Deputados do União Brasil são contra a sigla ter candidato próprio ao Planalto

Publicado em coluna Brasília-DF

A depender da vontade da maioria dos deputados que integra a bancada do União Brasil, o partido não terá candidato a presidente da República. O presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), foi muito cobrado em reunião fechada, esta semana, do compromisso de dar liberdade aos estados para cada um seguisse o caminho que considerasse melhor. Pelas contas, 99% querem distância de um candidato a presidente.

A deputada Clarissa Garotinho (RJ), por exemplo, foi incisiva ao dizer que a maioria do partido não era de esquerda e que, se continuasse do jeito que está, melhor seria apoiar logo o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado Danilo Forte (CE) lembrou que os partidos que hoje discutem uma candidatura única, já abandonaram seus candidatos no passado — a começar pelo MDB, que abandonou Ulysses Guimarães, em 1989, e o PSDB, que abandonou todos os seus postulantes desde a campanha de José Serra, em 2002, terminando por fazer o mesmo com Geraldo Alckmin, em 2018. Seria muito ruim o União Brasil, em sua primeira eleição, fazer o mesmo.

As cobranças sobre Bivar foram tantas que, conforme relatos dos participantes da reunião, ele chegou a dizer que a data de 18 de maio, fechada com os demais partidos de centro para fechar uma candidatura única, pode ser revista. A ideia é que, em maio, definam-se os critérios para essa escolha. Logo, conforme o leitor da coluna já sabe, antes das convenções partidárias, em julho, vai ser difícil se fechar um acordo com todos os partidos de centro.

PF na cobrança…

Delegados federais se reuniram, esta semana, em assembleia na Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF). O assunto, claro, foi a reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça, como a PF e Polícia Rodoviária Federal (PRF). A classe confia que Bolsonaro cumprirá o compromisso de enviar a medida provisória sobre a reestruturação a tempo de ser aprovada pelo Congresso ainda este ano.

…e na esperança
Os delegados, em todas as intervenções durante a reunião, foram muito claros no sentido de dar um voto de confiança a Bolsonaro. Eles acreditam que o rompimento do compromisso geraria um desgaste muito grande para um governo que tem a segurança pública como bandeira.

Calendário
A demora em marcar a data para o lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto se deu porque o partido ainda não tinha acertado o leque de alianças. O PSol, por exemplo, só bateu o martelo sobre sua participação oficial na aliança petista à Presidência da República esta semana. Rede, PCdoB e PSB, que já estavam fechados, queriam uma data em que pudessem levar todos os seus principais líderes. A ideia é mostrar que Lula uniu quase todos os partidos de esquerda numa grande frente e, no dia seguinte, seguirem todos juntos para o ato do Dia do Trabalho.

Por falar em Dia do Trabalho…
O governo não pretende deixar a data passar em branco. No Planalto, a ideia é dar destaque ao interesse de empresas estrangeiras em vir para o Brasil, e ao crescimento da economia brasileira, apesar dos problemas que o mundo enfrenta.

Pimenta nos olhos dos outros…/ “Bem-vindo ao clube”. Assim, os bolsonaristas brincaram com um petista, esta semana, no plenário da Câmara, que, inicialmente, não entendeu. Eis que o bolsonarista explicou: “Antes, era Jair Bolsonaro que tropeçava no ‘sincericídio’. Agora, o ex-presidente Lula segue pelo mesmo caminho, ao dizer abertamente o que pensa a respeito do aborto, dos parlamentares, da classe média, dos militares e por aí vai”.

… é refresco/ Os bolsonaristas brincam no plenário, mas, fora dele, já se preparam para surfar contra o discurso de Lula, de que a classe média ostenta um padrão acima do necessário. Vão sacar as fotos em que o petista exibe um relógio Piaget, de R$ 80 mil.

“Amortecedor”/ Assim como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, é o amortecedor das crises no Planalto, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será uma espécie de airbag dos discursos de Lula. Hoje, por exemplo, no encontro em São Paulo entre PT e PSB para apresentação de Alckmin como o nome para a vice de Lula, será exaltada a proximidade do ex-tucano com a Igreja.

O retorno/ Sergio Moro volta dos Estados Unidos na semana que vem e, embora retirado das pesquisas de intenções de voto de alguns institutos, pretende manter inalterada a sua agenda de pré-candidato a presidente. Segunda-feira, estará no Rio Grande do Sul.

E o Jair Renan, hein?/ A chegada de Jair Renan, o filho 04 de Bolsonaro, à Polícia Federal, foi devidamente registrada para a campanha eleitoral dos opositores do governo. Ele foi depor sobre denúncia de tráfico de influência, mais um tema de desgaste para a família presidencial.

 

Centro só deve definir candidato ao Planalto em julho

Publicado em coluna Brasília-DF

Os presidentes dos partidos de centro, Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB), Luciano Bivar (União Brasil) e Roberto Freire (Cidadania), podem até ter marcado uma data em maio, mês das noivas e das mães, para definir o candidato a presidente da República. Beleza. Só tem um probleminha: o prazo das convenções partidárias que definirão os candidatos é julho.

Como quem tem prazo não tem pressa, os mais fiéis escudeiros dos presidentes desses partidos já dizem que o momento, agora, é de gerar movimento, e isso ultrapassará 18 de maio. A definição está prevista para ocorrer entre 20 de julho a 5 de agosto.

Para completar, se nenhum deles disparar nas pesquisas, vai ser difícil convencer a turma que está praticamente no mesmo patamar a desistir em favor de quem quer que seja. A turma de João Doria, por exemplo, tem dito que o ex-governador paulista tem a tradição de começar as eleições em baixa e vencer. Portanto, não irá desistir em nome de alguém que esteja no mesmo patamar que ele em termos de intenção de voto.

Paz & sossego na Petrobras

Surpresa, a turma de mercado se refere a José Mauro Ferreira Coelho, indicado para presidir a Petrobras, como “técnico e equilibrado”. Para o governo, foi um alívio essa recepção. Afinal, depois do imbróglio provocado pela escolha e desistência de Adriano Pires, a ordem no Planalto é acabar com a “marola” no setor.

No governo, nem tanto
José Mauro tem larga experiência no setor e inserção no serviço público, uma vez que é concursado da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A parte que os políticos desejam, porém, que é baixar os preços dos combustíveis, não está garantida. Como técnico, Jose Mauro não fará nada que esteja fora das quatro linhas da Constituição e das normas da empresa.

Lira perde uma
Derrotado o pedido de urgência para o projeto de combate à desinformação, muita gente ficou com a impressão de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não jogou toda a sua força para aprovar essa proposta. No plenário, juntaram-se os que temem que o projeto termine prejudicando a liberdade de expressão com aqueles que não querem saber de controle algum na internet. A tendência é de que a votação da proposta fique para depois das eleições.

Lula atira no pé
Em uma semana, o ex-presidente Lula brigou com a igreja, ao defender o aborto; e com a classe média, ao dizer que o segmento ostenta um padrão acima do necessário. João Doria, por exemplo, já partiu para cima do petista, dizendo que Lula é a cara do retrocesso. Em vez de “empobrecer a classe média por decreto”, é preciso criar oportunidades para os mais pobres se tornarem classe média. Lula, porém, lidera as pesquisas. E, avisam os petistas, é quem fala diretamente com a população.

Padre não falta I/ Mal terminou a reunião de apresentação do Plano Nacional de Energia para até 2031, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) se aproxima do ministro Bento Albuquerque e sai com esta: “Olha, ministro, se precisar de arcebispo que entenda de energia, tem dois lá no Ceará”.

Padre não falta II/ A brincadeira tomou conta de Brasília, depois que o presidente da Câmara, Arthur Lira, partiu para a ironia ao dizer que, para assumir um cargo na estatal, só mesmo um arcebispo.

Apagão nunca mais/ Os planos do governo para a energia elétrica até 2031 incluem 34 mil quilômetros em linhas de transmissão e um investimento de R$ 2,7 trilhões.

Fato consumado/ A conversa em torno de um candidato único a presidente da República pode até incluir o PSDB, mas, a tirar pelo que se vê na sede do partido, a candidatura de João Doria está definida. Por todas as salas, está estampado o slogan “O Brasil tem jeito, o jeito é Doria”. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que visitou Doria na sede do partido ontem, fez questão de tirar uma foto, segurando o adesivo.

Bolsonaro no jantar do PP : “Ciro é craque”

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Ministra Tereza Cristina, presidente Jair Bolsonaro e deputadoO Ministro Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, recebe nesta noite em sua casa os novos parlamentares filiados ao PP. O Presidente Jair Bolsonaro e a Deputada Federal e ex – ministra da Agricultura Tereza Cristina foram os grandes destaques. Bolsonaro ficou pouco tempo, mas não deixou de chamar o ministro de “o craque” da política. Outro esteve presente e recebeu elogios do presidente Jair Bolsonaro foi o médico e deputado federal Dr. Luiz Ovando ( MS) , um dos parlamentares mais respeitados da Câmara dos Deputados.  Contente com a força política do PP, Ciro Nogueira elogiou todos pela postura que adotam em seus mandatos. Faltando quatro meses para a largada oficial da campanha eleitoral, o clima na base governista é de festa.

Venda da Petrobras volta à pauta

Publicado em coluna Brasília-DF

Deixado para escanteio nesse período pré-eleitoral, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o que restou ao presidente Jair Bolsonaro para ajudar na busca de um novo presidente para a Petrobras. E, com Guedes, volta à cena a agenda que o ministro sempre defendeu, de privatização da empresa. Não por acaso, até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entrou nesse embalo. A privatização é o bode que entra para esconder o vaivém na troca de comando na petroleira.

Ao colocar a privatização em pauta, deixa-se de discutir o preço dos combustíveis, a confusão criada pelo presidente ao demitir o general Joaquim Silva e Luna, o problema causado pelas indicações de Adriano Pires e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Passa-se diretamente ao privatiza ou não privatiza. Vale lembrar que, em 2006, essa discussão ajudou na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Geraldo Alckmin. Naquela época, o PT acusava os tucanos de privativistas. A política deu voltas, mas a pauta continua a mesma.

“Caio do e-gov”
O secretário de Desburocratização Caio Paes de Andrade, nome cotado para a Petrobras, é sempre citado no governo como o criador do e-gov. E já tem no radar uma ideia que recebeu do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), hoje na suplência. Criar a “bomba on-line”.

Na bagagem
Lopes, que é suplente e exerceu o mandato de deputado até a semana passada, levou ao governo o projeto de monitoramento on-line de todas as bombas de combustível, nos 39.763 postos de abastecimento do Brasil. A ideia, que já havia sido discutida tanto com Adriano Pires quanto com o governo, consiste em registrar, cada vez que o cidadão abastecer o carro, o total de litros e o valor pago.

Por que o PL cresceu?

O tamanho do partido de Jair Bolsonaro, com 76 deputados, e seus principais aliados, PP e Republicanos, é o maior sinal de que a classe política vê ali um “perfume de poder”. Ou seja, acredita piamente na recuperação do presidente.

Retorno à clandestinidade
O ex-ministro José Dirceu tem sinal verde de Lula para as conversas que tem feito Brasil afora. A ordem é deixá-lo trabalhar sem que seja visto como algo feito oficialmente pelo partido.

Roteiro/ A reunião em que o PSB apresentará Geraldo Alckmin como o nome a vice de Lula, nesta sexta-feira, é o primeiro passo para o ex-presidente tentar convencer a ala do PT que não deseja a parceria com o ex-tucano. E se não colar, Geraldo será o vice assim mesmo.

Vale lembrar/ Lula tem dito ao PT que sempre fez o que o partido quis. Agora, está na hora de o PT seguir o que ele deseja para ser o candidato.

Oráculo de Delphos/ O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ganhou o apelido de “pitonisa do PP”. Há alguns meses, ele havia dito que o ex-juiz Sergio Moro iria “trair” o Podemos e iria para o União Brasil. E chegando lá, também haveria problemas.

Por falar em Moro…/ O ex-juiz começou, em dezembro de 2021, como a maior aposta para enfrentar Lula e Bolsonaro. Agora, chega à segunda temporada em baixa, uma vez que seu partido não deseja sua candidatura. O União Brasil trabalha é para recuperar a parcela expressiva de deputados que deixaram a legenda em março. Hoje, a bancada fará uma reunião para discutir esse assunto e tentar tirar uma posição a respeito.

Mudam os nomes,mas o problema da Petrobras se mantém

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Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza

O recuo de Adriano Pires e Rodolfo Landim, em razão de conflitos de interesses que impediriam a troca no comando da Petrobras, mostra um exemplo das complicadas relações entre a iniciativa privada e o governo no âmbito da indústria de energia. Com profundo conhecimento técnico e experiência no mundo empresarial, ambos desistiram de ocupar cargos-chave na estatal porque entenderam que não havia condições de conciliar a trajetória profissional com as normas de compliance da Petrobras.

Nomeações frustradas não constituem, porém, o problema mais complicado para o governo ou para a Petrobras. A dificuldade fundamental para a empresa ainda está pendente: encontrar alguém disposto a seguir a toada definida pelo Palácio do Planalto e pelo Centrão de segurar o preço dos combustíveis em um cenário de incertezas internacionais e — mais importante — em um ano eleitoral.

Adriano Pires e Rodolfo Landim declinaram da tarefa que custou a cabeça de Silva e Luna e Castello Branco, presidentes demitidos da Petrobras. A dupla caiu fora antes mesmo de sentir a pressão para estancar a política de paridade de preços adotada pela estatal. Quem se habilita?

No escuro
Sistematicamente preterido nas articulações do governo, Paulo Guedes manteve a tática de evitar qualquer chamusco na fogueira que se transformou a Petrobras. No final de março, disse que a substituição na estatal não era problema dele. Ontem, o ministro fez uso da ironia. “Estou sem a luz”, comentou, a respeito do futuro da estatal.

Na pista
Guedes, no entanto, indica estar mais envolvido do que parece no imbróglio chamado Petrobras. Basta considerar que Caio Paes de Andrade, secretário de desburocratização do Ministério da Economia, está cotado para assumir o posto de Silva e Luna.

Que ônibus é esse?

Um grupo de parlamentares protocolou um pedido para que o Tribunal de Contas da União suspenda licitação para a compra de ônibus escolares pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Segundo a petição, há suspeita de superfaturamento no preço dos veículos. Cada veículo custa R$ 270 mil no mercado. Na licitação, a previsão é de até R$ 480 mil por ônibus. Assinam a petição o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Felipe Rigoni (União Brasil-ES).

Robô eleitoral
O TSE continua a estreitar a parceria com plataformas digitais para combater fake news. O tribunal lançou ontem, em cooperação com o WhatsApp, uma nova versão da ferramenta chatbot, assistente virtual que tira dúvidas sobre o processo eleitoral. Para ter acesso a esse serviço do TSE, o interessado deve se inscrever no número (61) 99637-1078.

Mensagens do bem
É a segunda vez que a Justiça Eleitoral e a plataforma trabalham juntas. “Além de ser um importante avanço no enfrentamento da desinformação, a parceria com o WhatsApp facilitará o acesso aos serviços da Justiça Eleitoral. Este ano, uma das novidades é que o chatbot deverá enviar mensagens proativas aos eleitores para que aprendam a lidar com as notícias falsas disseminadas durante o processo eleitoral”, afirmou o presidente do TSE, Edson Fachin.

Pela democracia
As tratativas não se limitam ao WhatsApp. Em reunião virtual com representantes do YouTube, o ministro Edson Fachin reforçou a importância do trabalho conjunto das instituições e das plataformas digitais para “defender a democracia e preservar uma sociedade livre e aberta”. O diretor de Produtos do YouTube, Neal Mohan, destacou as ações da empresa contra a desinformação e o discurso do ódio.

Propina do MEC
Para quem achava que a demissão de Milton Ribeiro iria esfriar o escândalo dos pastores lobistas no MEC, o Senado promete aumentar novamente a temperatura. Está previsto para hoje, na Comissão de Educação do Senado, o depoimento de dez prefeitos sobre as denúncias de propina feitas por religiosos ligados ao ex-ministro.

Bíblia com foto
Na quinta-feira, a temperatura promete ser ainda mais alta. Os senadores vão ouvir o presidente do FNDE, Marcelo Pontes, e os dois personagens centrais no escândalo: os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles terão de explicar, entre outros episódios, a distribuição de Bíblias com a foto de Milton Ribeiro em evento promovido pelo ministério.

FHC e Serra entram em campo e convencem Doria a renunciar ao governo estadual

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João Doria
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press. João Doria

 

 

 

O risco de implodir o PSDB paulista levou todos os seus principais interlocutores a entrar no circuito e fazer com que o governador de São Paulo, João Doria, cumprir o acordo feito há meses com o vice, Rodrigo Garcia. A última informação é a de que Doria irá renunciar ao mandato e manterá o acordo que fará de Rodrigo Garcia governador e candidato à reeleição. O Palácio dos Bandeirantes está lotado.

A sala do governador está lotada desde 12h30 e as conversas não param. Fernando Henrique Cardoso e José Serra conversaram com Doria e com Garcia e expuseram as consequências catastróficas da permanência de Doria num momento em que todo o estafe tucano já se descolou para a candidatura de Garcia à reeleição. Doria entendeu e desistiu de ficar no governo. A cúpula do PSDB já está toda informada de que a renúncia será anunciada daqui a pouco, com Rodrigo assumindo. o governo estadual. O risco de impulsão do PSDB de São Paulo foi contido. “Jogaram uma granada, mas deu tempo de evitar que explodisse”, diz um deputado ao blog.

Caso Daniel Silveira gera tensão no 31 de março

Daniel Silveira
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Independentemente do desfecho do caso do deputado Daniel Silveira (sem partido-RJ) e o uso de tornozeleira determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o fato de um deputado ter ficado “ilhado” no Parlamento deixa este 31 de março sob alerta. Nesta data, grupos radicais costumam se movimentar e há quem esteja com receio de que a situação do parlamentar sirva de pretexto para novos ataques ao STF, nos moldes do que já se viu no passado recente.
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Da parte do Planalto, porém, a ideia é ficar bem distante daquele Sete de Setembro em que foi preciso o ex-presidente Michel Temer servir de ponte entre Jair Bolsonaro e Moraes. O presidente já foi aconselhado, inclusive, a ficar longe dessa briga. Agora, quem o conhece, garante que ele não deixará de defender o deputado. Prova disso, foi a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao lado de Silveira na Câmara.
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Deu ruim
A história do relógio Piaget de Lula ainda vai render. O ex-presidente disse que ganhou a peça de presente quando estava no Planalto. Não disse quem deu. Um servidor público não pode receber presentes de valor superior a R$ 100. No caso dos presidentes da República, há exceções, por exemplo, objetos de uso pessoal. A oposição aos petistas já pegou as declarações de Lula no evento do PSol.
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Sem meio-termo
Quem conhece o andar da carruagem do Congresso em casos de confronto com o STF, garante que se chegou a um ponto em que a Câmara dos Deputados cassa o mandato do parlamentar ou o defende até o fim. Até aqui, Arthur Lira (PP-AL) optou pelo caminho do meio. Determinou que o plenário é inviolável, mas decisão judicial também.
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Nem vem
Lira sabe que sua função ali é defender a inviolabilidade dos mandatos, sob pena de não conseguir convencer a Casa a lhe dar mais dois anos no comando, a partir de 2023. Obviamente ainda falta muito tempo, Lira precisa se reeleger deputado para se candidatar novamente à Presidência da Câmara. Mas, em conversas reservadas, muita gente diz que, daqui para a frente, tudo contará a favor ou contra esse projeto.
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Se correr o bicho pega…
Lira, aliás, está com um grande problema em mãos: a oposição pressiona para que ele leve logo ao plenário a suspensão de Daniel Silveira por seis meses. Os bolsonaristas querem a defesa incondicional do parlamentar. Ao decidir atender a um grupo, Lira perderá o outro.
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Sejam pragmáticos/ O PT não desistiu de ter o PSB na federação que reunirá os petistas aos integrantes do PV e do PCdoB. A aposta é a de que a bancada terminará convencendo a cúpula partidária, especialmente agora que alguns deputados deixaram o PSB e foram para o PV em busca de uma aliança que ajude a reeleição. Os lulistas querem uma ampla aliança logo na largada da campanha presidencial.
Montes na Agricultura/ A fim de evitar briga entre os partidos aliados, Bolsonaro acolheu a sugestão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), e nomeará o secretário-executivo do ministério, Marcos Montes. A transmissão de cargo está marcada para as 15h.
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Muita calma nessa hora/ De Americana, onde acompanha as últimas filiações no PSDB paulista, o deputado Wanderlei Macris (SP) avisa: “Eduardo Leite ficar no PSDB é bom, o que não pode é solapar as prévias e uma decisão democrática do partido”.
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Por falar em PSDB…/ Mais um deixou o partido. O deputado Otávio Leite (RJ), suplente que está no exercício do mandato, foi para o União Brasil.

“Fico” de Doria abre caminho para Eduardo Leite ao Planalto

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O Governo de São Paulo amanheceu completamente aturdido nesta manhã, com a notícia de que o governador João Doria desistiu de deixar o cargo e concorrer à Presidência da República. O vice-governador Rodrigo Garcia, pré-candidato a governador que esperava assumir o cargo ainda hoje para concorrer à reeleição, soube nesta madrugada e pretende pedir demissão. A agenda do governador foi toda cancelada e os tucanos estão nesta manha tentando contornar a crise antes do anúncio do governador, previsto para 16h.

O movimento bagunça o PSDB paulista e pacifica o nacional. Em São Paulo, os tucanos estão aturdidos, porque tudo estava pronto para Rodrigo Garcia concorrer ao governo do Estado. Embora, Doria não tenha se colocado desde já como candidato à reeleição nas conversas desta madrugada, há quem diga que todo esse movimento pode desaguar numa candidatura à reeleição.

No plano nacional, o caminho fica aberto para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se movimente livremente junto a outros partidos para ser candidato a presidente da República, numa composição com a senadora Simone Tebet, do MDB, pré-candidata ao Planalto. As confusões que até aqui estavam no plano nacional do PSDB agora se deslocaram para São Paulo, onde eles sempre brigam, mas terminam se entendendo.

Estudo mostra crescimento exponencial de pautas parlamentares aprovadas

Congresso Nacional
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Um estudo que acaba de sair do forno mostra que, nos últimos anos, cresceu exponencialmente a força dos parlamentares sobre a pauta do Poder Legislativo. Em 2015, por exemplo, primeiro ano do segundo governo Dilma Rousseff, 56,9% dos projetos que viraram leis eram de autoria do Poder Executivo, 13,79% do Senado e outros 29,31% da Câmara dos Deputados. Em 2017, já no governo Temer, foram 54,05% de autoria do Executivo, 14,86% do Senado e 29,73% da Câmara. No primeiro ano do governo Bolsonaro, o volume de leis de iniciativa do Executivo caiu para 38,71%, enquanto do Senado e da Câmara subiram para 29,03% e 32,26%, respectivamente.

Diretor da Action Relações Governamentais, empresa responsável pelo estudo, João Henrique Hummel é incisivo ao afirmar que já vivemos no semipresidencialismo. E com as emendas impositivas, o Executivo dificilmente mudará essa realidade.

Em tempo: com o Congresso no comando do Orçamento e da agenda do poder, o lobby também vai ter que mudar. Em vez de conversar com o Executivo, os lobistas terão que gastar sola de sapato no Parlamento, convencendo os líderes de seus interesses empresariais e políticos, muitas vezes legítimos e republicanos.

Eles não
Esta quarta-feira começou fervendo ainda na madrugada, com a dificuldade de o Centrão aceitar os secretários-executivos para os cargos de ministros que deixam a Esplanada para concorrer a mandatos eletivos. Os políticos preferem alguém que tenha compromisso em liberar as RP9, as emendas de relator, até junho.
Turma do contra
A maioria dos secretários-executivos resistiu em cumprir a liberação dessas emendas. Preferiu garantir recursos para as prioridades e obras do governo. Por isso, muitos desses secretários não têm apoio político agora para assumir os cargos.

Muita calma nessa hora
Com a saída de Milton Ribeiro do cargo de ministro da Educação, o governo vai tentar ganhar tempo para dar explicações ao Congresso. A ideia de alguns aliados é esperar para avaliar o custo-benefício da presença no Senado e dizer que, como Ribeiro saiu, é preciso esperar um pouco mais para que o novo ministro se ambiente ao cargo.

Ela tem público…/ Mais de duas mil pessoas aguardavam a questão de ordem da deputada Bia Kicis (PL-DF), ontem, no início da noite, quando ela exibia o discurso do deputado Alberto Neto (PL-AM) contra a tornozeleira eletrônica de Daniel Silveira (União-RJ, foto). O amazonense cobrava, inclusive, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O presidente Arthur Lira (PP-AL) não estava no plenário.

… mas teve a voz “cassada” no plenário/ A deputada se preparava para apresentar uma questão de ordem sobre Silveira, que vai “morar” na Câmara para não ser obrigado a usar a tornozeleira, determinada pelo ministro. A deputada Rosangela Gomes (Republicanos-RJ), que presidia a sessão, não abriu espaço para Bia falar e, citando o regimento interno, encerrou a sessão.

Vale lembrar/ No Congresso, é assim: quando tem acordo, a letra do regimento é flexível; quando não tem, todos sacam seus artigos.

Me inclua fora dessa/ O senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) já fez chegar ao Planalto que não quer assumir ministério. Aos amigos, tem dito que o momento é de ser candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Assim, vai dividir os votos do bolsonarismo com Onyx Lorenzoni, que deixa o Ministério do Trabalho e Previdência para ser candidato ao governo gaúcho.

O primeiro grande embate entre Lula e Bolsonaro

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O primeiro grande embate
Um dia depois de o governo anunciar a saída do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, o ex-presidente Lula estará no Rio de Janeiro para discutir o preço dos combustíveis com a Federação Única dos Petroleiros (FUP). É por aí que os petistas pretendem começar o embate com Bolsonaro. Lula não tratará dos malfeitos na Petrobras ao longo dos governos petistas, ponto sempre levantado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-juiz Sergio Moro.
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Os petistas também não pretendem tratar dos preços dos tempos do governo Dilma, que subiram bastante. A ordem entre os aliados de Lula é lembrar que, em seus oitos anos de governo, o preço subiu 43 centavos. Esta é a comparação que o ex-presidente fará.
Cena esquecida
Em junho de 2008, Lula esteve em Roma, num evento da FAO, e se colocou como um mascate do etanol brasileiro. Em uma entrevista, chegou inclusive a pedir à então primeira-dama, d. Marisa, que entrasse no salão segurando um grande carro de brinquedo, feito de plástico de cana.
Cena lembrada
Lula, porém, com as notícias do pré-sal em 2009, deixou o etanol de lado e passou a apostar no petróleo. Há quem diga que, se tivesse apostado no álcool combustível, a história agora seria outra.
Demitiu, mas não engoliu
Depois de dizer que colocava “a cara no fogo” pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, o presidente Jair Bolsonaro se viu obrigado a montar toda uma operação para se afastar do problema. Porém, não perdeu as esperanças de repetir a história de Henrique Hargreaves, ministro da Casa Civil do governo Itamar Franco. Nos tempos do escândalo do Orçamento, nos idos de 1993, Hargreaves foi citado, saiu do cargo para se defender e, inocentado, retornou ao governo.
 
Jogos tucanos
A permanência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no PSDB reabre a guerra interna. O deputado Aécio Neves vai buscar apoios externos, inclusive o do ex-vice-presidente Michel Temer. O líder tucano já tem encontro marcado com Aécio, mas não será muito ostensivo, porque seu partido tem Simone Tebet como candidata.
Damares e Tarcísio/ A ministra dos Direitos Humanos, da Família e da Mulher, Damares Alves, já chegou no Republicanos lançando uma nova moda por ali: a audiodescrição. A ideia é que ela estruture todo o programa do partido para a área social, inclusive, o que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, apresentará ao concorrer ao governo de São Paulo.
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 Desunião eterna/ Desde a candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República, o PSDB nunca mais se uniu em torno de um nome para o Planalto. A exceção foi no segundo turno de 2014, contra a presidente Dilma Rousseff. A permanência de Eduardo Leite no partido é sinal de que não será a eleição de 2022 que trará a unidade.
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 Os tucanos que se entendam/ Essa falta de unidade no PSDB afasta inclusive outros partidos de uma possível aliança. O União Brasil, por exemplo, já está cuidando da própria vida, com os filiados livres para escolherem quem apoiar ao Planalto.
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 O plano C de Kassab/ Conforme o leitor da coluna já sabe há tempos, o nome que vem sendo levantado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, para concorrer à Presidência da República é o do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung.