Coluna Brasília-DF
A presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, na posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, foram previamente acertadas para demonstrar todo um esforço dos Poderes em superar a crise política. O discurso do presidente Jair Bolsonaro, entretanto, saiu um pouco do script, mas ficou no limite do que havia sido combinado.
Entre assessores, havia a expectativa de que ele lesse o texto enfático em prol da paz institucional, escrito a várias mãos. Bolsonaro, porém, optou por falar de improviso, pinçando parte do que havia sido produzido em conjunto com alguns trechos que ele colocou. Por exemplo: discordar de certos aspectos da Constituição e, de quebra, dizer que o povo manda nas instituições. No STF, o norte é a Constituição. É bom todos irem se acostumando.
Distanciamento urgente
Bolsonaro defendeu os parlamentares que o apoiam e estão sob suspeita de financiar movimentos radicais. Mas seus aliados são unânimes em afirmar que ele não fará qualquer gesto de apoio a Sara Giromini (vulgo Sara Winter) e à trupe intervencionista. Há quem diga, inclusive, que o grupo 300 do Brasil não pode nem sequer ser chamado mais de “bolsonarista”.
Weintraub na porta de saída…
… E o Centrão forçando a porta de entrada. O presidente só não demitiu ainda o ministro da Educação, Abraham Weintraub, porque procura um substituto. Os partidos sonham com mais um parlamentar no primeiro escalão, mas os integrantes do “bolsonarismo raiz” consideram que a área é estratégica e precisa de alguém da ala ideológica.
A hora do Parlamento
A continuidade do inquérito das fake news serve de motor para que o Parlamento tente buscar um consenso dentro da lei de combate a esse tipo de postagem nas redes sociais. Até aqui, a polêmica é grande, mas a tendência é aprovar uma lei nesse sentido, antes de aberta a temporada de campanhas municipais.
Para não dizer que não falaram de flores
O slogan do Plano Safra deste ano chamou a atenção: “O florescer de uma nova colheita”. É ali que o governo jogará a maioria das fichas para tentar se afastar da crise econômica e, com isso, amenizar o clima político. A chave do sucesso, avaliam alguns, está no agro.
Argumentos fortes/ O voto do ministro Alexandre de Moraes, citando mensagens que incitam o estupro e o assassinato de parentes de ministros, foi visto como o mais forte no sentido de criar convicção sobre a necessidade de manutenção do inquérito das fake news.
Aldo x Olavo I/ Aldo Rebelo, que já comandou vários ministérios, inclusive o da Defesa, decidiu responder aos ataques que recebeu do escritor Olavo de Carvalho, que o chamou de antipatriota. Os dois se conhecem desde 2000 e já travaram debates respeitosos no passado, a ponto de Aldo ter recebido de Olavo um livro de Schoppenhauer, Como vencer um debate sem precisar ter razão. A dura fala termina assim: “Patriota de falsa bandeira, trabalha para dividir o Brasil. Você não engana ninguém, Olavo. Respeite os patriotas que ficaram no Brasil”.
Aldo x Olavo II/ “Por reciprocidade. Vou pôr em dúvida o patriotismo de Olavo. Quero saber o que um patriota faz na Virgínia, há 15 anos, quando o Brasil passa por dificuldades. Quero saber quem sustenta, a que interesses ele serve”, diz Aldo, perguntando em vídeo onde estava o professor, quando o país debatia lei de biossegurança, código florestal, base de Alcântara… “Você não fez um pio, ficou calado. Você estava aí, na Virgínia, guardado, protegido e protegendo interesses que não eram os do Brasil”.
Procuradores por Bia/ Procuradores do Distrito Federal divulgaram nota de apoio e solidariedade à deputada Bia Kicis (PSL-DF). Ao final, mandam um recado aos responsáveis pelo inquérito. Dizem que esperam uma investigação feita de forma transparente, “observando os estritos limites da legislação e respeitando o contraditório e a ampla defesa”.