A fila anda. Regina Duarte sai, candidatos se apresentam. Um deles é o ator Mário Frias. A propósito, o Correio escreveu: “Nos últimos dias, Frias aproximou do presidente e até almoçou no Planalto”. Ops! O jornal cochilou.
Esqueceu que os verbos são seres pra lá de ardilosos. Inconstantes, viram a casaca como nós trocamos de camiseta. É o caso de aproximar. Ora ele pede pronome. Ora o dispensa. Como saber? Analise o período:
Frias aproxima o copo.
Frias funciona como sujeito. Copo, como objeto direto. (O sujeito e o objeto são pessoas diferentes.) Às vezes, o sujeito e o objeto são a mesma pessoa: Frias aproximou Frias.
Pra evitar a repetição e tornar o enunciado mais claro, o pronome ocupa o lugar do objeto: Frias se aproximou. Eu me aproximo. Tu te aproximas. Nós nos aproximamos. Eles se aproximam.
Companhia
Tornar-se pronominal não é privilégio de aproximar. Outros verbos jogam na mesma equipe — o sujeito e o objeto direto são a mesma pessoa. Quer ver?
Maria fere a si mesma. (Maria se fere.)
Lia banha a si mesma. (Lia se banha.)
Eles machucam a sim mesmos. (Eles se machucam.)
As noivas maquiam a si mesmas. (As noivas se maquiam.)
É isso.