Autor: Denise Rothenburg
A decisão da maioria dos partidos de esquerda, de apoiar o bloco formatado por Rodrigo Maia (DEM-RJ) para disputar a Presidência da Câmara, em oposição ao Centrão de Arthur Lira, não inclui o PSol. O partido, que teve Marcelo Freixo como candidato na última eleição __ e obteve 50 votos __ seguiu o seu grupo até a decisão de não apoiar o candidato de Jair Bolsonaro, no caso Arthur Lira. Mas prefere lançar um nome próprio. A esquerda, porém, não deixará isso solto.
A formação de dois grandes blocos indica que a sucessão para presidência da Casa promete ser decidida em turno único. E os votos do PSol podem ser cruciais para assegurar uma vitória contra o governo. É esse o discurso que os partidos de esquerda vão usar junto ao Partido Socialismo e Liberdade para agregá-lo ao grupo. É que, se lá na frente, faltarem poucos votos para eleger o candidato do bloco “Câmara Independente” e o PSOL ficar fora do grupo, o partido será acusado de ter jogado de forma ajudar o candidato de Bolsonaro. Algo que, obviamente, o PSol não quer.
O presidente Jair Bolsonaro corre o risco de ter colocado o deputado Arthur Lira (PP-AL) na maior dificuldade a que esteve exposto, desde que se lançou candidato a presidente da Câmara com o aval do governo. Tudo começou quando o presidente Jair Bolsonaro, em sua live semanal, nessa quinta-feira, acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de deixar cair a medida provisória do 13º do Bolsa Família. “Esse problema acaba amanhã”, reagiu Rodrigo há pouco em pronunciamento na Câmara, reforçando o que havia dito hoje mais cedo, ao pautar para esta sexta-feira a prorrogação do auxílio emergencial, incluindo no texto uma emenda para garantir o 13 do Bolsa Família.
O que o presidente omitiu em sua live foi o fato de a Medida Provisória do 13º do Bolsa Família permanente perdeu a validade a pedido do próprio governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dar declarações hoje com apelos para que esse 13 não seja aprovado. Agora, caberá ao governo colocar a sua base, leia-se o Centrão, para derrotar essas propostas. Se não houver um acordo, que retire a proposta de pauta, este será o primeiro grande teste de Arthur Lira no comando da base governista, confusa enter o que disse Bolsonaro e o que pediu o ministro da Economia.
Afinal, se o presidente da Republica, disse que, por ele, esse décimo-terceiro seria pago, mas não o foi por culpa de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara agora põe em pauta e o governo que se organize para resolver esse imbroglio. Os bastidores estão fervendo. E essa temperatura não vai baixar tão cedo.
Para enfraquecer Doria, governo vai recorrer de decisão sobre vacinas
Coluna Brasília-DF
Os esforços do governo em mostrar uma união nacional e ter o controle sobre a aquisição de vacinas não durou 48 horas, haja vista a decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que libera os estados para comprarem os imunizantes.
O governo se prepara para recorrer. Na seara política, é não deixar o governador de São Paulo, João Doria, disponibilizar as vacinas antes do Plano Nacional de Imunização contra covid-19, idealizado pelo governo Bolsonaro.
Em tempo: embora o presidente tenha reiterado que não tomará qualquer vacina, não quer perder essa batalha para aquele que considera, hoje, seu futuro adversário. Doria, por exemplo, já avisou que pretende começar a vacinação em São Paulo na última semana de janeiro. Essa será a guerra de abertura de 2021. E de maior interesse para a população do que a do comando do Congresso.
PSol, a próxima fronteira
Acostumado a sempre marcar posição, o PSol foi chamado pelas esquerdas a se juntar a um movimento pragmático a fim de evitar a eleição de um candidato totalmente alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, no caso, Arthur Lira.
O partido tem sido alertado pelas demais legendas de esquerda, que, diante da perspectiva de decisão em um turno único, não dá para brincar. PDT, PT, PCdoB e PSB e PSol já fecharam que não apoiarão Lira, mas não disseram ainda se vão se juntar ao bloco dos seis partidos já em construção para enfrentar o cacique do Centrão.
Tarde demais
Bolsonaro bem que tentou ajudar Lira, ao declarar que não interferirá na eleição para presidente da Câmara. Ninguém acreditou, especialmente, depois de o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro ter reclamado que seu cargo estava em negociação, e Marcos Pereira ter ido comemorar o apoio a Lira dentro do Planalto.
O que está ruim…
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), e o da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), ambos do DEM, estão de mal. O pano de fundo é que Alcolumbre coloca no deputado a culpa da derrocada da possibilidade de reeleição. E essa “convicção” do senador está tão difícil de tirar que já chegou a ponto de sequer comunicar o horário da sessão do Congresso.
… tende a ficar pior
Alcolumbre está construindo a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e está difícil de contornar o MDB, que tem quatro pré-candidatos e chances reais de, desta vez, conquistar a Presidência da Casa.
“Só no Brasil liberal se defende a destinação de dinheiro da escola pública para instituição privada”
do deputado João Carlos Bacelar (Podemos-BA) sobre a votação do Fundeb, que tentou levar recursos a escolas religiosas numa emenda defendida pelo partido Novo
Curtidas
Chance na mão/ Os emedebistas têm a possibilidade de fazer a primeira mulher presidente do Senado, caso o partido lance a candidatura de Simone Tebet (MS). Só tem um probleminha: os “três mosqueteiros” definidos por Bolsonaro, ontem, no Planalto, almejam o cargo: os líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE), e o do partido, Eduardo Braga (AM).
Atrapalhou geral/ A expressão usada por Bolsonaro arrisca colocar, na testa dos três, a pecha de aliados incondicionais do Planalto, tirando a aura de independência que pode atrair mais votos no plenário da Casa. Aliás, foi essa mão do presidente em defesa de Maia que tirou a esquerda de Lira.
Começaram as despedidas/ O deputado Raul Henry (MDB-PE) abriu a leva de discursos de despedidas do atual presidente, Rodrigo Maia, antes mesmo de encerrada a sessão legislativa de 2020. Henry fez uma homenagem ao colega, definindo sua administração como corajosa, de defesa das instituições e da democracia.
Declaração de Bolsonaro sobre a eleição na Câmara é igual a R$ 3,00
A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que não irá interferir na Presidência da Câmara dos Deputados “da mesma forma que não interferia na atuação de seus ministros” teve efeito zero entre os partidos. Foi feita para ver se conseguiria evitar que os partidos de oposição vetassem a formalização de apoio a Arthur Lira (PP_AL). Deu errado, porque os partidos de oposição, PT, PDT, PCdoB, Psol e PSB já definiram que não vão apoiar formalmente Arthur Lira. Note-se que a decisão, fechada hoje numa reunião dos líderes desses partidos, inclui o PSB, a tem Lira ainda tem esperança de conquistar mais à frente.
A temporada pré-Natal se encerra esta semana com a tarja de “candidato do governo” tatuada na testa de Arthur Lira e nada que o candidato do PP diga daqui para frente fará mudar essa visão. É que, entre as declarações e os gestos, os políticos dos partidos de esquerda avaliaram os gestos. Bolsonaro disse esta semana, numa solenidade em São Paulo, que mal pode esperar a troca de comando na Câmara para fazer a sua pauta ideológica e de costumes. Foi ao lado dele que o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, foi comemorar o apoio a Arthur Lira. Portanto, avisam os congressistas, para o bem ou para o mal, é essa a posição que Lira ocupará na disputa.
Os partidos, porém, ainda não estão decididos a apoiar o candidato que vai sair do grupo de seis partidos capitaneados pelo atual presidente, Rodrigo Maia. Ali, muitos têm plena consciência de que o não-apoio ao bloco dos seis partidos e a busca de um candidato mais à esquerda pode levar a uma divisão de forças que resulte na eleição de Arthur Lira, que tem o aval do presidente Jair Bolsonaro. Esses partidos também têm ciência de que o presidente não estaria comemorando apoios a Lira dentro do Planalto se não tivesse a certeza de que poderá contar com o papista para fazer valer a agenda que mais lhe interessa. Lira, porém, não deixará de trabalhar esses votos no varejo, como o leitor da coluna Brasília-Df e do blog já está cansado de saber. Numa eleição para presidência da Câmara 45 dias é longuíssimo prazo.
Coluna Brasília-DF
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), acredita ter 45 votos para fazer do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) seu sucessor. Eram os votos que ele havia trabalhado para apoiar sua campanha, naufragada depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A soma não inclui o MDB, partido com o qual Alcolumbre já não contou na sua eleição, em fevereiro do ano passado, quando concorreu contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Assim como Arthur Lira na Câmara, o candidato de Alcolumbre terá todo o apoio do governo de Jair Bolsonaro, ainda que seus líderes na Casa sejam do MDB.
No cenário atual, o presidente confia mais no DEM de Alcolumbre do que no MDB, uma legenda que o governo considera mais independente.
Conselho de advogado
Ao dizer que o dinheiro depositado pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, era para ele, Bolsonaro planeja puxar para si o processo das rachadinhas e, assim, travar tudo enquanto for o inquilino do Alvorada.
É que qualquer investigação que envolva o presidente, anterior ao mandato presidencial, só pode ser feita depois que ele deixar o cargo. Só tem um probleminha: Michelle é quem terá que dizer isso em juízo, algo que ela não quer.
Rodrigo Maia e a oposição
Nunca antes na história deste país, DEM e PT estiveram tão necessitados um do outro. Há um consenso nos bastidores de que só a união das esquerdas com o centro será capaz de fazer frente a Arthur Lira, já carimbado como o candidato do governo à sucessão de Rodrigo Maia na Presidência da Câmara.
O jogo para isolar Doria…
A ideia de fazer o lançamento do Plano Nacional de Vacinação, no Palácio do Planalto, foi a estratégia que o governo encontrou para entrar na linha da vacina, tentando tirar o protagonismo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A próxima é fixar um contrato com o Butantan que permita a aquisição de todas as doses diretamente para o programa nacional, impedindo, assim, compras diretas de estados, como São Paulo.
… e tirar o discurso do tucano
Há quem diga que, se Bolsonaro conseguir começar a vacinação antes de 25 de janeiro, terá vencido a guerra política, depois do discurso da unidade na solenidade de lançamento do plano.
“O Itamaraty está virando uma casa de horrores, onde os embaixadores não podem sequer dar uma opinião”
da senadora Kátia Abreu (PP-TO), ao constatar a saia justa do diplomata Fábio Mendes Marzano, que se recusou a dar uma opinião sobre acordos e causas ambientais entre Mercosul-União Europeia
Por falar em Itamaraty…/ Nos grupos de WhatsApp de diplomatas, a conclusão foi a de que, se o embaixador Marzano não conseguiu sair do constrangimento a que se sentiu exposto diante da pergunta da senadora, realmente precisa se preparar mais para o cargo.
A disputa da hora/ Com a desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) para apoiar Arthur Lira à Presidência da Câmara, o Podemos ficou sem chão. “Tínhamos um compromisso com o Marcos Pereira. Agora, precisamos definir se seguimos com ele ou não”, diz o deputado Léo Moraes (RO), com ares de que o compromisso com Pereira não está totalmente rompido e é possível que o partido siga com Lira. Mais um ponto para o candidato do PP.
E o Zé Gotinha, hein?/ Símbolo das vacinas no Brasil, virou “trending topic” no twitter depois de se recusar a cumprimentar Bolsonaro na solenidade palaciana do plano nacional de imunização. À noite, nos trendings, reinava a #eunaovoutomarvacina, seguindo o que disse o presidente, que já avisou que não tomará vacina. É, pois é.
PT decide não apoiar Lira e tende a fechar com bloco de Rodrigo Maia
Terminou há pouco a reunião da bancada do Partido dos Trabalhadores sobre o destino dos petistas na eleição para presidente da Câmara. Nesse preliminar, o PT definiu que não apoiará o candidato que leva a chancela de Jair Bolsonaro, ou seja, não formalizará um bloco com Arthur Lira (PP-AL). A decisão final virá até sexta-feira e a tendência, conforme relatam os petistas, é seguir no bloco que Rodrigo Maia está formando com o DEM e mais cinco partidos.
O PT não sairá desse acordo com os partidos de centro de mãos abanando. A tendência é que leve ou a vice-presidência ou a primeira secretaria, cargos de ponta na correlação de forças da Câmara. A primeira secretaria é uma espécie de prefeitura da Casa e a primeira-vice, bem, é aquela que substitui não só o presidente da Câmara como o do Congresso Nacional. O PT só fechará o apoio depois que estiver com tudo amarrado no grupo dos seis partidos.
A decisão de não apoiar Lira não foi tão difícil quanto muitos pensavam. Em especial, no dia em que Marcos Pereira, do Republicanos, foi comemorar o apoio a Lira dentro do Palácio do Planalto, ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
Apoio do Republicanos a Lira deixa Maia mais dependente da oposição
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, precisa agora, mais do que nunca, do apoio da oposição a fim formar um bloco capaz de superar a marca dos 202 já obtida por Arthur Lira em suas articulações. Nesse sentido, a expectativa é a de que o PT ajude essa construção, aprovando hoje a formação desse bloco com Maia e os outros seis partidos. Até aqui, Arthur Lira tem o apoio de nove partidos, que somam 191. Chegará a 202 quando o PTB de Roberto Jefferson anunciar formalmente seu ingresso nesse bloco.
A tendência da bancada do PT é fechar esse apoio em reunião da bancada marcada para daqui a pouco. Se o PT fechar essa composição, atrairá a maioria dos partidos de esquerda para essa construção, o que pode levar o bloco composto por DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PSL e PV a 290 deputados. A dúvida é o PSB, que, embora tenha recomendado à bancada não apoiar o candidato alinhado ao governo, uma parcela expressiva deseja seguir com Arthur Lira.
A união do PT ao bloco de Maia levará Arthur Lira a jogar no “varejo, ou seja, tentar buscar apoios individuais, nos bastidores. Como a eleição secreta, Lira esperar que as traições lhe permitam alcançar um número seguro para garantir a vitória em fevereiro. São 46 dias de muitas negociações, traições, acordos feitos e desfeitos. De tédio, não morreremos.
O samba doido da reeleição no Legislativo mais um vez no STF
A ação que o PSDB ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) deixou a reeleição de Rafael Prudente na Câmara Legislativa do Distrito Federal sub júdice e se transformou em uma ação a ser acompanhada com uma lupa na seara política. Afinal, se a reeleição não vale para o Congresso, não pode valer para as Assembleias Legislativas e há muitos ministros do STF que têm esse entendimento. Nesse sentido, ainda que o relator, ministro Kassio Nunes Marques, não tenha se pronunciado num prazo capaz de evitar a votação na Câmara, a aposta de muitos é a de quando o caso for levado ao plenário do Supremo, Rafael pode sofrer um revés, tal e qual sofreram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o da Câmara, Rodrigo Maia.
Alguns ministros consideram que esse tema está hoje uma lambança. Em alguns estados, os deputados podem ser reeleitos indefinidamente, em outros não. No amazonas, por exemplo, o atual presidente da Assembleia, Josué Neto, foi candidato a primeiro vice-presidente, indicou um nome para a Presidência e se saiu vitorioso. Agora, qualquer impedimento do titular, estará pronto para assumir. A Justiça não barrou essa “solução”, que nada mais é do que o velho “jeitinho” brasileiro dando o ar da graça. As ações que chegam ao STF indicam que já passou da hora de resolver essa questão: Ou se estabelece uma regra em que a reeleição seja uma opção para para todos, ou se estabelece a proibição para todos.
O lançamento do Plano Nacional de Vacinação contra covid-19 do Ministério da Saúde era para ser apenas um evento técnico. O presidente Jair Bolsonaro fez questão de transferir o lançamento para o Planalto, chamando governadores e parlamentares. O de São Paulo, João Dória, que faz aniversário hoje, não compareceu. Paralelamente, o governador paulista negocia com vários governadores a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã.
Na seara politica, Dória tem nadado de braçada no tema vacinas. Especialmente, depois da noticia de que a principal aposta do governo federal, a vacina de Oxford, da AstraZeneca, vai atrasar. O governo também dá todos os sinais de que não deixará Dória cumprir a data de 25 de janeiro para começar a vacinação em São Paulo.”Só será concreto, e a partir daí, temos a obrigação de cumprir prazos, quando tivermos registrada a vacina”, diz o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao comentar que esse registro não será feito da noite para o dia. “AstraZeneca, temos transferência de tecnologia. Com Butantã, sinalizamos a compra. Pela lei, só posso efetivar o pagamento do que for registrado. Nunca deixamos de trabalhar com o Butantã, continuamos lidando tecnicamente com o instituto”, diz o ministro.
nas internas, os parlamentares informam que o script está posto: O governo fará tudo o que puder para deixar João Dória na posição ter que explicar por que não cumprirá o cronograma. Obviamente, ele jogará a responsabilidade para o Ministério da Saude. Essa guerra política vai adentrar 2021, avisam os políticos mais atentos à disputa de 2022, que já pauta movimentos dos principais atores em todas as áreas. Infelizmente, até nas vacinas.
Coluna Brasília-DF
A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que deseja a aprovação do excludente de ilicitude pelo novo Congresso, acendeu o pisca-alerta dos oposicionistas que apoiam Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara com o selo do governo.
Nos bastidores, os oposicionistas sabem que Lira tem muitos votos no varejo, mas a ordem agora é que Bolsonaro não estaria patrocinando tanto essa candidatura se não fosse para fazer valer a sua pauta. Por mais que Lira diga que será independente, a desconfiança impera.
Os partidos ficaram ainda muito desconfiados do bate-boca entre o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo. Sinal de que o governo foi mesmo para o tudo ou nada, e para mandar na Presidência da Câmara da mesma forma que deseja fazer em todas as instituições de Estado.
Condição
O vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), tem dito que só apoiará o grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ) se for o candidato. Caso contrário, levará seu partido para Lira, líder do PP.
Só que não
Se Pereira fizer isso, jamais vai tirar a pecha de obediência a Edir Macedo, o todo-poderoso bispo da Igreja Universal.
A tensão vai continuar
A nova prorrogação do inquérito sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal serve de recado ao Planalto, em especial depois das notícias de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prestou assessoria informal às advogadas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das rachadinhas. Na seara da política, ninguém tem dúvidas de que, a partir de agora, o governo terá que ter cuidado para tratar dessa história.
Por falar em tensão…
A convivência entre o presidente do DEM, ACM Neto, e o da Câmara, Rodrigo Maia, passa por um momento para lá de difícil. Aliados de Maia têm dito que Neto joga contra Rodrigo.
Descanse uma rodada/ Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) voltou alguns pontos na corrida para ser candidato. É que tem muita gente com medo de repetir o que houve com o PT, em 2005. Naquela ocasião, Virgílio Guimarães e Luiz Eduardo Greenhalgh (foto), ambos do PT, eram candidatos. Deu Severino Cavalcanti, que foi para o segundo turno contra Greenhalgh.
Avance uma casa/ O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) voltou a subir na bolsa de apostas. Se garantir o apoio do MDB e de alguns pequenos partidos, será o candidato.
E as vacinas, hein?/ Ainda que o governo venha a insistir, a maioria dos líderes partidários não vai aceitar colocar o termo de responsabilidade no plano de imunização.
Esperem que eu já chego, talkey?/ Bolsonaro vai manter esse suspense sobre sua filiação partidária porque sabe que, assim, todos vão gravitar ao seu redor, na esperança de que ele se filie. Enquanto mantiver a aprovação registrada nas últimas pesquisas, ninguém moverá suas peças antes de o presidente escolher uma legenda.