Autor: Denise Rothenburg
Centrão pressiona por adiamento da votação dos destaques da Previdência
Os mesmos líderes do Centrão que ajudaram a construir a vitória dos 379 votos a favor a reforma da Previdência são aqueles que tentam levar a um adiamento da votação dos destaques. Deputados jogam essa fatura do atraso na retomada da votação em especial no líder do PP, Arthur Lyra, e do PL (antigo PR), Wellington Roberto. O problema é que, segundo informações dos partidos, a maioria dos 379 deseja prosseguir com a apreciação dos destaques e concluir tudo ainda esta semana.
No mínimo, encerrar o primeiro turno da reforma, deixando apenas o segundo para a próxima segunda-feira. A manhã foi de intensa negociações e Rodrigo Maia irá daqui a pouco para o plenário a vim de dar início ao processo de análise dos destaques. A ideia, no momento, é prosseguir e verificar se é possível manter um quorum qualificado para votar os destaques ainda hoje.
No pano de fundo dessa resistência em prosseguir com a votação está a vontade de assegurar a liberação do restante das emendas ao Orçamento, além do receio de que a economia com a reforma, em caso de insucesso, seja menor do que a projetada no parecer do relator. Ontem, Maia encerrou a votação antes de se chegar ao quorum de 511 deputados presentes por receio da derrota.
Restam dez destaques e oito emendas aglutinativas, que tratam das aposentadorias de policiais, das pensões, a regra de transição para servidores públicos. Maia ainda tenta ver se consegue levar alguns partidos a retirar parte dos destaques. A tarde promete. Como disse Wellington Roberto ao Correio na segunda-feira, o otimismo com a reforma é muito grande, o problema são as dúvidas.
Votação da Previdência alça Rodrigo Maia à posição de “primeiro-ministro”
Coluna Brasília-DF
Antes mesmo de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciar o placar surpreendente de 379 votos em favor da reforma da Previdência, ele já era tratado pelos colegas como o grande vencedor da noite.
Em seu discurso, reforçou essa posição, ao mencionar a recuperação da “força da Câmara”. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, Maia defendeu a necessidade de uma “relação diferente, onde o diálogo e o respeito prevaleçam”.
Há aí uma janela para que governo e Parlamento se entendam para a batalha da reforma tributária e medida provisória da liberdade econômica, os próximos itens da agenda de reformas.
Em tempo: A guerra da Previdência ainda não terminou. A forma súbita como Maia encerrou a sessão prevista para seguir madrugada adentro deixou muitos governistas com a sensação de que é preciso acertar o passo.
Afinal, do alto da mesa diretora dos trabalhos, o presidente percebeu que poderia perder o destaque que pretendia tirar os professores da reforma.
E não dava para, depois da grande vitória, começar os destaques com uma derrota. Ainda há outras votações envolvendo policiais, viúvas e até professores. E, reza a lenda, o diabo mora nos detalhes.
O que interessa
A agenda de costumes, tão cara ao presidente Jair Bolsonaro, não está entre as prioridades do “primeiro-ministro”, Rodrigo Maia. O deputado apostará na agenda que ajude a recuperar a economia e gerar empregos. O resto é perfumaria.
Há exceções
Entre as propostas que não mexem diretamente com a economia, mas vão entrar na pauta de Rodrigo Maia, estão a lei do abuso de autoridade e o pacote anticrime de Sérgio Moro.
A volta de Onyx
O resultado pra lá de favorável ao texto base da reforma deu novo fôlego ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Agora, caberá ao novo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, conseguir manter o mesmo nível de diálogo com o Parlamento.
Enquanto isso, no Ministério da Economia…
O ministro Paulo Guedes avisou que entregará sua proposta de reforma tributária nos próximos dias.
É para não deixar as propostas em discussão na Câmara, de Bernardo Appy, e no Senado, do ex-deputado Luiz Carlos Hauly, seguirem sem que o governo tenha dado o seu tom nesse quesito.
Curtidas
Um por todos…/ …todos por um. Com 11 votos a favor da reforma da Previdência dentro do PSB, de um total de 21 da bancada, os deputados ganharam um aliado forte, o ex-líder Júlio Delgado. “O texto que chegou ao plenário é muito diferente daquele que esteve em votação na Comissão de Constituição e Justiça. Portanto, vou defender os deputados”, disse ele.
Por falar em PSB…/ Pelo menos cinco partidos já estenderam o tapete vermelho para o deputado pesselista do Espírito Santo Felipe Rigoni, o primeiro parlamentar cego, que vem se destacando por posições equilibradas e firmes na Casa. Ele votou a favor da Previdência. Se os socialistas insistirem em punir os deputados, Felipe não vai ficar ao relento.
Salvo-conduto/ Dos oito deputados do PDT que votaram a favor da reforma da Previdência, Tábata Amaral (SP) tem em mãos uma carta do partido que lhe conferiu essa prerrogativa antes mesmo de ser eleita. “A carta existe”, disse Tábata à coluna, sem esconder o mau humor. “Já disse que não vou falar com a imprensa. O que eu tinha a dizer já
está nas minhas redes sociais”. Aff…
Mais um AGU para o STF/ Ao se referir a um nome “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro tinha em mente o pastor André Mendonça, advogado-geral da União, como já antecipou a coluna. Aliás, Gilmar Mendes e o atual presidente do STF, Dias Toffoli, também já ocuparam o mesmo posto. Só não são formados em teologia.
Deputados ávidos por recursos são obstáculo à reforma da Previdência
Coluna Brasília-DF
A oposição tentou dar à divulgação de áudios de procuradores da Lava-Jato o mesmo peso que teve, em 2016, a conversa do então presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista e, assim, adiar toda e qualquer discussão da reforma da Previdência. Não conseguiu. Porém, nem tudo são flores para o governo. A parte dos deputados que espera a liberação das emendas ao Orçamento estava disposta a lutar até a madrugada para adiar a votação.
Tudo para levar o governo a garantir o empenho de quase R$ 2 bilhões que faltam para completar os R$ 4 bilhões das emendas de liberação obrigatória. Ao mesmo tempo, pretendem assegurar que não haja um “cheque sem fundo”, ou seja, que as emendas não sejam lastreadas em rubricas que não têm receita para honrar os compromissos assumidos.
» » »
Da mesma forma que a oposição não conseguiu transformar o caso Deltan em algo capaz de paralisar a reforma, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também não conseguiu conter os deputados ávidos por recursos para suas bases eleitorais. Como disse certa vez o deputado Marcelo Aro, “isso não é toma lá dá cá, é dar discurso para que o deputado possa justificar o voto em favor de uma reforma que exige sacrifícios de todos”. É nesse pé que o governo continuará hoje a batida pró-reforma.
Fiquem tranquilos
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem dito a amigos que não costuma usar áudios. Portanto, se houver algum que lhe diga respeito nessa nova temporada dos diálogos do site The Intercept, ele considera que não haverá nada comprometedor. O procurador Deltan Dallagnol, entretanto, era dado a usar essa facilidade.
Mulheres, policiais e professores
Esses são os pontos que mais preocupam deputados favoráveis à reforma. Quanto à população, avisam, até aqui, não houve grandes manifestações na porta do Congresso contra o texto. As maiores contra o governo, até agora, foram em favor de recursos para as universidades públicas.
O tempo de Rodrigo
A expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se conseguir concluir os dois turnos da votação da reforma previdenciária esta semana, é poder adotar o discurso de que a Casa fez a sua parte, aprovando as novas regras para aposentadorias. E, de quebra, poder afirmar com todas as letras que a bola está nos pés do ministro da Economia, Paulo Guedes. E não adianta chorar porque não houve capitalização. Afinal, o Parlamento, até aqui, não reduziu demais a economia de recursos.
O tempo de Marcelo
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, escolheu 6 de agosto para ir ao Senado falar sobre laranjas do PSL e outros assuntos da pasta, porque, até lá, conforme calculam os integrantes do partido, essa história estará mais clara. Álvaro repete dia e noite que não tem nada contra ele nem vão encontrar nada que o incrimine.
Mais leves/ Tanto o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o 01, quanto o deputado Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP), o 03, estão mais à vontade no Congresso. Flávio estava solto na sala de café dos senadores, durante a degustação de queijos artesanais, enquanto o irmão defendia a vaquejada no plenário da Câmara.
Aliás…/ A vaquejada conseguiu colocar do mesmo lado os deputados Eduardo Bolsonaro, do PSL, e Renildo Calheiros, do PCdoB de Pernambuco. Há quem diga que foi a única vez em que os dois discursaram em defesa do projeto em votação.
Moro é gostosinho/ Calma, pessoal! É o vinho Moro, da uva merlot, da casa João Moro, de Montes Belos (RS), na região próxima a Gramado (RS). A bebida começou a fazer sucesso ontem, no Senado, na degustação da produção gaúcha e de queijos artesanais de várias regiões do país. A senadora Soraya Thronicke, do PSL de Mato Grosso do Sul, provou o vinho e gostou. Com todo o respeito!
Por falar em Moro…/ Agora, sim, vamos ao ministro da Justiça, Sérgio Moro: Ele e a esposa, Rosângela, foram nomeados conselheiros do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado. Ele, como representante do governo e ela, da sociedade. Epa! Olha o nepotismo voluntário aí. Quem preside o Conselho é a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Coluna Brasília-DF
O prestígio popular do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e um desempenho de ótimo e bom acima de 50% apresentado em várias pesquisas de opinião, inclusive o Datafolha, reforçam a intenção do presidente Jair Bolsonaro de não mexer com a vida do ex-juiz. Logo, não será por causa dos diálogos divulgados pelo site The Intercept e pela revista Veja que Bolsonaro demitirá o ministro.
É meu amigo, tá ok?
Internamente, o presidente tem se referido ao caso de Moro como “mais um ministro sob ataque”. Aliás, é assim que o presidente se refere também ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. No caso de Álvaro Antônio, o presidente o tem como um amigo que o ajudou em 6 de setembro.
O “não” de Deltan
Ao dizer não ao convite da Comissão de Direitos Humanos, o procurador Deltan Dallagnol empurra a permanência do desgaste para o segundo semestre. A ordem agora é transformar o convite em convocação.
Situação de policiais na Previdência deixa PSL entre a cruz e a espada
Coluna Brasília-DF
A oposição planeja explorar a aposentadoria dos policiais no seu kit obstrução, de forma a tentar jogar o desgaste da reforma previdenciária para cima do PSL do presidente Jair Bolsonaro. O partido presidencial, aliás, está disposto a fechar questão em torno da proposta aprovada na Comissão Especial.
Significa que, se não houver um acordo para aliviar a situação dos policiais, retirando-os da reforma para colocá-los num texto à parte, quem votar contra corre o risco de punição. E quem votar a favor, será atacado pela oposição. É a bancada da bala entre a cruz e a espada pela primeira vez.
» » »
Entre os pesselistas, pegou muito mal a atitude do deputado Alexandre Frota (PSL-SP), que foi para as redes sociais se apresentando como alguém que ficou ao lado dos policiais e exibindo fotos dos votos de seus colegas de partido que votaram com o governo, ou seja, contra mudanças no texto a favor da categoria. O futuro de Frota no partido é incerto. Ou ele vota com o partido, ou pode ficar sem legenda.
O “sim” da Previdência
Quanto à reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não quer conversa. Sua intenção é resolver agora e não deixar esse tema pendurado na Casa no segundo semestre. Em agosto, Maia quer discutir e votar a reforma tributária.
Deixa quieto
Maia tem pedido, inclusive, que os deputados não façam pressão sobre o governo por emendas e cargos nessa votação da reforma previdenciária. Depois, quando for algo de interesse exclusivo do Planalto, e não do país, aí sim, quem quiser que cobre uma fatura.
Fechou, mas…/ O PSB fechou questão contra a reforma da Previdência. Mas não decidiu que tipo de punição fará a quem votar a favor: “As consequências sempre vêm depois”, diz o líder do partido, Tadeu Alencar.
Santo de casa/ Funcionários da Câmara que trabalham desde pequenos com salários modestos e estão na faixa dos 45 anos estão com medo da reforma e, nas últimas horas, começaram uma campanha entre os deputados pedindo que não aprovem o texto.
QG/ Havia mais deputados ontem à tarde na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do que no plenário. É ali que os últimos ajustes da reforma que irá a votos hoje.
Começou/ Ontem mesmo, no início da noite, o deputado Fábio Henrique (PDT-SE) colocou na roda o discurso da oposição: “Amanhã, vamos ver quem faz parte da bancada da segurança pública ou a defende só no gogó”.
André Mendonça, da AGU, é visto como o evangélico de Bolsonaro para o STF
Coluna Brasília-DF
Dia desses, numa reunião ministerial no Planalto, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, fez vários elogios ao ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, por causa da sustentação oral no Supremo Tribunal Federal em defesa da Petrobras.
Mal o almirante terminou de falar, o presidente Jair Bolsonaro completou: “E ele é evangélico!”. Os olhares se voltaram, então, para o ministro Sérgio Moro que, à mesa, não moveu a pestana. Para aqueles ministros seguidores da máxima “para bons entendedores, meia palavra basta”, Bolsonaro indicava ali em quem estava pensando quando havia dito que era chegada a hora de nomear um evangélico para o STF.
Dentro e fora do governo, Mendonça encabeça a bolsa de apostas. Moro, na defensiva, deixou de ser o plano A. Na entrevista que o Correio trouxe nesse domingo, o próprio Moro põe o STF em segundo plano. Depois da divulgação dos diálogos, sites e canais de youtube simpáticos ao governo tratam o ministro como o sucessor de Bolsonaro. Ele está, a cada dia, mais político e menos juiz.
Ele é assim
A um amigo, o presidente Jair Bolsonaro foi direto, dia desses, ao dizer que esquecesse a lista tríplice para a Procuradoria. Isso significa que ele escolherá quem quiser e considerar melhor para o cargo. E não quem a categoria prefere, tá ok?
Bolsonaro tomou gosto
Passados seis meses no cargo, os políticos dão o veredito: O presidente Jair Bolsonaro sentou-se de fato na cadeira, não se intimida mais com militares, nem tampouco com experts em áreas que ele não domina. Descobriu que pode muito e, devagarinho, trocou quase todos os ministros do Planalto. Da formação inicial, restam os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno, ambos sob constantes ataques.
Tem limite
A torcida, entretanto, é que não use esse poder para prevalecer a sua vontade e jogar o povo contra os outros Poderes da República. A questão dos policiais federais na reforma da Previdência, nesta semana, será mais um teste. Se nada mudar, dizem alguns, não dará para o presidente ficar no discurso fácil, do “eu queria, mas eles não deixaram”. Afinal, governar significa também buscar consensos e olhar o todo. Não apenas o lado de uma determinada categoria.
A casa da federação…
A defesa que o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho, fez da inclusão dos servidores estaduais na reforma da Previdência deixou muitos com a impressão de que, se a Câmara não incluir quando da votação em plenário, o Senado o fará. Só tem um problema aí: incluindo qualquer artigo nesse sentido, o projeto volta para nova rodada de deliberação entre os deputados.
…E dos governadores
No Senado, quem não foi governador tem pretensão de ser. Quem já ocupou o cargo sabe como é difícil a administração das despesas previdenciárias. Quem ainda não chegou lá fica preocupado só de pensar na hipótese de faltar recursos para pagar aposentados.
Curtidas
Damares ameaçada. De novo/ A Polícia Federal reforçou a segurança da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves. É que, quase diariamente, ela recebe ameaças de morte nas redes sociais.
Palavra de Bolsonaro I/ A Frente Parlamentar em Defesa de Furnas começará quente. A ideia é espalhar nas redes sociais vídeos com várias falas do presidente da República garantindo que a empresa está fora do rol de privatizações de seu plano de governo. São várias gravações ao longo da campanha, inclusive uma em que Bolsonaro aparece ao lado do senador Flávio Bolsonaro, o 01.
Palavra de Bolsonaro II/ A Frente Parlamentar será instalada na Câmara dos Deputados na terça-feira, às 11h, e parlamentares planejam exibir os vídeos para lembrar à equipe econômica o que o presidente prometeu na campanha. E, vale registrar, até aqui, o presidente tem cumprido a palavra empenhada junto ao eleitorado.
Regras para policiais na reforma da Previdência é desgaste para o bolsonarismo
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro terá de gastar muita saliva para convencer policiais civis e guardas municipais de seu esforço em prol de uma situação melhor para essas categorias na reforma previdenciária. Especialmente depois que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, capitaneou a troca de deputados na Comissão Especial para garantir a aprovação do texto-base da reforma e votos favoráveis à manutenção da proposta quanto aos pontos destacados para votação em separado.
» » »
A oposição tem gravado tudo o que disse Bolsonaro e as atitudes dos líderes do governo. A ordem é tentar colar na testa do presidente que o governo diz uma coisa e faz outra. Obviamente, ainda falta muito para a eleição municipal, mas os oposicionistas acreditam ter encontrado aí um discurso para desgastar o bolsonarismo.
Onde incomoda
Procuradores da Lava-Jato estão preocupados com as conversas particulares que mantiveram em seus chats no Telegram. Embora o The Intercept não tenha divulgado desabafos sobre assuntos pessoais dos procuradores, são temas dessa ordem que, dizem alguns, podem causar mais constrangimentos a alguns deles.
O campo fake…
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) apresentou um pedido para que a Casa delimite os fatos a serem apurados pela CPI das Fake News. Um dos argumentos do parlamentar é que, se isso foi pedido aos defensores da CPI da Lava Toga, tem de haver o mesmo tratamento para as demais comissões parlamentares de inquérito.
…É vasto
O pedido de Eduardo Gomes, que teve o nome citado para ministro do governo, tem tudo para atrasar a CPI e ajudar o PSL. O partido de Jair Bolsonaro recorreu à Justiça tentando barrar a criação da comissão. Como tem fake news para todo lado, a discussão será grande para definir que tipo de mentira travestida de notícia deve ser investigada.
Trabalho dobrado
A ausência dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, na posse do novo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, foi lida como um sinal de que a articulação será um desafio maior do que o militar espera. Alcolumbre já disse que continuará falando com Onyx.
Curtidas
Não contem com ele/ A tirar pelos votos dos deputados André Figueiredo (PDT-CE) e José Guimarães (PT-CE), ontem, na Comissão Especial da reforma da Previdência, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), não vai se mobilizar em favor das mudanças nas aposentadorias.
Nem com eles/ A Bancada da Bala vai atuar no plenário para tentar aliviar a situação dos policiais. É agora que começa o esforço para unir o PSL.
Ali, “ex” tem vez/ O deputado Paulo Ramos reclamou da presença do secretário de Previdência, Rogério Marinho, à mesa diretora dos trabalhos da Comissão Especial. “Roberto Marinho não pode ficar aí”, criticou. O presidente da comissão, Marcelo Ramos, que é do tipo que perde o amigo, mas não a piada, saiu-se com esta: “Doutor Roberto está no céu. Só estaria aqui se fosse uma sessão espírita. Rogério Marinho está aqui como ex-deputado. E, nessa condição, ele só não tem prerrogativa de voto”.
Sutil diferença/ Em outros tempos, governos aprovaram reformas previdenciárias sem comemorações. Pois, agora, houve muitos aplausos para se somar à euforia do mercado, que fechou com recordes históricos. Sinal de mudanças também de comportamentos.
Carlos Mário Velloso Filho é o escolhido de Bolsonaro para o TSE
O advogado Carlos Mário Velloso Filho acaba de ser nomeado ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Velloso Filho é formado em Direito pela Universidade de Brasília. Desde 1986, exerce ininterruptamente a advocacia perante os tribunais superiores. Foi vice-presidente da OAB-DF de 2001 a 2003. Desde 1988, integra a carreira de Procurador do Distrito Federal, na qual ingressou por concurso público. É filho do ministro aposentado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Mário Velloso.
Lista tríplice
A nomeação de Velloso Filho, terceiro nome da lista tríplice definida e entregue pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao presidente Jair Bolsonaro, era esperada pela categoria e não só pelo currículo de 33 anos no exercício da advocacia. Todos já consideravam praticamente excluída a advogada Daniele Teixeira, que encabeçava a a lista. Ela defendeu publicamente a condenação de Jair Bolsonaro por incitação ao estupro. A defesa foi feita numa audiência publica na Câmara sobre a cultura do estupro, em 2016.
Na ocasião, a advogada defendeu que a punição dos agressores e, sem citar nomes, mencionou “deputado que responde a ação no STF por incitação ao estupro”. Bolsonaro não gostou, pediu direito de resposta e a deputada Maia do Rosário (PT-RS) que presidia a sessão e inclusive havia entrado com a ação contra Bolsonaro, chegou a suspender os trabalhos. O segundo nome da lista era o de Marçal Justen Filho.
Troca de Onyx por general Ramos pode prejudicar reforma da Previdência
Coluna Brasília-DF
A troca de comando na coordenação política do governo, que passa hoje das mãos do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para o novo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, ameaça o cronograma da reforma da Previdência.
Líderes dos partidos de centro, que comandam o processo na Câmara, ponderam que não adianta selar compromissos de texto com Onyx Lorenzoni, que, depois, não serão reconhecidos pelo novo coordenador.
Ainda que Bolsonaro tenha garantido que Lorenzoni permanece como o negociador da reforma, há pontos, tais como não vetar partes da proposta e outros, que precisam ser mantidos pelo futuro coordenador político.
O livro que falta
Quem acompanha o painel de votações da Câmara dos Deputados garante que o atual governo não tem nem montou um quadro de votações da reforma previdenciária como aquele mantido por Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil nos tempos do presidente Michel Temer.
O livro que falta II
Padilha sabia tudo dos potenciais aliados do governo. Preferências por cargos, ou por emendas, municípios onde eram votados e tudo o mais. No atual governo, dizem os líderes, essa radiografia deixa a desejar.
No escuro
Entre os principais pontos do relatório, a tragédia de Brumadinho, o senador Carlos Viana (MG) destaca três a serem acompanhados com urgência.
O primeiro deles é a falta de segurança nas barragens. Em 72% delas, cerca de 3.500, a Agência Nacional de Águas (Ana) simplesmente não tem informações disponíveis.
No bem-bom
A tributação também deixa a desejar. São 3,5% de contribuição federal sobre exploração mineral. Agora, a ordem é preparar uma base legal para cobrar participação especial.
Na cobrança
Também há a expectativa de estabelecer o “ecocídio”, ou seja, obrigatoriedade de pagamento de multas elevadas ao erário pela morte de animais.
Juntos em 2022/ O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes estão em rota de aproximação com vistas a alianças no futuro. Falta definir os papéis de cada um nas próximas eleições.
Alguém vai sobrar/ O desafio é organizar o palanque e saber como fica o PT. O governador Camilo Santana, petista e aliado de Ciro e do senador Cid Gomes (CE), terminará seu segundo mandato e Tasso, o de senador, em janeiro de 2023. Há apenas uma vaga ao Senado na próxima eleição para o Parlamento.
É chute/ Ninguém confirma o placar de 330 votos a favor da reforma da Previdência, relatado por Onyx à coluna. Esse número só ficará mais claro depois da votação na comissão especial.
4 de julho/ Nunca tantos compareceram à tradicional comemoração da Embaixada dos Estados Unidos. Sinal de relações mais próximas.
Pressão de policiais sobre Bolsonaro coloca a reforma da Previdência em risco
O líder do PL, deputado Wellington Roberto, acaba de dizer ao blog que não vai retirar o destaque do partido em favor de uma idade mínima mais baixa para a aposentadoria de professores. O líder do PSD, Domingos Neto, também não retira o que se refere aos guardas civis.
As declarações vieram depois que o governo, pressionado pelos policiais, entrou no circuito para amenizar a reforma para os policiais que chamaram o presidente de “traidor” na manifestação de ontem — a categoria é objeto do pedido de destaque do PSL, partido do presidente cuja parte da bancada manifestava-se ontem contra a reforma.
Até ontem, falava-se num acordo dos partidos patrocinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para retirada dos pedidos de destaque. A disposição do governo e do PSL tiraram de Maia o moral para pedir aos partidos de centro que retirem seus destaques, a fim de acelerar a votação da reforma ainda hoje. No começo da tarde de hoje, o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) pediu mais tempo antes de apresentar o texto novamente na Comissão Especial, deixando a Previdência em compasso de espera.
Se continuar desse jeito, a economia de R$ 1 trilhão vai minguar. Por isso, o dia será de intensa negociação entre os partidos e o governo para fechar um acordo. A preços desta tarde, a reforma está sob risco de ter a votação adiada e gerar uma economia bem menor do que a prevista por Paulo Guedes ou pelo relator, Samuel Moreira.