Vida nova, casa nova

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Viva! Dilma Rousseff mudou de casa. Com a mãe e a tia, instalou-se na Granja do Torto. Assim, longe da imprensa, terá mais privacidade para enfrentar uma senhora guerra. Trata-se da composição do ministério. Partidos e aliados que a ajudaram na campanha apresentaram a conta. Querem cargos.

Jornais, revistas, rádios e tevês fazem o que precisam fazer. Noticiam os acontecimentos. É aí que a porca torce o rabo. Na pressa, repórteres se esquecem de pormenor pra lá de importante. Mudar tem várias regências. Respeitá-las pega bem como usar cinto de segurança, cumprimentar desconhecidos no elevador, abusar de obrigado e com licença.

1. Na acepção de remover, dispor de outro modo, pôr em outro lugar, alterar, modificar, o verbo é livre e solto. Transitivo direto, dispensa preposição: Mudou a cor dos livros técnicos. Não mude a direção do carro. Que tal mudar a fechadura da porta?

2. No sentido de alterar-se, tornar-se diferente do que era, o danadinho é intransitivo. Autossuficiente, dispensa complemento: Apesar do tempo, ele pouco mudou. As pessoas mudam. As plantas mudam. O mundo muda.

3. Com significado de deixar uma coisa por outra, o dissílabo pede uma pontezinha. Transitivo indireto, exige preposição: Mudou de conversa. Muda de marido como muda de roupa. Prefere mudar de casa a mudar os hábitos.

4. Na acepção de transferir a residência (para outro país, outra cidade, outra casa), o irrequieto é pronominal (eu me mudo, ela se muda, nós nos mudamos, eles se mudam): Dilma se mudou para a Granja do Torto. Muitos queriam estar no lugar dela. Afinal, quem se muda deixa muito peso pra trás. Ganha leveza.