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BNDES: Bolsonaro dá a entender que cabeças vão rolar após mega-auditoria

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O comentário do presidente Jair Bolsonaro — “alguém quis raspar o tacho” — a respeito da mega-auditoria, de R$ 48 milhões, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não vai ficar por isso mesmo. Para auxiliares, ele foi além e adiantou que quer uma lupa sobre a contratação dessa auditoria. A aposta de alguns no governo é a de que cabeças vão rolar, da mesma forma que não ficou esquecido o voo do ministro interino da Casa Civil, José Vicente Santini, da Suíça à Índia, nas asas da FAB.

Reforma só depois de novembro

Podem balançar seus ministros à vontade. Até o fim das eleições municipais, o presidente não pretende mexer na equipe, a não ser, obviamente, se ele considerar que algum ministro cometeu irregularidade.

Razões

É que, a partir de novembro, o governo considera que “vira a ampulheta”, ou seja, é preciso organizar a equipe para dar mais impulso e visibilidade aos programas que o presidente vai querer apresentar na eleição seguinte como sua marca. Há um consenso de que só acesso às armas e a reforma da Previdência não dão.

Nem vem

Há também quem queira que o presidente aguarde a eleição do novo comando do Congresso, em fevereiro, para mexer na equipe. Bolsonaro não quer saber de misturar as duas estações. Esse estilo era dos governos passados.

Por falar em governos passados…

Quem levou o novo presidente do INSS, Leonardo Rolim, para a Previdência foi o ex-ministro e ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (MDB). Garibaldi foi ministro no governo Dilma Rousseff.

E o PT, hein?

Sem ter bala na agulha para evitar a prévia que escolherá o nome petista para disputar a Prefeitura de São Paulo, Lula pediu aos pré-candidatos que façam uma campanha de olho na unidade do partido. No caso de Recife, a ordem é esperar abril e ganhar tempo para ver se dá para unir o PT em torno de Marília Arraes — e avaliar que reflexo a briga da família Campos terá sobre o processo eleitoral. Mantida a disputa familiar, a ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, não fará campanha para o neto, o deputado João Campos, candidato pelo PSB.

Paternidade

O governo quer colocar a sua marca na reforma tributária. Só tem um probleminha: se sair a reforma, o Congresso é quem pretende ficar com os louros. Afinal, os parlamentares já começaram a discutir o tema, e o governo ainda enviará a sua proposta. Em tempo: desde que seja positiva para a população, o brasileiro está pouco se lixando para quem será o pai dessa “criança velha”.

Medo do povo…/ O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, vai hoje, às 12h30, à Companhia Docas de São Paulo (Codesp) assinar o contrato STS-20, de arrendamento do terminal do Porto de Santos. Até aí, nada demais. O problema foi a mensagem de áudio enviada pela Codesp aos interessados. As associações só podem enviar, cada uma, um representante.

… e das cobranças/ Esse representante deve ser ainda simpático ao governo. A Codesp pede que a “visita” do ministro seja mantida sob sigilo para não atrair populares. O evento não constava nem na agenda do ministro, nem do secretário de Portos, Diogo Piloni.

Marketing às avessas/ O contrato prevê investimentos de R$ 219 milhões. A outorga foi feita por R$ 112 milhões à vencedora do leilão, a Hidrovias do Brasil Holding Norte AS. Os políticos não gostaram de tanto mistério em torno dessa assinatura de contrato. Era hora de o governo bater bumbo sobre suas realizações e não escondê-las.

#fica a dica/ Conforme bem lembrou o prefeito de Salvador, ACM Neto, em entrevista ao Correio, quem não pode sair na rua, melhor sair da vida pública.

Antônio Martins/ Lá se vai mais um grande profissional do jornalismo, Antônio Martins. Ele trabalhou no jornal O Globo, presidiu a antiga Radiobrás, hoje EBC. O velório será das 11h às 15h, no Cemitério Campo da Esperança.