Bolsonaro quer ampliar sua força nos estados onde o PT obteve a maioria

Publicado em coluna Brasília-DF

Bolsonaro tenta minar bases petistas

Enquanto o ex-presidente Lula tenta verificar quais as suas chances de concorrer em 2022 com apoios até de antigos adversários num segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro, o capitão visita os estados onde obteve os menores percentuais de votação em 2018 para inaugurar obras. O piso de Bolsonaro em 2018 foi justamente o Piauí, onde apenas 23% dos eleitores votaram nele no mano a mano contra Fernando Haddad (PT). No Maranhão, onde cumpriu agenda na sexta-feira, o presidente fechou o segundo turno com 26,7% dos votos.

Dos cinco estados que o presidente visitou neste mês de maio, ele obteve mais de 50% dos votos em apenas dois, Mato Grosso do Sul, 65,2%, e Rondônia, 72,2%. Em Alagoas, Bolsonaro ficou com 40% dos votos. Embora o presidente esteja cumprindo a sua obrigação de levar obras e serviços à população, há um ditado que todos os parlamentares sempre reafirmam, “em política, não há coincidência”. E, com pouco alarde, o presidente vai colocando a foto do governo em estados onde o PT obteve a preferência, ainda que Lula não fosse o candidato. É o esforço para tentar desde já ganhar terreno antes da largada oficial da campanha de 2022.

Se virar à esquerda, perde o outro lado
A vida do presidente do DEM, ACM Neto, não está nada fácil. Ele já acenou com um possível apoio a Ciro Gomes (PDT), o que soou para alguns demistas como algo que pode terminar por atrapalhar o próprio Neto na Bahia. Afinal, se ele apoiar Ciro, outro nome baiano mais conservador será candidato com apoio do presidente Jair Bolsonaro.

A armadilha do impeachment
Alguns petistas consideram que não há condições de promover um impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Sabe como é, o MDB promoveu o
Impeachment de Dilma, ficou dois anos no poder e não obteve sucesso eleitoral em 2018. Na época de Collor, o PT foi um dos indutores do processo e quem “se deu bem” depois foi Fernando Henrique Cardoso.

A obsessão de Bolsonaro
A permanência do auxílio emergencial para além de quatro parcelas está no radar do governo por dois motivos: Primeiro, dinheiro na mão da população ajuda a aquecer a economia. Segundo, é no Nordeste que está a maioria dos beneficiários.

Muita calma nessa hora
Ao dizer que não vislumbra terceira onda Sa covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tenta acalmar a população de evitar novos lockdowns país afora, algo que o presidente Jair Bolsonaro abomina.

CURTIDAS

Energia no limite/ O presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, Edio Lopes, já fez as contas e descobriu que o custo de dois anos com óleo diesel para abastecer as usinas termelétricas em Roraima seria suficiente para construir um linhão do Amazonas para Roraima. São gastos 1,1 milhão de litros de diesel por dia para abastecer as usinas termelétricas.

Ciro tem a força/ O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, montou uma estrutura no Piauí capaz de ajudar o seu candidato a presidente da República a conseguir alguma vantagem eleitoral em municípios importantes do Estado. Se Bolsonaro quiser a estrutura da “equipe senador Ciro Nogueira”, é bom continuar tratando o PP a pão de ló.

Agarrado no serviço/ Depois que o presidente Jair Bolsonaro desfilou em Alagoas com adversários do relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros, o senador tem reservado todos os fins de semana para agendas no estado com o governador, Renan Filho. Não dá para deixar o presidente tomar conta.

Por falar em CPI…/ Paralelamente ao depoimento da “capitã cloroquina” — secretária Mayra Pinheiro que foi ao Amazonas defender o uso do medicamento contra Covid —, o que vai pegar fogo é a sessão de quarta-feira. Há quase 350 requerimentos pendentes, sendo a maioria se convocação de testemunhas. Na lista, quase todos os ministros de Bolsonaro, inclusive Paulo Guedes, da Economia, e Anderson Torre, da Justiça e uma penca de governadores.