A meta do governo

Publicado em coluna Brasília-DF

Nessas primeiras reuniões políticas de 2016, o governo definiu entre 270 e 300 o número de parlamentares que deseja ter ao lado da presidente Dilma Rousseff na hora em que o processo de impeachment for ao plenário da Câmara. É que só assim ela terá uma margem grande o suficiente para manter sólidos 171 votos e, assim, evitar a abertura de processo. Afinal, em ano eleitoral, não dá para brincar.

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Em tempo: o governo apostará ainda em entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil, que não engrossaram o movimento pró-impeachment. Só isso, acreditam muitos aliados de Dilma, já é meio caminho percorrido.

A ordem é ganhar tempo
Eduardo Cunha usará todo o prazo possível para responder a notificação do Supremo Tribunal Federal. Quanto mais demorar, mais estará no comando da tramitação do pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A muitos, é isso o que interessa.

Avisos não faltaram
Há quatro meses, numa conversa com líderes do PSDB, o megaempresário Carlos Alberto Sicupira, um dos controladores da Anheuser-Busch Inbev e sócio de Heinz, 3G Capital e Lojas Americanas, avisou que a grande ameaça à economia mundial este ano era a China.

O problema era ação
Ao governo também não faltaram alertas de que era preciso se preparar para possíveis solavancos chineses. Porém, diante das dificuldades internas, essa preparação ficou difícil.

Pesadelo paraibano
No sertão da Paraíba, há quem esteja pagando R$ 10 pelo litro da gasolina. É que a Petrobras ameaça fechar o fornecimento direto ao porto de Cabedelo, centralizando tudo em Suape, no sul de Pernambuco. A ordem na empresa é reduzir custos. Mas a conta vai para o consumidor, que pagará mais pelo combustível por causa do transporte. A bancada federal estará amanhã em Brasília para pedir que o governo obrigue a empresa a rever esse plano.

Todo cuidado é pouco/ A turma da Lava-Jato acendeu a luz amarela do receio de algumas citações serem apenas vinganças políticas. Até aqui, dizem alguns, foram três casos: o do senador Randolfe Rodrigues (foto); o do senador mineiro Antonio Anastasia; e o da ex-senadora e ex-governadora Roseana Sarney.

Seis na largada/ O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, do PDT, terá pelo menos cinco adversários. Do DEM ao PT, todos querem a vaga. Caberá aos irmãos Cid e Ciro Gomes tentar reduzir os adversários da base do governo Dilma.

Enquanto isso, em Minas Gerais…/ A primeira grande reunião do PMDB mineiro vai tratar da disputa pela liderança do partido na Câmara. Na semana que vem, os peemedebistas se reúnem em Belo Horizonte para tentar fechar o que fazer com a pré-candidatura de Newton Cardozo Jr., que entrou depois e não deseja sair de mãos abanando.

…O jogo é duplo/ Há quem diga que o objetivo ali é fazer Leonardo Quintão escolher: ou concorre ao cargo de líder ou ao de prefeito. Ocorre que uma grande maioria dos peemedebistas de outros estados já fechou com Quintão e não pretende trocar de candidato. Quintão, portanto, não pretende desistir nem da pré-candidatura de líder nem da de prefeito.