Tag: subsídio
A história se repete todos os anos. Pra lá de bem-vinda, a temporada da premiação mais respeitada do mundo começou esta semana. Três cientistas receberam o Nobel de Medicina: Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice. Viva! O fato, claro, vira notícia. Rádios e tevês o anunciam com o respeito que merece. Mas desrespeitam a língua. Esquecem que Nobel se pronuncia como papel […]
Bruno Covas dava entrevista à CNN. Falava dos subsídios que precisava dar às empresas de ônibus para manter a distância dos passageiros. Acertou na informação, mas castigou a pronúncia. Disse “subzídio”. Uiiiiiiiiiiiiiiii! O gemido dos telespectadores se explica. O s de subsídio soa como o s de subsolo.
Eta calos doloridos! Quatro pronúncias fazem a gente perder prestígio e enterrar amores. Ei-las: Recorde se pronuncia como concorde. A sílaba tônica: cor. Rubrica é paroxítona como fabrica. A sílaba fortona: bri. Ruim é dissílaba – ru-im. A sílaba tônica: im. Subsídio – O s de subsídio se pronuncia como o de subsolo.
Quem fala quer ser ouvido, entendido e apreciado. Tem, por isso, de pronunciar as palavras como manda o dicionário: Dizer récord? Nem pensar. Recorde rima com concorde. Referir-se ao Prêmio Nóbel? Valha-nos, Deus. Nobel soa como anel, painel e papel. Rubrica é paroxítona como fabrica, lubrifica e sacrifica. Subsídio pertence à equipe de subsolo. Com a duplinha, o z não tem vez. Xô!
Subsídio jogo no time de subsolo, subserviente, subsalário, subsaariano, subsimilar, subsíndico, subsinuoso. Em todas, o s que vem depois do sub se pronuncia ss. Sem tossir nem mugir. Recorde, concorde e acorde orgulhosamente pertencem à equipe das paroxítonas. A sílaba mandachuva é cor sim, senhor. Dizer “récord”? É a receita do cruz-credo. Xô! Rubrica e fabrica são irmãzinhas inseparáveis. A força delas mora na casa […]
Subsídio? O s soa como o de subsolo. Nobel? Rima com cruel e papel. E gratuito? Joga no time de circuito e fortuito. E ruim? Como Joaquim, a sílaba tônica é a última.
Quem fala quer ser ouvido, entendido e apreciado. Tem, por isso, de pronunciar as palavras como manda o dicionário. Descuidos cobram preço. Roubam vagas, adiam promoções, matam amores. Olho vivo pra não cair nas velhas e teimosas armadilhas. Dizer récord? Nem pensar. Recorde rima com concorde. Referir-se ao Prêmio Nóbel? Valha-nos, Deus. Nobel soa como anel, painel e papel. E ruim? Ruim joga no time […]