Auxílio emergencial
Auxílio emergencial Mão passando para outra um cifrão rasgado

Auxílio emergencial é solução, mas prorrogação vira problema para Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

Caberá ao governo explicar à população que o auxílio emergencial será de um terço até dezembro, retomando o valor proposto pela equipe econômica, em março. A oposição, obviamente, pedirá a prorrogação dos R$ 600. Mas a ideia da maioria dos partidos de centro é deixar que o governo diga quanto pode pagar, sem comprometer ainda mais suas contas. “Vamos esperar o governo se posicionar. Afinal, é ele que tem a chave do cofre”, diz o líder do DEM, Efraim Filho (PB).

A ideia é evitar que o presidente Jair Bolsonaro tente colocar, no Parlamento, a pecha de irresponsável, por propor um auxílio de R$ 600 que o governo diz não ter como pagar. No Domingo, por exemplo, o presidente afirmou que governadores quebraram a economia e agora querem o pagamento do auxílio. Até aqui, o governo surfou no “dinheiro do Bolsonaro”. Agora, se não puder pagar, terá de arcar, também, com as consequências.

Em tempo: junto com o auxílio emergencial, o governo terá um novo embate em torno do teto de gastos, tema que divide hoje o governo. Paulo Guedes é contra, enquanto o chefe da Casa Civil, Braga Netto, é visto entre os parlamentares como uma posição favorável. Nesse quesito, Guedes contará com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Vai dar ruim

Em conversas reservadas, oposicionistas calculam que Bolsonaro está encalacrado: se prorrogar o auxílio com valor muito inferior aos R$ 600, será criticado por quem se acostumou a viver com esse montante. De quebra, para qualquer gasto abaixo desse valor, será dito que, se não fosse a viagem x, a compra y, haveria recursos para o auxílio.

Na área

O governador do Maranhão, Flávio Dino, fez uma live com deputados federais do estado. Aos poucos e sem alarde, vai colocando seu bloco na rua, mas não sem deixar frustrações. Jamais diz que pedirá ao PT que apoie um não-petista para 2022.

No banco

Os lulistas pretendiam aproveitar a campanha deste ano para tentar mostrar que Lula ainda tem a força. Os candidatos pelo Brasil afora, porém, têm defendido que o momento é de renovação de quadros.

Cenário perfeito

Ninguém vai dizer a Lula que ele não precisa aparecer. A ideia é dizer que, em tempos de pandemia, é melhor o ex-presidente evitar aglomerações.

Curtidas

Joga em cima e garante embaixo/ Pré-candidato a presidente da Câmara, o deputado Marcelo Ramos é tratado nos bastidores como aquele que se apresenta para que o PL possa garantir a vice-presidência ou uma secretaria de peso na Mesa Diretora de 2021.

Por falar em Ramos…/ Integrante do Centrão, Ramos precisa que Lira se inviabilize para conseguir espaço em torno de sua pré-candidatura. E há outro detalhe: se Lira não conseguir emplacar o próprio nome, há Aguinaldo Ribeiro, também do PP.

Me deixa quieto/ Aguinaldo tem evitado falar da eleição para presidente da Casa. Está mergulhado na relatoria da reforma tributária. Assim, consegue evitar se expor cedo demais nessa briga e não se indispõe com os colegas que já estão na labuta por voos nos bastidores.

STF começa dividido/ A decisão do ministro Edson Fachin, contra o compartilhamento de dados da Lava- Jato e em sentido contrário ao presidente do STF, Dias Toffoli, e o procurador-geral, Augusto Aras, retoma a tensão na Casa.