Bateu o medo do foro

Publicado em coluna Brasília-DF

A descida de processos de deputados e senadores para a primeira instância provoca pânico em alguns. Por exemplo, a remessa do processo sobre o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes para a primeira instância judicial no Rio de Janeiro faz tremer os alicerces da pré-campanha demista ao governo estadual. É que, nas mãos de Marcelo Bretas,
há quem diga que é condenação na certa.
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Não é apenas aí que reside o perigo. As declarações do ex-prefeito sobre o processo também provocaram constrangimentos dia desses numa roda de ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Chegou aos ouvidos dos ministros que Paes tem dito frases do tipo, “fica tranquilo que, no TSE, esse assunto está resolvido”. Quem conhece os ministros garante que não existe isso de “resolvido”, expressão que, em Brasília, costuma ter interpretações nada republicanas. Da mesma forma que Fernando Segóvia se precipitou ao mencionar que o inquérito contra Michel Temer no caso dos portos seria arquivado em breve,
Paes pode ter cometido um erro crasso falando do TSE.

E Lula ficará preso
Com os quatro votos da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal contra o recurso da defesa do ex-presidente Lula para que ele responda em liberdade, começaram a ser formadas as listas para visitar o ex-presidente na prisão. Na fila, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ainda faltam votar Ricardo Lewandoswski e Celso de Mello, mas o resultado não mudará. Portanto, Lula montará os palanques petistas nos estados dentro da sala que ocupa na sede da PF em Curitiba. O resultado final da votação será divulgado oficialmente hoje.

Muita calma nesta hora
O PSDB não está tão confortável em conversar com o MDB de Michel Temer e tem um discurso na ponta da língua para os potenciais aliados de centro que buscam outros caminhos. Na reunião de ontem, num hotel em Brasília, os tucanos comentaram sobre o fato de, na eleição de 2014, pelo menos, 15% dos eleitores terem escolhido seu candidato no dia do pleito.

Deixe tudo para depois
Diante do quadro nebuloso, os tucanos tentam vender a ideia de que ainda tem muito jogo pela frente para que os partidos fiquem tão ansiosos. A ideia é deixar claro que, se Geraldo Alckmin não melhorar sua performance até julho, sempre haverá o “sprint”.

Conta outra
Os partidos, entretanto, estão ansiosos. Como foi dito nesta coluna há alguns dias, aliados de Rodrigo Maia ensaiam conversas com Ciro Gomes da mesma forma que o antigo PFL buscou o PSDB de Fernando Henrique Cardoso em 1994. Já tem muita gente dizendo que a hora de agregar alguma coisa é agora, uma vez que, numa campanha curta, ficará difícil tirar de quem estiver mais à frente.

Comício no cafezinho/ Os deputados assistiam calmamente a Juventus X Milan na tevê quando, de repente, entra o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) vice-presidente da Câmara, falando em tom de palanque: “Olha, este projeto do cadastro positivo vai dar R$ 70 bilhões para três empresas quem vai pagar o cadastro somos nós, contribuintes. Tem que votar contra”.

Salvo pelo elevador/ Na hora em que Fábio Ramalho fala, o deputado Índio da Costa (PSD-RJ) se levanta e, no mesmo tom, reage: “Não é assim. Os cartórios não querem o projeto e estão fazendo lobby aqui dentro”. Eis que Fabinho completa: “Você está é defendendo os bancos, porque é ligado a eles”. Quando a discussão ia esquentar, eis que o elevador chega e Fabinho entra, encerrando a discussão.

Vai um suco de maracujá, deputado?/ Quem acompanhou a reunião da comissão especial que debateu a lei dos agrotóxicos ficou impressionado com o destempero do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Aos berros, ele expulsou um produtor rural da sala. O ruralista tinha dado uma risadinha no momento em que Molon falava contra o projeto.

Olho no digital/ Geraldo Alckmin (foto) decidiu apostar no marketing digital. A principal estratégia do tucano é se preparar para combater as fake news, além de divulgar as propostas na internet. Ontem o tucano apresentou oficialmente a equipe. O responsável pela área digital é o professor de marketing Marcelo Vitorino, que trabalhou para Crivella, em 2016, no Rio, e José Serra, em 2010, na campanha ao Planalto. O responsável pela TV é Lula Guimarães, que fez a campanha de João Doria para à prefeitura de São Paulo em 2016.