Os verbos são seres pra lá de ardilosos. Inconstantes, viram a casaca como nós trocamos de camiseta. É o caso de banhar. Ora ele pede pronome. Ora o dispensa. Como saber? Analise o período:
Maria banha o filho.
Maria funciona como sujeito. O filho, como objeto direto. (O verbo é transitivo direto. O sujeito e o objeto direto são pessoas diferentes.) Às vezes, o sujeito e o objeto são a mesma pessoa: Maria banha Maria.
Pra evitar a repetição e tornar o enunciado mais claro, o pronome ocupa o lugar do objeto direto: Maria se banha. Eu me banho. Tu te banhas. Ele se banha. Nós nos banhamos. Eles se banham.
Mais exemplos
Tornar-se pronominal não é privilégio de banhar. Outros verbos jogam na mesma equipe — o sujeito e o objeto direto são a mesma pessoa. Quer ver?
Maria fere a si mesma. (Maria se fere.)
Eles machucam o dedo. (Eles se machucam.)
A universidade forma o aluno. (O aluno se forma.)
O galã apaixona a moça. (A moça se apaixona.)
O juiz livra o réu. (O réu se livra.)
Nós maquiamos as noivas. (As noivas se maquiam. Nós nos maquiamos.)
É isso.