Vem, taça

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      O Inter ganhou a Libertadores da América? Não. O time gaúcho conquistou a Libertadores. Não é questão de certo ou errado, mas de propriedade vocabular. Ganhar dá a impressão de que a taça caiu do céu. Conquistar sugere luta, disputa, superação. É o caso, não?     Olho na grafia      O Colorado conquistou pelo segundo ano consecutivo a taça Libertadores da América. É bicampeão. A vitória ensina uma lição pra lá de espinhosa. Trata-se do emprego do hífen. O tracinho, vale lembrar, é castigo de Deus. Dá nó nos miolos até do Senhor. A reforma ortográfica pôs alguma ordem no caos. Mas manteve muitas exceções. O jeito? É dar um jeito. Como diz o esquartejador, vamos por partes.     O bi-se enquadra nas duas regras de ouro. (Elas têm exceções, mas são abrangentes). Pede o tracinho em duas ocasiões. Uma: se for seguido de h. A outra: se duas letras iguais se encontrarem (bi-histórico, bi-humano, bi-harmônico, bi-ilíaco, bi-iodeto). No mais, é tudo colado como político se gruda ao Lula pra conquistar uns votinhos: bicentenário, birregional, bissexual.