À la FHC

Publicado em coluna Brasília-DF

A ideia do governo de usar os recursos oriundos da reoneração da folha para financiar a segurança pública cai como uma luva num momento em que o Planalto estava com dificuldades para aprovar a proposta. Agora, os líderes, com o discurso “do bem”, ou seja, equipar a polícia, conseguirão reunir os votos de quase toda a base parlamentar em torno de um tema impopular em pleno ano eleitoral.

A ideia não é nova. O então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, em 1994, jogou o nome Fundo Social de Emergência (FSE) para aprovar a desvinculação de receitas da União quando do Plano Real. A iniciativa também foi vista com desconfiança e a estratégia deu certo. Agora, a ordem é repetir o mesmo feitiço com outro feiticeiro e outros ingredientes.
Ao pé do ouvido I

O governador Rodrigo Rollemberg aproveitou o momento reservado com o presidente Michel Temer no Fórum Mundial da Água para jogar “um verde”: “Vi aí que o senhor será candidato a presidente!”. Eis que Temer responde: “Não tem nada resolvido. O que eu quero é alguém que defenda o governo”.

Ao pé do ouvido II

Para bons entendedores, o recado está dado: Temer não tem ninguém no momento que esteja disposto a defender o governo. Haja vista a última entrevista do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dizendo que Temer quer quem defenda o passado.

Nem vem

Os petistas mais próximos a Lula vão defender que ele mantenha o PT distante da candidatura de Ciro Gomes (PDT). Consideram o pedetista “muito volúvel”, hoje fala bem do partido, amanhã fala mal. Os lulistas defendem candidato próprio: Nem que seja sem alianças. O PT quer defender seu legado e seu líder. E aposta que Ciro não vai querer fazer esse papel.

Anastasia disputado

O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), será oposição ao governo do presidente Michel Temer em Minas Gerais. O deputado Rodrigo Pacheco se filiará ao DEM e seguirá pelo mesmo caminho. Logo, é bom Geraldo Alckmin abrir o olho: se houver algum candidato ligado ao governo federal, leia-se o próprio Temer, haverá pressão para que Antônio Anastasia e Aécio Neves deem aquela ajudinha ao presidente.

Registrado/ A entrevista do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao Correio Braziliense, no último domingo, deu o que falar no Planalto. Aliados do presidente Michel Temer consideram que, enquanto pré-candidato à Presidência da República, Maia não terá chance sem reconhecer o “passado” de Temer. Maia disse com todas as letras que Temer quer um candidato para falar do passado e ele (Maia) é um candidato para o futuro.

Agendas frenéticas/ Os ministros estão suando para cumprir os compromissos deste último mês de governo. Muitos que pensaram em sair antes, meio que desistiram da empreitada. Ricardo Barros, da Saúde, por exemplo, quer fazer um evento com Temer no Paraná antes de deixar o cargo. Até aqui, o presidente não foi ao estado.

Manhã de ministra/ No mês da mulher, a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça (foto), é destaque hoje no Café com Autoridade promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).

Noite de livro/ O jornalista César Motta autografa, hoje à noite, o livro Até a última página — uma história do Jornal do Brasil. Foram três anos de pesquisa sobre o antigo JB, fundado em 1891. Ele estará a partir das 19h, na livraria Cultura, do Shopping Iguatemi. Segunda-feira, lançará no Rio, no restaurante La Fiorentina, no Leme, onde a velha guarda dos tempos áureos do JB se reúne para relembrar suas histórias.