o único sem status de ministro. Agora, ganhará a secretaria-geral da Presidência da República cuidando de toda a administração palaciana.
O temor dos amigos de Moreira Franco é que ele termine exposto a processos na Lava Jato, uma vez que o nome dele foi citado na delação da Odebrecht. Há receio também que ele seja envolvido em alguma citação de Eduardo Cunha a título de vingança. Moreira e Cunha não eram aliados e viviam às turras, numa disputa pelo partido no Rio de Janeiro. Com Moreira abrigado num cargo de primeiro escalão, qualquer citação que envolva o nome dele terá que ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal, onde a fila é grande o tempo tem sido curto para analisar tudo.

Fachin pede vaga na 2ª turma

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin chegou há pouco em Brasília e se colocou à disposição para assumir a vaga de Teori Zavascki na segunda turma. “Se nenhum outro ministro mais antigo se apresentar, estou à disposição”, diz ele, pronto para assumir.
Desde o velório de Teori Zavascki, ainda em porto Alegre, o nome de Fachin e o do decano, Celso de Mello, são citados como os mais recomendados para relatar o processo da Lava Jato. Resta saber como a ministra Cármen Lúcia procederá o sorteio, se entre todos os ministros do STF, ou apenas os da segunda turma.

A tendência hoje é que Cármen Lúcia opte por sortear entre os integrantes da segunda turma, incluindo o novo ministro, até o momento, Edson Fachin. O fato de Edson Fachin ter se apresentado para compor a Segunda turma pode inclusive inibir os demais a reivindicar a vaga.

Fala Eike!

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A crie politica volta oficialmente esta semana, com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso retomando suas atividades, sob uma saraivada de delações premiadas. Além da Odebrecht, homologada hoje de manhã, vem aí o depoimento do empresário Eike Batista. Nas entrelinhas das declarações de Eike percebe-se que ele tem muito a dizer. A fala inicial deixa claro que ele pagou propina para prospectar seus negócios nas esferas governamentais. Como da primeira vez em que foi chamado a dar esclarecimentos ele contou da missa a metade, agora terá que rezar o terço completo. Ainda não se mencionou, por exemplo, o ex-secretário do governo Cabral Regis Fichtner, advogado que ocupou a suplência de Cabral no Senado. Em seu blog, o ex-governador Anthony Garotinho alertou em dezembro que Fichtner era, por decreto do governador, o “único a autorizar a compensação de dívidas e pagamento de impostos atrás de precatórios”. Nos bastidores há quem diga que isso está sendo investigado.

Geralmente, as pessoas começam o ano cheias de esperanças no futuro. A classe política, entretanto, mudou o discurso de otimismo para frases do tipo, “pior que o hoje, só o amanhã”.

Estado de d. Marisa é grave

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Dos exames preliminares, d. Marisa Letícia seguiu para a sala de cirurgia, onde está sendo submetida a uma angiografia cerebral. É um exame neurorradiológico com auxílio de cateteres de diferentes formatos e de um fio guia com o objetivo de avaliar a circulação intracraniana com a visualização dos vasos. Parentes já se reúnem no Sírio Libanês para ficar ao lado do ex-presidente Lula, aguardando mais notícias.

Dona Marisa teve um princípio de AVC

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Depois de fortes dores de cabeça esta manhã e um pico de pressão. a ex-primeira-dama Marisa Letícia foi atendida em São Bernardo do Campo, onde foi diagnosticada uma suspeita de AVC, o que levou a família a transferi-la para o hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Ela chegou consciente ao Sírio. Nesse momento, ela passa por exames para determinar a extensão do acidente vascular cerebral para saber se será necessário se submeter a uma cirurgia, segundo informou um parente.

Temer, o seu tempo e o funil para o STF

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Com um leque de nomes à disposição para ocupar a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF) e pressões de todos os lados, o presidente Michel Temer vem sendo aconselhado a centrar o foco nos currículos dos ministros de tribunais superiores: Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho e por aí vai. Ao acolher esses conselhos, Temer tira de cena o atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Alguns conselheiros, entretanto, lembram que o presidente tem plena consciência de que o momento é delicado e usará para essa escolha, guardadas as devidas proporções, um pouco do estilo que usou para afastar o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Temer sabia que a permanência de Geddel no governo estava comprometida dias antes de o ministro pedir demissão. No entanto, preferiu esperar para que o próprio Geddel tivesse essa percepção. Com a escolha do ministro do STF e as pressões que sofre de todos os lados, não será diferente. Com a vantagem de que agora, ele tem tempo. E quem tem tempo não tem pressa.

Primeiro, ouvir

Embora não queira demorar para escolher o relator, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, foi aconselhada a usar essa semana para estudar todas as saídas regimentais, inclusive ouvindo os demais ministros. “Ela sabe que não pode errar, nem expor o tribunal a um novo relator que já tenha se pronunciado abertamente sobre as decisões da primeira instância”, dizem seus interlocutores. Daí, os estudos sobre distribuir sem que seja necessariamente por sorteio.

O passageiro

A ministra Cármen Lúcia voou de Porto Alegre para Brasília com o ministro Gilmar Mendes. Ali, dizem alguns, começaram a discutir de forma genérica a substituição do ministro-relator da Lava-Jato.

Contagem regressiva

A classe política se prepara para a volta dos trabalhos do Congresso num clima de tensão pior do que estava quando foi ao recesso. Tudo por causa da lista que a Odebrecht entregará até sexta-feira à força-tarefa da Lava-Jato, como parte do acordo de leniência em curso. É aí que constarão nomes, partidos e valores de todas as doações políticas (leia-se propina e doações eleitorais legais) desde 2000. É por isso que já tem muita gente apostando que o estoque de calmantes das farmácias de Brasília vai baixar.

Enquanto isso, no Congresso…

A lista pode colocar de molho muitos interessados em espaços de poder na Câmara e no Senado, que escolhem seus novos comandantes na semana que vem. “Nada hoje está tão seguro que não possa ser revisto amanhã” é a frase que mais se ouve nos bastidores dessa eleição. E as rodas de conversa sobre essa eleição concluem: “Se não sabemos nem começar o jogo de 2017, quem dirá definir os candidatos de 2018”.

Em nome dos filhos/ As orações que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (foto) tem feito quase que diariamente numa igreja próxima à casa dele, em Fortaleza, surtem efeito. Pelo menos, no que se refere aos filhos. Todos estão praticamente morando fora do país: um em Miami, dois em Nova York e um em Londres.

Por falar em Machado…/ Ele anda com muito medo de represálias do grupo que delatou. Só sai de casa em carro blindado. E parou de caminhar nas redondezas.

…A tensão impera/ Até dentro da igreja os seguranças não tiram os olhos do ex-senador que gravou as conversas mantidas com caciques do PMDB. São pelo menos cinco que passam dia e noite em sua casa. Aliás, alguns vizinhos têm se perguntado de onde está saindo o dinheiro para pagar tanta gente.

Privilégio de poucos/ O eterno senador Pedro Simon não tem sossego. No último domingo, ele tentou descansar no Vale dos Vinhedos, onde participou da festa de 90 anos de um amigo, mas onde chegava era abordado por turistas, que se desdobraram em elogios à atuação dele. Nesses tempos em que xingamentos a políticos viraram rotina nos aeroportos e restaurantes, casos como o de Simon são as exceções que reacendem a esperança.

Cármen Lúcia não pretende esperar novo ministro para relatar Lava Jato

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, não planeja esperar a escolha de um novo ministro para dar prosseguimento ao processo da Lava Jato. No STF, muitos já estão dedicados a buscar brechas no regimento para escolher o novo relator. Assim, ela não fica obrigada a seguir à risca o artigo 38, que, no caso de morte do relator, determina que os processos sejam destinados a um novo ministro.

Assim, a ministra ainda protege o STF da teoria da conspiração que domina as redes sociais. No twitter e Facebook crescem a cada minuto a desconfiança de que a morte prematura de Teori não foi um simples acidente. As investigações dirão em breve o que aconteceu no fatídico vôo da tarde desta quinta-feira.