Autor: Denise Rothenburg
O presidente Michel Temer está decidido a não restringir seus encontros políticos aos líderes partidários. Por isso, quando voltar da China, ele vai preparar reuniões com grupos de parlamentares. Os encontros, entretanto, só começarão depois do período eleitoral. A ideia do presidente é saber o que eles pensam sobre as propostas do governo e ouvir sugestões. A avaliação, feita no voo até Xangai, é a de que reunir somente os líderes numa casa tão pulverizada, com 28 partidos, muitas vezes se torna improdutivo.
O presidente pretende, assim, exercitar o velho provérbio chinês, que diz: “Quando dois homens vêm andando pela estrada, cada um com um pão, e, ao se encontrarem, trocarem seus pães, cada um vai embora com um. Se dois homens vêm andando numa estrada, cada um com ideia, e, ao se encontrarem, trocarem as ideias, cada um vai embora com duas”. É por aí.
Aquecimento
O presidente já começou a exercitar esse chamamento aos novos, levando o deputado Altineu Côrtes (PMDB-RJ) e o senador Athaídes (PSDB-TO). Altineu, para quem não se lembra, integrava a CPI do Carf e assinou o requerimento de convocação de Jorge Gerdau Johannpeter. A CPI ficou marcada como um colegiado para constranger empresários.
Meu ódio…
Aliados de Dilma Rousseff estão possessos com a sanção da lei que flexibiliza a edição de decretos para créditos suplementares sem o aval do Congresso. “Dilma foi cassada por isso e agora vão liberar”, comentava um ex-ministro.
…Será sua herança
A lei será mais um tema que vai terminar no Supremo Tribunal Federal. É a política cada vez mais judicializada.
Renan & Romero
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não engoliu a decisão de Romero Jucá (PMDB-RR) de se associar aos tucanos contra o fatiamento da votação do impeachment. Há quem diga que, se Romero não usar 100% de sua elevadíssima capacidade de diálogo, vai dar problema.
Esqueceram-se de mim/ Todo mundo só falou em Eduardo Cunha como possível beneficiário do fatiamento da pena. Mas foi Delcídio do Amaral quem abriu a fila. “Dilma agora poderá compor uma chapa com seu antigo líder: a chave e a cadeia. Se não der, Renan indica os dois para a Petrobras”, ironizava ontem um adversário de ambos numa roda de conversa.
Tudo acaba em samba/ O prefeito de Xangai, Yang Xiong, fez questão de comentar com o presidente Michel Temer sobre a habilidade dos brasileiros no futebol, algo que rendeu o ouro olímpico. “É a carne brasileira e o samba que os deixam fortes”, disse Xiong.
Por falar em ouro olímpico…/ Não foi apenas o prefeito de Xangai que parabenizou Temer pelo sucesso do Brasil no futebol olímpico. Maria Estela Kubitschek, filha de JK, mandou ao presidente e ao “seu fiel escudeiro, Tadeu Filippelli”, uma simpática mensagem pelo sucesso dos jogos no Brasil, em especial, a medalha.
…Uma memória/ Maria Estela (foto) se recorda que, em 1958, a primeira Copa do Mundo que o Brasil venceu, “foi de JK e foi um pontapé para grandes conquistas culturais, políticas e econômicas para o Brasil. Como o nosso presidente JK,
o nosso presidente Temer também é pé quente. Com certeza, esse primeiro Ouro Olímpico é o sinal da virada cultural, política e econômica do Brasil”.
No pano de fundo do acordo entre PT e o PMDB de Renan Calheiros para preservar os direitos políticos da presidente Dilma Rousseff destacam-se dois fatores: a vontade de Renan em se reposicionar como o principal interlocutor entre o PMDB e a oposição, deixando o presidente da República na dependência de suas ações; e, de quebra, a tentativa de tirar do PSDB a influência que o partido de Aécio Neves espera ter no novo governo. Ciente do jogo, Temer começou o governo telefonando para Aécio, a fim de esclarecer que não foi responsável pelo acordo. O mesmo fez o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quando entrou no plenário do Senado, comunicando aos parlamentares do próprio partido, que foram surpreendidos pela decisão. Conseguiram uma trégua, mas não o tratado de paz entre a parcela renanzista do PMDB e os demais aliados.
» » »
O presidente viajou preocupado. Agora, o impeachment vai ao Supremo. E o PT às ruas com o que considera o forte argumento político: se os senadores optaram pela manutenção dos direitos políticos de Dilma, seria sinal de que o impeachment “foi uma injustiça contra uma mulher honesta”. Era tudo o que o PT queria, diante da dificuldade de evitar o afastamento definitivo de Dilma. E conseguiu. Temer só se livrará de risco se fizer a economia caminhar a contento. Esse é hoje seu maior desafio.
Dilma na área
A ex-presidente Dilma Rousseff foi convidada a assumir secretarias de estado em dois governos petistas, o de Camilo Santana, no Ceará; e o de Rui Costa, na Bahia. O objetivo é ajudar Dilma a ficar longe do alcance do juiz Sérgio Moro. A tendência, contam aliados, é aceitar o cargo em solo baiano, justamente, em Salvador, reduto do DEM de ACM Neto, prefeito candidato à reeleição. Que ninguém espere dela a aposentadoria.
Mandados cruzados
Enquanto José Eduardo Cardozo prepara ações para reverter o impeachment, Álvaro Dias, do PV, vai propor que seu partido ingresse com um mandado de segurança para que Dilma perca os direitos políticos.
Aí é que mora o perigo
Em seu pronunciamento, o presidente Temer ofereceu aos investidores segurança jurídica e estabilidade política. Quem entende das coisas em seu governo avisa: “Segurança jurídica está mais fácil do que estabilidade política. Depois de hoje, ele ganhou, mas precisará de muito jeito para acalmar a base”.
Ficou mal
O líder do PMDB, Eunício Oliveira, optou pela abstenção na segunda votação de ontem para não perder votos nos grupos favoráveis ao impeachment. A neutralidade, entretanto, soou entre os tucanos como um sinal de que não dá para confiar em quem não avisa que um acordo desses está em curso.
A gladiadora
Articuladora da manutenção dos direitos políticos de Dilma com Renan Calheiros e ex-ministros que votaram a favor do impeachment, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) avisou a seus colegas de bancada que não vai deixar o partido. Prefere ser expulsa e, ainda que sem partido num primeiro momento, liderar a oposição ao governo de Michel Temer.
CURTIDAS
Quem ri por último/ O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha há tempos não se sentia tão feliz. Chegou a comemorar em casa a perspectiva de manter os direitos políticos. Seus aliados consideram que basta reunir 171 deputados em seu favor.
Cassoulet da sorte I/ Quando o avião que leva Temer à China abandonar o espaço aéreo brasileiro, o seu sucessor, Rodrigo Maia, já investido na função de presidente da República, degustará esse prato. A expressão foi usada pelos correligionários de Maia, que assim denominaram a iguaria que ele saboreou no dia em que foi eleito presidente da Câmara.
Cassoulet da sorte II/ O chef napolitano Rosario Tessier, autor da sugestão, foi convocado hoje para repetir a receita num jantar exclusivo (só para 20 pessoas) em homenagem a Maia, que assume pela primeira vez o mais alto posto da nação. Feito de confit de pato, linguiça de javali e bisteca de cordeiro, o prato também leva feijões brancos, que o tornam caldoso e suculento.
O livro da moda/ Muitos senadores que ocuparam a tribuna nos últimos dias carregavam um exemplar de “Elementos de Direito Constitucional”, obra do presidente Michel Temer. Até a nova líder da oposição, Kátia Abreu, ostentava um.
Vida real/ Na sala de café da Câmara, a senhora que trabalha na limpeza fez a seguinte pergunta, quando o aparelho de tevê, sintonizado na TV Senado, registrou o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff: “Isso quer dizer que o trânsito voltará ao normal?”. Sua preocupação era o ônibus. Nos últimos dois dias, teve que descer na Rodoviária e caminhar até o Congresso.
O andar da carruagem dos aliados da presidente Dilma Rousseff até aqui indica que eles pretendem recorrer ao Supremo Tribunal Federal. O tema está sendo discutido nesse momento. A tendência ganha corpo com fala de Ricardo Lewandowski há pouco, quando ele deixou claro que não está ali como juiz constitucional e que seguia o regimento de forma a tentar evitar um mandado de segurança que possa atrasar o julgamento. Para os petistas, me disseram alguns deles há pouco, ficou a dica.
Com a aprovação do impeachment hoje, o presidente em exercício, Michel Temer, ajustará o foco para baixar a poeira da luta interna em sua base aliada. E a batalha da largada que se desenha no horizonte é pela Presidência da Câmara. O cargo é almejado por tucanos, sonhado pelos integrantes do Democratas e, de quebra, desejado pelo antigo “centrão”, que planeja comandar a Casa, para compensar a derrota de Rogério Rosso para Rodrigo Maia (DEM-RJ).
De todos esses, quem vai jogar com todas as armas de que dispõe é o PSDB. Assim, o partido ficará com o controle da pauta do Congresso, com a vice-presidência da República e terá assento no núcleo duro do governo, onde hoje os tucanos estão à margem. Nessa linha, dizem alguns, Temer terá que decidir: é pegar ou largar. Nunca é demais lembrar que foi a briga pela Presidência da Câmara o estopim da frágil aliança do governo Dilma Rousseff no início de 2015, abrindo caminho à votação de hoje. A missão do governo é não deixar a história se repetir.
Lá e cá
O discurso do senador Aécio Neves em defesa da advogada Janaína Pascoal, ontem pela manhã, assustou os peemedebistas. Foi tão voltado à preservação da instituição Senado que alguns interpretaram como palavras de um pré-candidato a presidente da Casa. Nada disso. O jogo do tucano é apoiar o candidato do PMDB no Senado (Eunício Oliveira) e buscar a reciprocidade para que o PSDB presida a Câmara.
Jogo jogado
Os próprios aliados da presidente Dilma Rousseff comentavam reservadamente, ontem, no fim da tarde, que estavam esgotadas as chances de reverter votos. Eles tentaram ainda levar o senador Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, a votar contra o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Mas a ida de Abelardo Lupion para a Itaipu Binacional cortou as esperanças dos petistas.
A disputa de hoje
A ideia dos petistas é apresentar um destaque para votar separadamente a perda dos direitos políticos da presidente Dilma Rousseff por oito anos. Há quem aposte que é aí que o bicho vai pegar.
Os protetores de Cunha
Líderes de nove partidos, mesmo cobrados pelo PSol e Rede no plenário da Câmara, se recusaram a assumir o compromisso público de colocar suas bancadas na Casa em 12 de setembro para votar o processo de cassação do ex-presidente Eduardo Cunha. São eles: PMDB, PP, PTB, PR, PSD, SD, PV, PHS e Pros.
Os algozes de Cunha
A ideia dos líderes do Psol, da Rede, do PT, do PDT, do PCdoB e do PSB, que se mobilizam para votar logo a cassação de Cunha, é levar o tema às campanhas de candidatos desses partidos a vereador e prefeito pelo país afora, a fim de constrangê-los e forçar os deputados a dar quórum e votar o processo contra Cunha.
CURTIDAS
Santinho!/ A presidente Dilma Rousseff registrou algumas ausências entre seus apoiadores. Citou textualmente Cid Gomes (foto), nomeado ministro da Educação em seu governo contra tudo e contra todos, inclusive o PT.
Santinhos!/ Também ficou na memória a falta dos governadores do partido: Rui Costa, da Bahia; Wellington Dias, do Piauí; Camilo Santana, do Ceará; e Tião Vianna, do Acre.
Não tem preço/ O choro de José Eduardo Cardozo deixou a presidente Dilma emocionada ontem. Se tem alguém de quem ela não se esquecerá e defenderá sempre que puder é o seu ex-ministro. O mesmo vale para a senadora Kátia Abreu.
De professor para professor/ Cristovam Buarque (PPS-DF) registrou ontem que Dilma repetiu Fidel Castro, que, ao deixar o poder, proclamou que a história o absolveria. Na verdade, lembra o deputado Chico Alencar, do Psol, a frase de Fidel foi dita bem antes de o comandante chegar ao poder, quando foi preso ao liderar o ataque ao quartel de Moncada e condenado a 15 anos de cadeia. “O jovem advogado fez sua própria defesa, memorável, em 1953, na ditadura de Fulgêncio Batista.”
Rádio Câmara em expansão/ Não será por falta de canal que o contribuinte vai deixar de acompanhar o trabalho dos deputados. O deputado José Priante (PMDB-PA), novo secretário de Comunicação da Casa, acaba de emplacar a compra de transmissores a fim de expandir a rede legislativa de rádio e tevê para São Luís, Salvador e… Belém. Sabe como é… Em política, quem faz milagre é o santo de casa.
Nove em cada dez senadores ouvidos pelo blog consideraram que Dilma cumpriu o seu papel nas 14 horas de exposição no Senado. Porém, diante de um colegiado que já está “com a cabeça feita”, o saldo do dia foi o gesto de comparecer ao Parlamento, numa demonstração de apreço ao Legislativo, algo que Dilma raramente demonstrou enquanto comandava o país. Quanto aos votos, que era o que Dilma mais queria, o Senado ficará devendo. O governo Temer calcula ter fechados 59 votos pró-impeachment, podendo chegar a 61. Já o governo Dilma,que obteve 21 na pronúncia do processo, terá, na melhor das hipóteses, 22 votos.
As primeiras horas da presença de Dilma no Parlamento foram consideradas um gol de placa pelo PT. Ela acertou no tom, abordou todos os temas, foi incisiva sem ser arrogante ou agressiva. Ao longo dia, entretanto, Dilma foi ficando cada vez mais Dilma. Como se ainda estivesse com a faca e o queijo do poder nas mãos, o que fazcom que muitos permaneçam refratários.
Os ex-ministros do governo e o presidente do PT,Rui Falcão, ficaram até o último minuto. Lula saiu antes. Iria participar de um ato pró-Dilma. O ex-presidente acompanha, conversa com senadores, ficará ao lado dela, mas também nõ acredita muito em milagres.
Depois de acompanhar a exposição de Dilma ao longo do dia, a cúpula petista praticamente considerou cumprida a sua missão com Dilma. No geral, os petistas querem agora virar essa página e partir para a oposicão. Com a economia em frangalhos, dizem alguns, o melhor mesmo é ficar agora na posição de ataque ao governo em exercício e trabalhar para voltar em 18.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, cedeu a sala de audiências da Presidência da Casa para que Dilma Rousseff possa ficar num local mais reservado na hora que chegar ao Senado, na segunda-feira.
Experiente em antecipar movimentos politicos, o senador Renan Calheiros comentava há pouco na sala de café do Senado que um dos momentos de maior polêmica pós a visita de Dilma nesta segunda-feira deve ser a definição de votação em dois tempos, um para o afastamento, outro para a perda dos direitos políticos por oito anos. É que, no período de análise do impeachment de Fernando Collor, os senadores fizeram duas votações porque ele renunciou horas antes da votação. Agora, ainda que Dilma não renuncie, o PT quer repetir a dose para abrir a possibilidade de Dilma concorrer a um mandato eletivo em 2018, se essa for a sua vontade.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) também falou há pouco. Ela disse que Renan agora colocou a verdade dos fatos, uma vez que ela não era indiciada naquele processo. “Foi no calor da hora, agora está esclarecido”,disse. Ou seja, a vida segue e o processo também. A tarde nos reservou um debate morno, que, pelo ânimo dos senadores, promete continuar até à noite.
“Sou a única pessoa que conversa com todos os lados da República”
O presidente do Senado, Renan Calheiros, está arrependido da confrontação em plenário hoje pela manhã. Em entrevista na sala de café dos senadores, ele falou em “ressaca” pós-confronto. Considerou que os petistas Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e, ainda, Vanessa Graziotin,do PCdoB, provocaram-no para tirá-lo da neutralidade que marcou a atuação ao longo do processo enquanto presidente da Casa.”É injusto e desproporcional me transformar em personagem do impeachment”,comentou. “Sou a única pessoa que conversa com todos os lados da República”, completou.
Renan lembrou que, desde o afastamento de Dilma, esteve com ela três vezes,também jantou com Michel Temer e tem atuado de uma muito diferente daquela adotada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Hoje,entretanto, diante das provocações, ele disse que cometeu “um erro”. O que não significa que esteja decidido a votar a favor do impeachment. “Ainda não me decidi. A tendência é me abster. O presidente do Senado tem uma responsabilidade institucional, mas ainda não me decidi”,disse ele. “Eu não gosto de me explicar repetindo várias vezes que estava arrependido da confrontação,”que não é do meu estilo”, disse ele, par, em seguida,completar: “Eu também não gosto de me explicar. Prefiro que me interpretem”, referindo-se ao fato de não ter anunciado até o momento como votará quando chegar a hora
Ao longo da conversa com os repórteres, Renan lembrou as várias provocações que ouviu nos últimos dias, com referências ao jantar dele com o presidente em exercício, Michel Temer; e até declarações tentando depreciar o Senado, por exemplo, o fato de Gleisi Hoffmann dizer que a Casa não tinha moral para votar o impeachment de Dilma Rousseff. O senador lembrou inclusive que já havia terminado o seu discurso, quando, diante das provocações ao seu redor, voltou ao microfone e citou o fato de ter ajudado a desfazer o indiciamento de Gleisi da Polícia Federal.
Ele, entretanto, se referia à busca e apreensão na casa da senadora, quando da prisão do marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo. A senadora,entretanto, não está relacionada à suspeita de favorecimento de empresa e pagamento de propina no caso de recursos dos empréstimos consignados. Gleisi à época pediu que a Presidência do Senado intercedesse para que não houvesse mais busca e apreensão na residência oficial. Renan atendeu. Ontem, na sala de café, brincou:”Vamos aproveitar a reforma do código Penal e propor um agravamento da pena por ingratidão”, disse ele.
Ciente de que não tem os 27 votos para preservar o mandato de Dilma Rousseff, os petistas partiram para a tática de provocar os senadores aliados a Michel Temer. O primeiro tiro foi dado ontem pela senadora Gleisi Hoffmann, dizendo que a Casa não tinha moral para julgar Dilma Rousseff. Hoje, continuou com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
O PMDB engoliu a corda. O presidente do Senado, Renan Calheiros, ensaiou um discurso de pacificação na Casa, porém, na hora de falar, tropeçou nos verbos e nos adjetivos, mencionando as manobras do PT como de “uma burrice infinita”. E, se levado ao pé da letra, confessou ainda interferências no Judiciário, ao dizer que havia ajudado a “desfazer” o indiciamento de Gleisi no Supremo Tribunal Federal. Longe dos microfones, Gleisi reagiu: “Mentiroso, canalha!”
O clima está quente, a sessão suspensa e, pelo andar da carruagem, o PT até aqui conseguiu o que queria: atrasar o calendário. Os aliados de Temer vão tentar recuperar esse atraso evitando perguntas às testemunhas. Vejamos o que esta tarde nos reserva.

