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Acento tem tudo a ver com pronúncia. Agudo e circunflexo só caem sobre a sílaba tônica. Em dissílabos, trissílabos e polissílabos, descobrir a fortona é fácil como arrancar promessa de político. A porca torce o rabo com os monossílabos. Os pequeninos obedecem à mesma regra das oxítonas. Acentuam-se os terminados em a, e e o seguidos ou não de s. Compare: sofá (já), estás (dás), […]
A expectativa era grande. Jair Bolsonaro foi o primeiro presidente latino-americano a discursar na abertura do Fórum Mundial de Davos. Diante de plateia seleta, falou durante seis minutos. Causou estranheza. Lula, Dilma, Temer se aproximaram dos 30 minutos. A comparação foi inevitável. Bolsonaro falou menos que os presidentes que o antecederam? Bolsonaro falou menos do que os presidentes que o antecederam? Tanto faz. Você escolhe. […]
Paralelismo não se observa só em enumerações. Ele pede passagem também em termos da oração. Se, por exemplo, um verbo pede dois objetos diretos, eles devem ter a mesma construção sintática. Misturar estruturas é pisar o paralelismo. Assim: Ele negou interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas. Ele negou dois fatos: a) interesse no projeto e b) […]
Certos verbos sofrem de alergia. Ficam vermelhos, empolados e com coceira quando seguidos do quê. Transitivos diretos, exigem objeto direto nominal, mas não aceitam a oração objetiva direta. Veja alguns: alertar (alerta-se alguém, mas não se alerta que); antecipar (antecipa-se alguma coisa, mas não se antecipa que), definir (define-se alguma coisa, mas não se define que), denunciar (denuncia-se alguma coisa ou alguém, mas não se denuncia que), descrever (descreve-se alguma coisa, mas não se descreve […]
O substantivo ás é tônico. O artigo e a preposição são átonos: Senna foi ás no volante. A cidade onde moro tem 2 milhões de habitantes. Chego a Brasília. O quê quando substantivo ou em fim de frase é tônico. A conjunção e o pronome que são átonos: Maria tem um quê sedutor. O livro que li está esgotado. Você se atrasou por quê?
Acentua-se o quê em duas oportunidades: quando for substantivo. Aí será antecedido de pronome, artigo ou numeral. Tem plural: Trump tem um quê de desvairado. Qual o mistério dos quês? Hoje tratamos do quê com acento e sem acento. Este quê não me confunde mais. Belo quê você introduziu na redação. Quando for a última palavra da frase: Trabalhar pra quê? Pediu licença, mas não […]
“O magistrado assumirá o Ministério da Justiça a convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que prometeu-lhe carta branca”, escrevemos na primeira página. Viu? Esquecemos lição que aprendemos lá atrás. A gangue qu (que, quem, quando, quanto) funciona como ímã. Atrai o pronome átono. Melhor corrigir: O magistrado assumirá o Ministério da Justiça a convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que lhe prometeu carta branca.
Use o qual se o pronome for antecedido de preposição com mais de uma sílaba. Se não for, prefira que: O livro de que lhe falei está esgotado. Guardou a caneta com que escreveu o trabalho. A obra sobre a qual lhe falei está esgotada. O público perante o qual se pronunciou se manteve indiferente.
Cuidado com o e que. Só se pode empregar a duplinha quando houver o primeiro quê, claro ou subentendido: Ele negou que tivesse interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas. Na falta o primeiro quê, se aparecer e que, o paralelismo chora de dor: As pesquisas revelam grande número de indecisos e que pode haver segundo turno […]
O quezinho aparece enchapelado em duas situações: Quando for substantivo. Aí, tem plural: O noivo tem um quê provinciano. Não sei os quês dos porquês. A letra quê tem charme. A modelo tem um quê sedutor. Nenhum dos quês recebeu a resposta adequada. Quando está no fim (no fim mesmo) da frase: Você saiu por quê? Os americanos estão irritados com quê? Quê! Você por […]