As partidas de baralho com os netos, o dominó na pracinha e o bingo de fim de semana podem render mais do que diversão para idosos. Psicólogos da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, descobriram que esses jogos ajudam a proteger as capacidades cognitivas na velhice.
A equipe acompanhou mil voluntários com 70 anos ao longo de quase uma década. Descobriu que aqueles que tinham o hábito de jogar esses tipos de jogos apresentavam, principalmente, menos problemas de memória e maior velocidade de raciocínio.
Outra boa notícia do estudo é que esses benefícios podem surgir mesmo quando essas atividades são incluída na rotina já na terceira idade. “Embora as habilidades de pensamento de algumas pessoas possam diminuir à medida que elas envelhecem, essa pesquisa é mais uma prova de que esse fenômeno não precisa ser inevitável”, destaca Caroline Abrahams, uma das pesquisadoras.
Durante nove anos, os voluntários foram submetidos a testes de memória, resolução de problemas, velocidade de raciocínio e capacidade de raciocínio geral. As avaliações ocorreram a cada três anos. Os idosos também responderam a questionários sobre com que frequência jogavam jogos de tabuleiro, de cartas, bingo ou palavras cruzadas quando tinham de 70 a 76 anos.
Estilo de vida
Na análise, os pesquisadores também consideraram um teste de inteligência feito pelos participantes quando tinham 11 anos. Fatores ligados ao estilo de vida, como grau de instrução e status socieconômico, completaram a avaliação. Os cientistas concluíram que, aos 79 anos, os idosos que tinham o hábito de jogar, ou o incluíram ao longo da pesquisa, apresentavam menos declínio cognitivo.
Para os autores, as descobertas ajudam a entender melhor como o estilo de vida pode estar associado a melhores resultados para a saúde do cérebro. Também funcionam como estímulo para que as pessoas tomem decisões que protejam as habilidades mentais à medida que envelhecem. “Essas conexões contribuem para o que sabemos sobre as medidas que podemos tomar para proteger a saúde cognitiva, incluindo não beber álcool em excesso, ser ativo e seguir uma dieta saudável”, completa Caroline Abrahams. A pesquisa foi divulgada no The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences.