A regra vale para qualquer idade: quanto menos açúcar, melhor. No caso dos idosos, a vigilância tem que ser ainda maior, devido à diversidade de complicações causadas pelo ingrediente. Não significa, porém, que estão proibidas as delícias da Páscoa para quem está na terceira idade. Basta fazer as escolhas certas, ensina a nutricionista Roberta Mendonça. “Nosso corpo reconhece o açúcar. O segredo é consumi-lo em doses moderadas”, explica.
A especialista do Instituto Castro e Santos, em Brasília, dá dicas que podem adoçar o feriado de Páscoa: o doce deve ser consumido logo após o prato principal e ser, de preferência, um chocolate. O ideal é que a refeição seja rica em proteína e fibras. “Por exemplo, uma carne com salada”, ilustra Roberta Mendonça.
No caso do chocolate, é a composição do doce que o torna a melhor opção. “As sobremesas costumam levar quantidade maior de açúcar, combinada com gorduras e outros ingredientes, como a manteiga”, explica.
Além disso, ao escolher o chocolate, são maiores as chances de você respeitar a regra da dose moderada. “Em vez de comer um pedaço de torta alemã e repetir, você pode comer só um chocolate. Não um ovo de Páscoa inteiro, mas um pedaço”, ensina Roberta Mendonça.
Excessos adoecem
Em caso de exagero, não é aconselhável recorrer a estratégias para compensar, como fazer um jejum por conta própria. A nutricionista recomenda que seja retomada a rotina, e que o idoso tenha consciência de que cometeu um deslize. “Os deslizes também fazem parte de uma dieta saudável. É importante ter consciência deles e dos riscos ligados à ingestão exagerada de açúcar”, ressalta.
Um dos principais problemas é que, nos mais velhos, os receptores de insulina perdem um pouco a sensibilidade. São justamente esses receptores que absorvem o açúcar. Falhas no funcionamento deles estão ligadas ao desenvolvimento e ao agravamento de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes e a hipertensão, muito comuns na velhice.
O excesso de açúcar no corpo também atrapalha a absorção de cálcio. “Ele ajuda a acelerar a retirada do cálcio dos ossos, o que está ligado à osteoporose”, explica a nutricionista Roberta Mendonça. A osteoporose é uma das principais causas de incapacidade funcional na velhice e costuma dar os primeiros sinais já na meia-idade. A Fundação Internacional de Osteoporose estima que um em cada cinco homens e uma em cada três mulheres com mais de 50 anos têm a doença.